Eurotunnel: Túnel Submarino entre França e Inglaterra

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O Eurotunnel, túnel ferroviário que liga França e Inglaterra sob o Canal da Mancha, enfrentou décadas de prejuízos e polêmicas, mas hoje opera com superávit e é referência em engenharia e transporte. Este artigo detalha sua história, desafios financeiros, estrutura técnica e relevância estratégica para o transporte europeu.


Introdução: Uma Obra Ambiciosa e Polêmica

Inaugurado em 1994, o Eurotunnel — ou Channel Tunnel, como é conhecido em inglês — liga as cidades de Folkestone, na Inglaterra, e Coquelles, na França. Com 50 km de extensão, sendo 38 km sob o mar, é o maior túnel submarino em operação do mundo. O projeto nasceu como símbolo da união europeia, mas logo se transformou em um desafio financeiro.


Crise Financeira e Recuperação do Eurotunnel

Apesar de sua grandiosidade, o túnel enfrentou um colapso financeiro logo após sua inauguração. O custo final foi o dobro do previsto e os dividendos só começaram a ser pagos em 2009. Em 2007, a empresa entrou em processo de reestruturação de dívida. A reviravolta veio com a recuperação econômica do Reino Unido e o aumento do tráfego de passageiros e cargas.


Operação e Estrutura do Túnel

O Eurotunnel é formado por três túneis paralelos: dois para trens e um para serviços. Os trens de passageiros, operados principalmente pela Eurostar, transportam veículos e viajantes entre Londres e Paris em pouco mais de duas horas.

  • Velocidade média dos trens: 140–160 km/h
  • Capacidade de carga anual: mais de 120 milhões de toneladas
  • Controle automatizado: 2 centros de controle, um em cada país

Avanço Tecnológico e Manutenção de Ponta

O sistema de sinalização TVM 430, utilizado também no TGV francês, garante segurança e eficiência. Um complexo sistema de escaneamento monitora o desgaste das rodas e trilhos, permitindo manutenções preventivas. Desde 2002, a Eurotunnel é referência global em manutenção ferroviária intensiva.


Incêndio de 2008: Teste de Resiliência

Um incêndio em setembro de 2008, causado por um caminhão embarcado, levou à evacuação segura de passageiros e suspensão parcial do serviço. O reparo custou cerca de €60 milhões e foi concluído em fevereiro de 2009. O sistema mostrou-se eficaz em emergências, garantindo rápida retomada das operações.


Abertura para Novas Operadoras

Com a liberalização do setor ferroviário europeu, outras operadoras como a Deutsche Bahn passaram a planejar rotas que cruzam o Canal da Mancha. O Eurotunnel se prepara para receber mais trens de alta velocidade e ampliar sua malha de conexões pela Europa.


Conclusão: De Obra Controversa a Modelo de Eficiência

O Eurotunnel é hoje um exemplo de superação de desafios técnicos, políticos e financeiros. De obra deficitária a modelo de transporte intercontinental, ele mostra como grandes obras de infraestrutura podem amadurecer e se tornar sustentáveis no longo prazo.


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