Construção da Adutora do Agreste pode começar em janeiro

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Em licitação, primeira fase do projeto tem custo estimado de R$ 1,2 bilhão

População total: 8,8 milhões de habitantes (185 municípios)
Participação do estado no PIB nacional (2009): 2,4%
67% da população com água tratada
16% da população com coleta de esgoto
27,7% do total do esgoto coletado é tratado

Fonte: IBGE e SNIS 2010.

A primeira fase do projeto da Adutora do Agreste, em Pernambuco, entrou em licitação em setembro e as obras podem ter início em janeiro do ano que vem. A Adutora do Agreste estabelece a construção de uma rede com 1,3 mil km de tubulações, para a difusão prevista de 4 mil l/s de água tratada. Com custo total orçado em R$ 2,3 bilhões, objetiva atender, quando totalmente concluída, 68 municípios, sendo 67 do agreste e um do sertão pernambucano. Estima-se que 2 milhões de pessoas serão beneficiadas.

O investimento da etapa inicial do projeto é de R$ 1,2 bilhão, com a construção de cerca de 400 km de adutoras de água, estação de tratamento, estações elevatórias e reservatórios. A primeira fase foi dividida em quatro lotes de obras e abrange 17 municípios: Pesqueira, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano e Caruaru (primeiro lote, 111 km de adutoras de água tratada); Arcoverde, Alagoinha, Venturosa, Pedra e Buíque (segundo lote, 118 km); Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas e Iati (terceiro lote, 99 km); e quarto lote (Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, 62,9 km).

O projeto de um quinto lote de obras está ainda em fase de redação e incluirá os municípios de Bezerros, Gravatá, Brejo da Madre de Deus, São Bento do Una, Lajedo e Cachoeirinha, com 96,5 km de adutoras de água tratada. Os municípios restantes serão contemplados nas fases seguintes da obra.

Segundo o projeto da Adutora do Agreste, a água que a alimenta tem origem no Ramal do Agreste, que é uma derivação do Eixo Leste do Projeto de Transposição do Rio São Francisco. As obras de transposição, contudo, estão em andamento lento, e sujeitas a interrupções e falhas na execução. Portanto, a Adutora do Agreste só pode cumprir sua função se a transposição for efetivada. Sem ela, não tem nenhuma serventia.

*Em Petrolina (PE), investimento deve quintuplicar capacidade de reservação de esgoto

Arriscado? Roberto Tavares, presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), uma das financiadoras do projeto, ao lado dos governos federal e estadual, minimiza os riscos. “Vamos fazer essa obra de forma sincronizada. Não podemos esperar a transposição do São Francisco ficar pronta para começar. Temos que confiar.” A busca da sincronia significa acelerar (ou reduzir) a velocidade dos trabalhos da adutora conforme o ritmo das obras da transposição.

A primeira etapa da Adutora do Agreste tem dois anos para ficar pronta, mas o projeto total pode levar de 10 a 15 anos.

Esgotamento sanitário

Na área de esgotamento sanitário, um projeto bilionário, ora em licitação, visará o aumento da capacidade da rede coletora de esgotos da região metropolitana do Recife dos atuais 30% para 90%, em 12 anos. O investimento previsto é de R$ 4 bilhões, num total de 15 municípios e 3,7 milhões de pessoas, através do sistema de parceria público-privada (PPP). Segundo Roberto Tavares, presidente da Compesa, a empresa que vencer a concorrência será responsável pela operação, manutenção, recuperação e ampliação da rede. A expectativa é de que a obra tenha início no segundo semestre do ano que vem. Para o Instituto Trata Brasil, que analisa a estrutura do saneamento básico do País, o estabelecimento de PPPs favorece a resolução dos problemas da Grande Recife. “A entrada do setor privado tende a resolver a questão mais rápido”, elogia Édison Carlos, presidente do Trata Brasil.

Em Petrolina, município que ocupa a 67ª posição do Ranking do Saneamento do Trata Brasil, com as 100 maiores cidades do País, projeto já em andamento deve quintuplicar a capacidade de reservação, em sua nova estação de tratamento de esgoto. Também se trabalha no município na troca ou implantação de novas redes, numa extensão de 100 km. O investimento nos serviços é de R$ 655 milhões.

Pernambuco é, hoje, o quarto estado do Brasil que mais investe em saneamento. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 2010 (SNIS), do Ministério das Cidades, foram R$ 582,8 milhões investidos no setor naquele ano. Porém, o alcance de índices mais satisfatórios dependerá de um esforço ainda maior. Segundo o SNIS, dos 185 municípios pernambucanos, há rede de esgotos em apenas 32, ou disponível só a 16,1% do total da população.


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