Temos que avaliar as condições que levaram ao controle da inflação. Não creio que isso tenha ocorrido internamente, em nossos gabinetes, mas dentro de uma conjuntura internacional, via algum maestro que reconhecemos em vários lugares, púlpitos os mais diversos. Se esses maestros permitirem o desenvolvimento sustentável, de modo a não abalar a economia internacional, continuaremos trilhando caminhos planejados os mais diversos, procurando a melhor forma em cada ocasião de como manter o rumo.
Não existe modelo externo que possa oferecer um paradigma, um norte, considerando a indagação – O que o Brasil vai querer ser quando crescer? Neste particular vejo com muita tranqüilidade que o modelo será o nosso. Um modelo brasileiro após décadas de cópias confusas de coisas alhures.
Melhoramos muito do ponto de vista da cultura nacional. Aos poucos descortinamos que estão sendo adotadas várias medidas que poderão conduzirão ao crescimento. Um crescimento que é naturalmente mutante com o tempo. Sonhamos às vezes até de forma ridícula sobre essa questão.
Vejo o seguinte: as vocações regionais, embora sejam em determinado momento, uma das alavancas de colaboração mútua do todo e também o crescimento das partes, com o tempo sofre pela sua evolução, grandes mutações da esperança. O ser humano reflete e é um reflexo da realidade de seu ambiente. O pequeno agricultor cria família e em poucas gerações, na escada social, surgem as mais diversas mudanças nos usos e costumes. Introduz uma nova cultura de comportamento. Progresso é a condição de se ter a cada momento a possibilidade de viver.
O Brasil é somente mais um membro do conjunto das nações, enquanto a garantia em favor de todos tem que ser global. Caso contrário, sempre seremos afetados em nossos planos de crescimento. Nosso passado garante essa afirmativa. Garantir o futuro é algo que somente poderá ser exercitado nas menores coisas no contato com o homem – educação e saúde. Repito – permitir em cada momento a possibilidade de viver. Nunca a de sobreviver. Prática em larga escala não somente em nosso País.
*Cyro Laurenza é engenheiro, ex-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) e colaborador da revist
Fonte: Estadão