Barro alto começa a produzir em 2010

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Anglo American lançou oficialmente, no dia 7 de maio, a pedra fundamental do Projeto Barro Alto, com a presença do governador do Estado de Goiás, Alcides Rodrigues, o prefeito do Município de Barro Alto, Luciano Lucena e Walter De Simoni, presidente da Anglo American Brasil, além de contar com a presença de cerca de 250 convidados, incluindo importantes executivos da empresa e autoridade locais das cidades de Barro Alto e da região.

A aprovação do Projeto Barro Alto para produção de níquel foi anunciada em dezembro de 2006 pela Anglo American. Localizada no Estado de Goiás, com investimento previsto de US$ 1,5 bilhão, a planta de produzirá uma média de 36 mil t/ano de níquel contido em liga de ferroníquel por 26 anos. Durante a fase de construção, o empreendimento gerará mais de 4.000 empregos diretos e, na fase de operação, aproximadamente 780 novos postos de trabalho.

A implantação do projeto começou em janeiro de 2007, e o início da produção está previsto para o primeiro trimestre de 2010. A expectativa é de que a planta atinja capacidade total 2011.

A construção de Barro Alto inclui a expansão da operação atual da mina e uma nova planta metalúrgica, com o uso do mesmo processo de produção de ferroníquel já adotado há 20 anos pelas operações da Anglo American – Codemin, em Niquelândia (GO), e Loma de Níquel, na Venezuela. O fornecimento de energia elétrica, um dos principais insumos para o projeto, já foi assegurado por meio de um contrato de longo prazo.

O Projeto Barro Alto é extremamente importante e atraente em um país onde a Anglo American já tem vasta experiência no gerenciamento e na operação de projetos de níquel. A produção de Barro Alto contribuirá para praticamente duplicar a produção de níquel do Grupo no mundo, atingindo aproximadamente 90 mil t por ano, em 2011.

“Barro Alto é o maior investimento já feito pela companhia no país em níquel. Com a sua aprovação, a empresa deu um importante passo para se tornar um dos grandes produtores de níquel no mundo”, completa o executivo.

A mina de Barro Alto está localizada no Estado de Goiás, a cerca de 170 km a noroeste de Brasília, 240 km ao norte de Goiânia e 150 km da operação de níquel da Anglo American – Codemin, em Niquelândia. O depósito foi descoberto no final dos anos 60 e a Anglo American completou a aquisição dos direitos minerários em 2002, por US$ 35 milhões. Os estudos de viabilidade começaram em outubro de 2004 e foram completados em setembro de 2006.

O total de recursos minerais do depósito é de 116,2 milhões de t, com teor médio de 1,54% de níquel, que serão lavrados dentro dos métodos convencionais para mina a céu aberto. Desse total, 62,4 milhões de t têm teor médio de 1,66% de níquel. Parte do minério deste depósito vem sendo processado desde 2003 na planta de ferroníquel em Niquelândia. A produção da Codemin elevou-se de 6 mil para 10 mil toneladas por ano, permitindo que a empresa se beneficie ainda mais dos fortes preços do níquel. O minério de Barro Alto continuará a ser transportado para Niquelândia, durante os 26 anos da mina. A experiência que a Anglo ganhou tratando o minério de Barro Alto na unidade de Niquelândia agilizará consideravelmente a implantação do Projeto.

Avanço das obras

O Projeto Barro Alto segue de acordo com o cronograma estipulado no momento de seu lançamento. A terraplanagem dos pátios industriais está em fase final de execução e os serviços de drenagem da planta industrial estão em andamento.

Foram concluídas em abril as bases para sustentação da carcaça do forno elétrico da linha I. As de sustentação do prédio de estrutura metálica tmbém foram finalizados viabilizando o início da montagem das estruturas metálicas em maio último. Também já teve início a escavação da área do reservatório de água de processo.

Na subestação principal estão em andamento as fundações para a Casa de Comando e bases civis dos transformadores. Foi dado o arranque dos pilares do forno calcinador da linha I.

Além disso, o alojamento da planta, com capacidade para acomodar cerca de 3.300 pessoas que deverão trabalhar na implementação do projeto, e o refeitório, que serve 5.000 refeições por dia, foram inaugurados em janeiro deste ano.

Na mesma época dessa inauguração, a planta recebeu os primeiros equipamentos, nacionais e vindos da China e dos Estados Unidos, que serão partes dos calcinadores e fornos elétricos. Os grandes pacotes tecnológicos – entre os quais estão fornos calcinadores, secadores, fornos elétricos e fornos de refino – já foram adquiridos e os demais estão em processo de compra.

Para garantir o bem-estar dos empregados, a Anglo American ainda instalou uma lavanderia no site de Barro Alto, onde são distribuídos 500 kits de roupa e 200 kits de enxoval (cama e banho) diariamente.

Recursos Humanos

A fase atual de recrutamento para o Projeto Barro Alto envolve a busca de profissionais de nível superior e técnico de diversas especialidades, como engenheiros eletricistas, analistas contábeis e analistas de laboratório. Outras vagas que serão ocupadas nos próximos meses são para profissionais de nível superior e técnico em metalurgia, mecânica, elétrica e mineração.

