Está aí um tema para a agenda positiva de qualquer governo, em qualquer país do mundo: o planejamento de cidades "sustentáveis". Notícia divulgada hoje pela imprensa, recolocando em pauta a Estratégia de desenvolvimento sustentável do país basco 2020, elaborada há dois anos, instiga a reativação de providências que considerem planejamento urbano com aquele objetivo: criar bairros ou cidades sustentáveis.
Há algum tempo, durante conversa com o empresário Hugo Marques da Rosa, presidente da Método Engenharia, ele me dizia que já estava na hora de se deixar de falar apenas em construção de edifícios verdes, que essa história de green building tenderia a ficar como coisa superada e que o importante era se partir para a ideia de bairros ou cidades verdes.
Concretamente, a construção sustentável, espelhada em uma ideia generosa dos defensores da melhoria do meio ambiente no mundo, veio, aos poucos, se transformando em traço de marketing, rapidamente absorvido pelo mercado imobiliário, embora, em alguns casos, pesquisas corretas justifiquem a certificação que algumas empresas têm conquistado.
Mas uma andorinha só não faz verão. De nada adianta a construção de um prédio verde aqui e outro lá adiante, enquanto no meio deles a poluição de toda ordem, no ar e no mar, faz a festa. É hora de replanejamento e de retomada de posições fortes, em favor de planos diretores de bairros e cidades verdes.
Porque a agressão ao meio ambiente, o desmatamento, a poluição do ar e da água, andam contra nós a passos de sete léguas. E, até aqui, as medidas adotadas contra isso são apenas paliativos, ou uma porção de poeira jogada para nos embaçar a visão. Criar cidades sustentáveis deve fazer parte de uma política de renovação de posturas urbanas em todo o mundo.
Fonte: Estadão