Entre 2007 e 2011, a receita líquida das principais construtoras e incorporadoras do Brasil cresceu 50% ao ano, reflexo do aumento dos preços dos imóveis no mercado. No entanto, os custos cresceram em taxas maiores – cerca de 60% ao ano. Esse é o resultado do “Estudo sobre produtividade na construção civil: desafios e tendências no Brasil”, feito pela EY (antiga Ernst & Young) em conjunto com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
A consequência foi a redução das margens do negócio: o EBITDA combinado de sete das maiores incorporadoras e construtoras de capital aberto no Brasil caiu do patamar de 21% em 2007 para 16% em 2011. Essas margens continuaram apertadas nos últimos dois anos.
O aumento da produtividade é o principal caminho para a retomada das margens de lucro conclui o Estudo. Nesse cenário, a EY e a Poli-USP apontam sete alavancas de produtividade para o setor: planejamento da execução do empreendimento, adoção de métodos de gestão, modernização de equipamentos, adoção de novos materiais, novos métodos construtivos, melhorias na execução do projeto e qualificação da mão de obra.
A análise mostra que 41% das companhias não utilizam ferramentas de acompanhamento de indicadores de produtividade de forma consistente. Os principais indicadores utilizados são de produção em m² por dia (21%) e de produção em m² por recurso de mão de obra empregado (20%). Segundo o levantamento, entre 2007 e 2011, as principais construtoras e incorporadoras do Brasil tiveram crescimento em lançamentos (em m²) de 24% ao ano.
Além da análise combinada dos relatórios anuais das construtoras e incorporadoras, foram realizadas entrevistas pessoais em oito empresas e um questionário on-line foi respondido por 74 executivos que trabalham no setor no Brasil, dos quais, metade, são atuantes em empresas de grande porte (com mais de 500 funcionários). Segundo o IBGE, entre 2007 e 2012, o setor de construção civil cresceu quase duas vezes mais que o PIB nacional.
A análise da EY em conjunto com a Poli-USP teve como objetivo traçar um panorama sobre a produtividade para as empresas de construção civil no Brasil, definir e conceituar as principais alavancas de produtividade do setor e verificar no mercado de que forma tais temas são tratados na prática pelas empresas.
Fonte: Redação OE