A equipe de Barro Alto bateu novo recorde ao alcançar 3 milhões de horas/homem trabalhadas sem acidentes com afastamento no início de 2008. O resultado chamou atenção e obteve reconhecimento da presidente executiva da Anglo American plc, Cynthia Carroll e de toda a alta direção do Grupo.

Capacitação local

Durante os últimos dois meses um grupo de 32 cidadãos de Barro Alto iniciou o curso técnico em eletrotécnica do senai de Niquelândia. Oferecido pela Anglo American como parte de sua política para capacitação e desenvolvimento da comunidade local, o curso foi feito sob medida e oferece carga horária de 1600 horas, sendo 1200 horas em sala de aula e as outras 400 destinadas a estágio em ambiente industrial. Além das bolsas, a empresa ofereceu alimentação aos alunos, enquanto a Prefeitura Municipal de Barro Alto foi responsável pelo transporte até a cidade vizinha.

Também iniciaram no último mês as aulas do curso de qualificação para a construção civil também do senai. As aulas acontecem em Barro Alto e 294 alunos aprenderão a atuar como pedreiros, carpinteiros, encanadores, armadores e pintores, com carga horária total de 80 horas. No fim do curso, receberão ainda mais 40 horas de treinamento em segurança do trabalho, totalizando 120 horas de curso.

Outras 120 pessoas também vão participar da segunda fase do Programa de Capacitação Profissional de Barro Alto, ministrado pela Pró-Cerrado, que visa a inclusão digital de jovens e adultos, além de capacitação em técnicas administrativas.

Serão qualificadas 60 pessoas em informática básica, com carga horária de 60h/aula, e 60 em técnicas administrativas, com carga horária de 40h/aula.

Mercado de Níquel

A Anglo American aposta no crescimento do mercado de níquel até 2018. O Brasil é responsável hoje por 3% da produção mundial e em 11 anos deve atingir 11% de participação.

O mercado de níquel ainda pode gerar dois ou três ciclos de projetos para o setor no Brasil, mesmo com a queda do preço do metal. De acordo com estudos geológicos publicados pelo Mining Journal, o País tem potencial para cerca de 17 milhões de t de níquel contido nos recursos minerais, volume comparável aos de países como Rússia e Austrália.

Atualmente a participação da Anglo American no Brasil é de 25% da produção de níquel. Com o crescimento da produção do minério no País, daqui a cinco anos, a expectativa da empresa é aumentar para 30% sua participação de mercado, sendo que a previsão é atingir a liderança brasileira com 45% até 2018.

Cerca de 65% a 70% da produção de níquel é hoje empregada para a fabricação de aço inoxidável, sendo o restante utilizado para a confecção de baterias, catalisadores e outras ligas. Existem diversas formulações para o aço inoxidável (todas com alguma combinação de Ferro, Níquel, Cromo, Molibdênio e outras ligas), que podem ser organizadas em dois grandes grupos: os aços inoxidáveis Austeníticos (Série 3), com cerca de 8% de níquel contido, e os aços inoxidáveis Ferríticos (Série 2), com aproximadamente de 1% a 3% de níquel contido.

O mercado de níquel sofreu muitas alterações nos últimos quatro anos, sendo que, a partir de 2000, se tornou mais evidente o aumento de investimentos na produção de commodities incluindo o próprio níquel. Nos últimos três anos, este mercado teve um déficit de 30 a 40 mil t de segurança e o valor do níquel subiu até atingir US$ 50 mil/t. Foi o maior valor histórico – em termos nominais e do preço do níquel nos últimos 50 anos. Há alguns meses, porém, o valor da tonelada do níquel baixou para uma faixa de US$ 25 mil e, mais recentemente, chegou a cerca de US$ 30 mil. Mesmo assim, segundo os executivos da companhia, este é um valor em que é possível operar e desenvolver novos projetos.

O níquel, que sempre teve uma grande participação nos custos do aço inox – historicamente de 27% a 30% dos custos totais diretos – passou a ter um peso ainda maior com o aumento do preço da commodity nos mercados internacionais, o que levou muitos produtores a buscarem formulações de aço inox que levassem menos níquel. O grande e atual desafio é a intensidade do uso do minério, ou seja, devido aos altos preços, os produtores de aço inox vêm usando menos níquel em suas formulações. Existem aplicações que exigem formulações diferenciadas, que contêm maiores teores de níquel. É esta a fatia de mercado que pode chegar a cerca de 50% e não pode ser facilmente substituída por outras matérias-primas.

Futuro do Mercado Mundial de Níquel

O crescimento do mercado mundial de níquel é de 3% a 5%, e deve-se entender as formulações que serão consumidas e enxergar o mercado com muito potencial. De acordo com a Anglo American, ainda existe bastante espaço para crescimento de demanda, uma vez que o consumo per capita de níquel por ano em países desenvolvidos ainda é muito superior àquele observado nas economias emergentes. Na Europa, o consumo de aço inox per capita por ano é de cerca de 13-15 kg; no Brasil, é de 1,5 kg; na China, atinge 4,5 kg a 5 kg e na Índia, também é de 1,5 kg. Países como China e Índia devem chegar à marca de 10-12 kg per capita por ano em médio prazo.

