Pouco a pouco as concessões, incluindo as que foram feitas para os aeroportos Antonio Carlos Jobim (Galeão-RJ) e Tancredo Neves (Confins-MG), cujos contratos podem ser assinados agora em março, vão alterando aquele cenário pessimista desenhado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O órgão apontava que 17 dos 20 principais aeroportos brasileiros, correspondentes a 85% deles, estavam em situação crítica, capaz de agravar-se ainda mais na realização da Copa do Mundo, agora em junho.
Com as concessões já realizadas e as obras deflagradas pelas operadoras de Viracopos, Guarulhos e Brasília, o quadro mudou. E, embora ainda haja atrasos em algumas frentes de trabalho, a expectativa é de que tanto aqueles, quanto outros aeroportos administrados pela Infraero estejam ao menos razoavelmente em dia para atender ao maior fluxo de passageiros no evento global.
As críticas ficam por conta das improvisações provocadas pela falta de planejamento e de projetos específicos que tiveram de ser elaborados de afogadilho. Mas o que se espera, do conjunto de lições que a essa altura podem – e devem – estar sendo assimiladas, é que elas se estendam aos estudos técnicos de viabilidade e licenciamento ambiental, atualmente em curso, para a construção, melhoria e operação também dos aeroportos regionais em importantes cidades do País.
As concessões estão contribuindo para o processo de modernização aeroportuária, tanto do ponto de vista do conforto espacial e da estética da área construída, quanto da segurança e da agilização do atendimento dos passageiros. Hoje, os sistemas de manuseio de bagagem, com o uso de código de barras, refletem um irreversível modelo de inovação, que está a incorporar novas tecnologias para a segurança dos usuários, das instalações fixas e móveis e do ambiente urbano em que o aeroporto está inserido.
Trata-se, no fundo, de um cenário que alia a criatividade do projetista, o esforço da engenharia e as grandes possibilidades da arquitetura. Não é por outro motivo que até ousamos propor, ao concessionário do Tom Jobim, entendimentos com o Instituto de Arquitetos do Brasil (departamento do Rio de Janeiro) a fim de viabilizar um concurso de arquitetura para conceber um terminal que venha a tornar-se um ícone para a cidade do Rio de Janeiro. Ela merece. E o Brasil também. (Nildo Carlos Oliveira)
Fonte: Revista O Empreiteiro