É preciso recomeçar – e virar a página

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Nunca, jamais nesse País, revolveu-se tanta lama — com os principais envolvidos no meio político ainda fazendo de conta que não é com eles. Mesmo a grave crise econômica não os demove da vontade de salvar a própria pele, custe o que custar. A política está tão carcomida que é quase impossível imaginar quem se manteve íntegro. Provavelmente ninguém.
Então vamos varrer pelo voto todos esses nomes que se valeram de seus cargos públicos para enriquecimento próprio, por décadas. Vamos aplicar a Lei da Ficha Limpa para quem quiser se candidatar no próximo pleito. Os agentes privados da economia que mancomunaram com eles, que sejam punidos conforme a lei. Precisamos concluir esse processo e virar a página.
Como será a nova política? Vão atuar novos personagens e talvez inexperientes, mas com o beneplácito
da dúvida de que podem acertar, mesmo com erros. Vamos recorrer aos meios empresariais e acadêmicos, em busca de novas figuras. Adotemos de forma extensiva a tecnologia da informação, de modo que possamos rastrear por meio eletrônico cada real pago pelo governo — nos três níveis. Quem quiser trabalhar no ou com o governo, já autoriza pleno acesso de seus dados bancários ao Tribunal de Contas.
Todos os contratantes públicos colocarão os seus contratos de obras e aquisições nos portais de Transparência, porque não existe fiscal mais competente do que a população. As obras terão que cumprir orçamento, prazo e padrões de qualidade conforme ABNT, e o executante terá que dar garantia pelos prazos estipulados pelo Código Civil.
O próprio Tribunal de Contas precisa ser repensado e as empresas de engenharia e seus quadros devem por em prática o chamado compliance. Imaginemos que velhos engenheiros estejam rindo, a essa altura, pela utopia aqui colocada. Mas a força maior que move a humanidade é o poder da renovação — porque o tempo não permite que nada fique estático e imutável. Tudo envelhece e acaba.
Chega o novo e existe a possibilidade — por pequena que seja — de que pode ser o início de outra era em termos éticos, em que o bem comum tenha mais valor do que o individual. Sem que isso seja privilégio de partidos políticos e governantes. Abaixo a velha política — viva o novo!

Fonte: Revista O Empreiteiro


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