“A Anglo American vem desenvolvendo uma carteira de ativos de níquel há mais de dez anos. Hoje, a empresa está bem posicionada com ativos de classe mundial (alto volume e baixo custo de operação), que levarão o grupo a uma posição privilegiada no mercado”, afirma Paulo Castellari, diretor de Marketing e de Novos Negócios da Anglo American Brasil. “As tecnologias de produção – que para o níquel podem significar grandes barreiras de crescimento – a serem utilizadas nos projetos da Anglo American são conhecidas e testadas. Isso coloca a empresa numa posição estratégica forte”, completa.

Desenvolvimento sustentável

A Anglo American tem, segundo sua diretoria, compromisso apoiar o desenvolvimento das comunidades em que atua. Em Barro Alto (GO), a empresa investiu em 2007 mais de R$ 860 mil em projetos de melhoria e inclusão social na cidade, como reforma da Escola D. Maria Divina da Silva e os projetos Camerata de Violões e Banda de Percussão.

A empresa investe também na preservação do meio ambiente em todas as localidades onde atua. Em Barro Alto, por exemplo, elaapóia o Projeto Aguação, que visa recuperar a mata ciliar do entorno do Córrego Extrema, que contorna a cidade, degradada por causa da atividade agropecuária. O cuidado com os recursos hídricos é uma de suas prioridades, por isso a empresa monitora constantemente a qualidade da água superficial e subterrânea, assim como seu nível e vazão. A água utilizada na atividade de mineração é totalmente reutilizada, de modo que só é necessário captar água dos córregos para repor as perdas por evaporação. Na área de manutenção, a água é separada do óleo utilizado nas máquinas e reaproveitada, enquanto que o óleo usado é comercializado. Já o esgoto dos banheiros e cozinhas é tratado em uma fossa séptica para que a água, limpa, possa ser devolvida para o meio ambiente.

A empresa também investe no monitoramento da fauna da região. O estudo da biodiversidade começou com o Estudo de Impacto Ambiental, elaborado em 2000, durante as análises de viabilidade do projeto. O monitoramento biológico foi proposto buscando a adoção de medidas viáveis de mitigação de impactos. Quatro campanhas foram desenvolvidas entre 2004 e 2006, que serviram como apoio para a elaboração do Plano de Controle Ambiental da atividade de mineração. Este monitoramento inclui mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes. Como resultado destes trabalhos, as principais ações para os próximos anos serão a educação dos motoristas a respeito d

e animais silvestres nas estradas, maior atenção aos rios e nascentes com monitoramento da pesca, cuidados para evitar acidentes com serpentes peçonhentas, estudos de flora para verificar se há diferenças na composição das espécies de áreas que apresentam viabilidade econômica para extração de minério, proibição de entrada de caçadores e cães nas áreas de preservação, e conscientização da comunidade vizinha sobre a importância da preservação da biodiversidade. Em 2007, este trabalho foi retomado em parceria com a Universidade Federal de Goiás.

Grupo Anglo American

A Anglo American plc é um dos maiores grupos em mineração e recursos naturais do mundo. Com suas subsidiárias, joint ventures e associadas, é líder global em platina e diamantes, e tem participação significativa em metais básicos, minério de ferro e carvão. Estas cinco unidades de negócios, que produzem itens que estão presentes no cotidiano e que são essenciais para a vida moderna, trabalham de acordo com a visão “One Anglo”, ou seja, são regidas mundialmente por uma mesma missão, valores e diretrizes. O grupo tem operações nos cinco continentes (45 países), fala 20 idiomas e gera mais de 90 mil empregos diretos. Atualmente tem projetos aprovados que somam US$ 12 bilhões e também estuda o investimento de US$ 29 bilhões em futuros projetos, o que garante a continuidade do negócio.

No Brasil, o Grupo Anglo American é responsável pelas operações das empresas Mineração Catalão, Codemin e Copebrás, com atuação nos estados de Goiás (Catalão, Ouvidor, Niquelândia e Barro Alto) e São Paulo (Cubatão). A empresa atua no mercado brasileiro desde 1973 e emprega mais de 4.200 pessoas entre empregados e contratados.
Em 2008, após um período de negociações com a MMX, a Anglo American assinou o Contrato de Compra e Venda de Ações que permitirá a aquisição do controle dos projetos de minério de ferro Minas-Rio e Amapá. No ano passado, a aquisição de 49% dos direitos sobre o Projeto MMX Minas-Rio marcou a entrada do Grupo no setor de minério de ferro no Brasil, setor que ocupa uma posição central na estratégia de crescimento futuro da Anglo American.

A Anglo American é uma empresa determinada a crescer no Brasil, trabalhando em conjunto com as comunidades locais e aplicando as melhores práticas de negócio adquiridas ao redor do mundo por quase um século.

Fonte: Estadão


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