Governo fluminense diz que 65% das obras estão concluídas

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Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, concebido para estruturar a malha rodoviária local, foi orçado emR$ 1,1 bilhão e integra o PAC. Quando concluído,terá 145 km de extensão

Joás Ferreira

A exemplo de outras obras rodoviárias de grande porte – e, sobretudo, por se desenvolver dentro e nas proximidades de áreas urbanas – o Arco Metropolitano tem enfrentado uma série de obstáculos, que vai desde os problemas judiciais, com desapropriações, até ambientais, com a identificação de sítios arqueológicos.
O secretário Hudson Braga, de Obras do governo do estado do Rio, informa que, apesar daquelas dificuldades, os trabalhos hoje correspondem a perto de 65% do volume previsto. Mas a obra, embora seja considerada estratégica para a região e tenha sido iniciada em 2008, só deverá estar concluída em 2013.
O arco foi projetado para conectar cinco grandes eixos rodoviários nacionais, basicamente as rodovias Rio-Santos, Rio-São Paulo, Rio-Belo Horizonte-Brasília, Rio-Bahia e Rio-Vitória, com o Porto de Itaguaí, de modo a permitir o acesso e a saída desse terminal para todo o território brasileiro.
“Ele vai viabilizar a consolidação do estado do Rio como um dos principais centros logísticos do Brasil e terá papel estruturante para o desenvolvimento regional. Tanto assim, que, através da ligação transversal entre os cinco eixos, possibilitará a circulação entre os municípios da Baixada Fluminense, a cidade do Rio de Janeiro e o restante do estado, sem a necessidade de utilizar a avenida Brasil, a Ponte Rio-Niterói e trechos da Niterói-Manilha, já saturados pelo intenso tráfego”, diz o secretário. A obra deverá permitir, além disso, a ligação entre o porto e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O traçado

Para efeito de distribuição das obras, a rodovia foi dividida em três segmentos. O primeiro abrange um trecho da BR-493, de 25 km, que vai do entroncamento da BR-101, em Manilha, até o entroncamento com a BR-116, em Santa Guilhermina, e que será duplicado sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O segundo, já pronto, é de responsabilidade da concessionária ­Rio-Teresópolis (CRT). Ele vai do trecho da BR-116, com 22 km de extensão, até o entroncamento com a BR-040 em Saracuruna, Duque de Caxias.

O terceiro segmento fica na BR-101 (Rio-Santos), de 22 km. Foi duplicado pelo governo federal e vai de Itacuruçá à avenida Brasil (altura de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio).

O consórcio construtor prevê que, até o seu término, o Arco Metropolitano utilizará cerca de 90 mil m³ de concreto nos trechos em que optará pelo emprego de pavimento rígido; na construção de 54 viadutos e 18 pontes e em 82 passagens inferiores, incluindo dez zoopasssagens na Floresta Nacional Mario Xavier.

Dada a necessidade de apressar etapas das obras, devido aos atrasos já ocorridos, empresas do consórcio optaram pela pré-fabricação de vigas de concreto protendido em canteiro, em vez de executar as peças mediante concretagem in loco. Elas estão utilizando caminhões betoneiras, com capacidade para lançamento de até 40 m³ de concreto/h, e na fabricação de blocos e pilares e na concretagem dos tabuleiros de viadutos e pontes, além de outras travessias.

O consórcio responsável pela construção do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro é formado pelas construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Carioca, Queiroz Galvão, OAS, Camargo Corrêa, Delta (que desistiu do empreendimento) e Oriente.

Sítios arqueológicos

Desde janeiro de 2010, 62 sítios arqueológicos foram localizados, identificados e resgatados pelas equipes do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), ao longo de 70,9 km de obras de construção do Arco. Os sítios foram localizados nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí, na Baixada Fluminense.
No total, já foram encontradas quase 50 mil peças inteiras ou fragmentadas. O volume é tão grande de peças que o IAB, responsável pelo seu salvamento e armazenamento, teve de erguer um prédio anexo à sua sede, em Belford Roxo, para abrigar os artefatos descobertos.
Os sítios arqueológicos representam a raiz genética e cultural do povo da Baixada Fluminense. Eles são os primeiros registros da ocupação da Baixada e comprovam que lá viveram índios, escravos e europeus. Peças de cerâmica, ferro e louça dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, uma urna funerária tupi-guarani, da tradição Una, cachimbos africanos, louça chinesa são algumas preciosidades encontradas e que estão em exposição. Eles ganham ainda mais importância porque na Baixada não havia informações de arqueologia.

Fonte: Padrão


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