A Áustria, geograficamente disposta no coração da velha Europa, é considerada a porta natural por onde a América Latina e, em especial o Brasil, pode ingressar nas nações do centro e do leste daquele continente. E foi isto que o recente megaevento, Latin America meets Central and Easten Europe, procurou comprovar no período de 14 a 18 de abril, em Viena.
O encontro incluiu algumas rodadas de negócios e workshops que atraíram a atenção de representantes de câmaras setoriais, federações de indústrias, instituições da América Latina e Europa, além de representantes de cerca de 500 empresas de diversos países. Na pauta, a análise do mercado global, financiamento para exportações, apoio financeiros a projetos de investimentos e visitas à Real Corp, uma feira internacional de desenvolvimento regional e planejamento urbano, com exibição de máquinas e equipamentos disponíveis para resolver problemas de obras prioritárias em cidades médias ou metrópoles.
Ele foi oficialmente aberto por Christoph Leitl, presidente honorário da Associação das Câmaras de Comércio e Indústria e presidente da Câmara Federal de Economia da Áustria, que esteve no Brasil em fevereiro último para divulgar o evento e falar do potencial das empresas daquela região do mundo. Na ocasião, ele e representantes do governo austríaco demonstraram, em palestras para empresários, que os países europeus “são, de longe, os parceiros econômicos mais importantes para o mercado brasileiro”. Isto porque, em apenas cinco anos, de 2006 a 2011, “o fluxo de comércio da UE com a América Latina duplicou e as autoridades europeias preveem mais expansão ao longo da década”.
Em conversa com a revista O Empreiteiro, dias antes do evento, o cônsul comercial da Áustria, Ingomar Lochschmidh, falou da importância dos investimentos da Áustria no Brasil, considerado o quarto maior mercado austríaco fora da Europa, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. Tanto assim, que há atualmente, aqui, 200 empresas austríacas. São empresas dos segmentos metalúrgicos e siderúrgicos, plásticos, petróleo e da área de ferramentas e equipamentos para infraestrutura.
O cônsul diz que o fluxo comercial entre os dois países cresceu bastante nos últimos anos e que as exportações austríacas para o Brasil chegaram, no ano passado, a US$ 1,5 bilhão. Lembrou que recentemente, em feira realizada no Nordeste, a Áustria mostrou a empresários da região um portfólio diversificado de tecnologias austríacas apropriadas ao incremento das atividades industriais que ali se desenvolvem e que conferem, ao Nordeste, um ritmo maior de crescimento do que a média nacional.
Segundo o cônsul, a indústria representa, hoje, 32,3% da economia de seu país. A rede de serviços, 65,8% e, a agricultura, apenas 1,7%. No campo industrial, os segmentos de maior destaque são os de máquinas pesadas, automotivo, metalurgia, química, biotecnologia, papel e madeira, equipamentos de comunicação e turismo. A rigor, a maior parte das empresas que ali operam e muitas das quais querem vender e se relacionar com o Brasil, são de médio e pequeno porte. As corporações com ramificações internacionais atuam em especial nos segmentos de siderurgia e química. “As nossas empresas invariavelmente têm perfil de empresas pequenas, mas são muito especializadas e detém tecnologia de ponta”. (Nildo Carlos Oliveira)
Fonte: Padrão