São 26 milhões de equipamentos reaproveitados, contribuindo para minimizar os impactos ambientais no país. Esse é o cálculo que o diretor de Operações da América Latina da HP, Kami Saidi, fez ao ter a iniciativa de utilizar a logística reversa nos produtos da companhia no Brasil, ou seja, reutilizar seus próprios equipamentos. Com 42 cooperativas de reciclagem associadas, atualmente, a HP anunciou que deseja aumentar esse número e que já reutiliza 75% de seus produtos. A meta da empresa é se tornar a empresa de tecnologia mais sustentável do país até 2030.
O objetivo e os dados de seus programas ambientais e sociais foram divulgados no evento Futuro Sustentável HP, realizado na última semana em São Paulo. Com a presença da imprensa, influencers, ativistas e colaboradores de uma das cooperativas associadas à companhia, a HP divulgou que realiza a remanufatura de impressoras e diversos equipamentos, introduzindo outros materiais, além de minérios, na fabricação de seus produtos, aplicando a circularidade em seu portfólio.
“Todos nós temos responsabilidade. Precisamos criar meios para avançar, e as empresas mais sustentáveis são mais rentáveis, possuem menos riscos e sua produtividade é ainda maior. Uma empresa ética não tem problemas. Mas tem empresa que acha que só precisa fazer ação sustentável quando é obrigada, tem aquelas que fazem somente porque é ético, e outras que fazem só porque são rentáveis. É preciso conectar os três pensamentos: o racional, o ético e o econômico, porque no final, vamos todos viver no mundo que desejamos criar. Não podemos fazer sustentabilidade por conveniência, precisamos fazer por propósito”, argumentou o diretor Kami Saidi, que está há 30 anos na companhia e há 18 responsável pela implantação de projetos sustentáveis.
De acordo com a empresa, são duas estruturas de projetos: uma focada em ação climática, com foco em economia circular por meio das parcerias com as cooperativas para a coleta dos materiais recicláveis, e o outro foco social, que oferece apoio aos cooperados, remunerando-os pelos materiais como uma commodity (mercadoria).
“Nós temos um grupo de pesquisa que encontra essas cooperativas, e o projeto cria então um preço fixo para cada tipo de material reciclado. Fizemos antes um estudo de mercado e elegemos um ranking de materiais necessários, como os tipos de plásticos e os eletrônicos que mais contém aquele tipo de material. Mas apesar desse ranking dos materiais, atualmente, nós estamos reutilizando tudo, como tonners, impressoras e produtos da HP em geral. Já a cooperativa fica responsável apenas por coletar e nós que fazemos a triagem e remanufatura do produto”, explica Jéssica Teixeira, gerente de Sustentabilidade da HP no Brasil.
As 42 cooperativas associadas à empresa são do estado de SP e engloba mais de 1.500 cooperados. “Com essa parceria nós aumentamos a renda dos cooperados, oferecemos capacitação, como cursos de saúde e segurança, de como lidar com o lixo eletrônico, e também oficinas de apoio social, como aulas de finanças e outras orientações que eles possam aplicar na vida deles”, explicou Jéssica, que detalhou: “No início, encontramos cooperados que não tinham nem conta em banco, agora já possuem acesso e consciência de sua renda”.
Equidade digital
Falando em social, em seu mais recente Relatório de Impacto Sustentável, divulgado neste mês, a HP mostrou ter acelerado a equidade digital para mais de 45 milhões de pessoas desde 2021, o que representa quase um terço do caminho rumo a sua meta de atingir 150 milhões de pessoas até 2030. Esse progresso é resultado de parcerias com organizações que criam soluções para comunidades.
No Brasil, a empresa lançou uma chamada neste ano, para que instituições que promovessem atividades de inclusão digital recebessem um aporte da HP. “A organização vencedora foi a Associação Vagalume, que possui bibliotecas itinerantes, e para a qual fizemos uma doação de um milhão de reais, sendo metade em dinheiro e metade em equipamentos de informática”, explicou Jéssica.
Além desta iniciativa, a empresa possui dois programas de equidade digital que é o HP LIFE Center Brasil, uma parceria com o SENAI Barueri, que é uma sala equipada com 20 computadores para acesso da comunidade local e para cursos educacionais do HP LIFE e o Projeto HOPE, que é a remanufatura de computadores para doação à ONGs, dando uma segunda vida a PCs HP usados e totalmente recondicionados com garantia de 1 ano, para doações a organizações sem fins lucrativos e/ou escolas.
Em outros países, a empresa apoiou soluções voltadas à equidade digital desenvolvidas por dez organizações na Malásia, África do Sul e México com o Digital Equitiy Accelerator (Acelerador de Equidade Digital), incluindo melhorias em letramento digital para aumento da empregabilidade, acesso a hardware e software educacionais em escolas e desenvolvimento de plataformas digitais. No total, o Accelerator impactou 6,4 milhões de pessoas em 2023.
Sustentabilidade na Amazônia
Além do acesso a equipamentos digitais, a empresa divulgou parcerias que promovem a educação ambiental e o reflorestamento na Amazônia brasileira. “Temos parceria com a WWF Brasil, com um projeto de regeneração dos ecossistemas, até mesmo pelo uso de papel pela empresa, e, além deste, temos junto com a Conservation Internacional, desde 2022, projetos ambientais em Tomé Açu, no Pará, para implantar sistemas agroflorestais para a regeneração do solo”, explica Jéssica.
De acordo com a gerente, o projeto dos sistemas agroflorestais em parceria com a HP são realizados em três regiões da Amazônia: além do Pará, no Brasil, também foi implantado na Colômbia, Peru e Equador. “A ONG fez o mapeamento das famílias e comunidades indígenas que precisavam de cursos para que deixassem de usar a monocultura e migrassem para os sistemas Agroflorestais. Nesse modelo, no Brasil, já temos produção de pimenta, pitaya, açaí e outros produtos. Já no Peru, por exemplo, eles estão focados no cacau, usando agricultura tradicional indígena”.
Já com o World Wildlife Fund (WWF) a HP trabalha há mais de uma década para melhorar o fornecimento sustentável de papel e embalagens à base de papel na cadeia de suprimentos da empresa. Em 2019, a empresa e o instituto iniciaram uma parceria para ajudar a restaurar 550 hectares de florestas ameaçadas no Brasil e melhorar o manejo de 89.000 hectares de florestas na China.