Fala-se hoje em arquitetura da violência ou da antiviolência. É aquela praticada nos projetos de condomínios fechados, equipados com equipamentos anti-invasões e que aos poucos vão ganhando o torneado daquelas fortalezas da Idade Média.
Esse tipo de edificação, construída segundo essa arquitetura, é encontrado na cidade de São Paulo e em outras capitais e cidades do interior. As modernas fortalezas são muradas, têm interfones, câmeras de segurança, cerca elétrica, e equipes de segurança armadas. Aos poucos, os condomínios também vão adquirindo o desenho e as características de cidades intramuros. Só faltariam mesmo, à entrada, os espelhos d´água com cobras e lagartos para apavorar os incautos.
Essas cidades e essas edificações, conquanto ilustrem a realidade desses tempos, precisam ser condenadas. No fundo, não constituem a solução ideal para o combate ao banditismo. As quadrilhas sempre encontram um meio de transpor a muralha. Além do que, as pessoas não podem ficar durante todo o tempo em prisão compulsória.
O governo tem de zelar pela segurança dos cidadãos e não pode deixar que eles se tornem reféns da paranóia generalizada.
Fonte: Estadão
