Duplicação e arco viário podem descongestionar tráfego

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Rodovias que levam ao complexo estão ganhando novas vias; Arco Metropolitano é a obra mais significativa projetada
Guilherme Azevedo

OComplexo Industrial e Portuário do Pecém, localizado no litoral oeste do estado do Ceará e a 57 km da capital Fortaleza, está melhorando sua atratividade econômica num ritmo com dois tempos. O tempo de hoje, com projetos que duplicam e modernizam os acessos rodoviários já existentes; e o tempo de amanhã, com a criação de um arco viário metropolitano, com mais de 100 km, que transfere o tráfego de áreas mais urbanas para regiões mais interioranas.

Entre as obras já em execução, destacam-se as de duplicação e melhorias do Anel Viário e da rodovia CE-085, que liga Fortaleza e Caucaia a Paracuru, no litoral oeste.

A duplicação e reforma do Anel Viário devem terminar no fim de 2014

O Anel Viário, com 32 km de extensão, começa na CE-040 (município de Eusébio), segue pela BR-116 (em Itaitinga), passa pela CE-060 (em Maracanaú), CE-065 (Maranguape) e BR-020 (Caucaia) e termina na avenida Mister Hull, já em Fortaleza.

Joaquim Firmino, secretário executivo

Orçada em R$ 200 milhões, a duplicação e reforma do Anel Viário, segundo o Departamento Estadual de Rodovias (DER-CE), vão dar fluidez ao tráfego hoje congestionado da região metropolitana, favorecendo principalmente o Distrito Industrial de Maracanaú, Maranguape e Ceasa, com repercussão no Pecém. A largura da pista crescerá dos atuais 11 m para 16,5 m de cada lado, totalizando 33 m de largura. Até o começo de março, já haviam sido executados 21% do total do empreendimento, com previsão de conclusão para fim de 2014.

A duplicação e reforma da CE-085, com orçamento de R$ 108 milhões e extensão de 62 km, foram divididas em três trechos. O trecho 1, chamado contorno do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, com 12,56 km, estava, no início de março, com 51% do total executado. O trecho 2, com 21,6 km, do município de Caucaia até a ponte sobre o rio Cauípe, começou recentemente, com apenas 3% prontos. O trecho 3, com 27,84 km, da variante do Pecém ao entroncamento com a CE-341, estava com 22% executados. O cronograma do DER-CE prevê a conclusão das obras dos três trechos ainda este ano.

Entre as obras aguardadas para um futuro próximo, está a duplicação da BR-222, principal rodovia nacional de ligação com o Porto do Pecém, da capital cearense até à CE-155. Estratégica, a BR-222 começa em Marabá (PA) e se estende até Fortaleza, atravessando os estados do Maranhão e do Piauí. A obra é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2). Segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura do Ceará, o projeto ainda está em fase de desembaraço burocrático, mas o início deve acontecer em breve.

Também se projeta a duplicação da rodovia estadual de acesso direto ao Pecém, a CE-155 (antiga CE-422), chamada de Via Portuária, por seus 20 km, desde a ligação com a BR-222. O projeto inclui uma nova alça de ligação com o porto, próxima ao local onde estará o novo gate (portão por onde entram e saem as carretas que transportam contêineres). “É uma obra de grande importância, pois será possível dividir o tráfego com o gate atual, aumentando a produtividade operacional do porto”, valoriza Fabio Abreu de Souza, coordenador de planejamento portuário e logística da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos), que administra o Pecém.

Arco Metropolitano

Uma obra, sobretudo, pode mudar o panorama da logística rodoviária do Pecém e de toda a região metropolitana. Com projeto executivo pronto (elaborado pela Comol Engenharia), mas ainda em fase de licenciamento ambiental, o Arco Rodoviário Metropolitano de Fortaleza deverá ter 108,2 km de extensão. Contornará áreas densamente urbanizadas da região, passando diretamente por oito municípios: Chorozinho, Barreira, Acarape, Guaiúba, Palmácia, Maranguape, Caucaia e São Gonçalo do Amarante. São projetadas duas faixas de tráfego de 3,50 m por sentido, acostamento de 2,5 m e 1 m de faixa de segurança.

O traçado do Arco Metropolitano de Fortaleza, conforme projeto do governo estadual

O traçado escolhido tem início na rodovia BR-116, entre os municípios de Pacajus e Chorozinho, faz intersecção com as BR-222 e BR-020 e as CE-060 e CE-065 e chega até ao complexo do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante. Também interliga com as duas linhas troncais da Transnordestina Logística S/A, responsável pela administração e operação da malha ferroviária da região, o que pode incentivar a criação de terminais logísticos rodoferroviários.

A secretaria de Infraestrutura estima investimento total de R$ 390 milhões (R$ 21 milhões destinados ao pagamento de desapropriações). Estuda-se ainda a viabilidade de estabelecer uma parceria público-privada (PPP) para a construção do arco. A expectativa é começar as obras no segundo semestre deste ano, para concluí-las num prazo de até 18 meses.

Novos planos

O secretário executivo da Infraestrutura do estado do Ceará, Joaquim Firmino, lembra que ainda há espaço físico, com largas áreas livres, para o aprimoramento da estrutura de transportes no Pecém e cita que está em andamento estudo para criar um Terminal Intermodal de Cargas na retroárea do porto, com 350 ha. “A obra melhorará, em muito, a logística de transporte e condições de trabalho dos transportadores na área do complexo.”

Firmino diz que também se analisa a viabilidade de um aeroporto de cargas (e também de passageiros) no entorno do complexo, como mais uma oferta de transporte intermodal, hoje tão procurado. Ainda se espera, com ansiedade, pela finalização da obra da Transnordestina, cujo ramal ferroviário que vai ao Pecém caminha com lentidão enquanto os custos crescem.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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