O diretor de Campanhas do Greenpeace criticou, nesta terça-feira, o fato de a Eletronuclear, estatal que gerencia o setor nuclear no País, divulgar que três funcionários de Angra 2 foram contaminados em um acidente somente dez dias após a ocorrência. Segundo ele, isso reflete o “mistério” que cerca o setor no Brasil, “graças à sua herança militar”.
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“Tudo o que é ligado à energia nuclear está envolto por um “cobertor de segredo”, afirmou Marcelo Furtado.
A Eletronuclear informou nesta terça-feira que um incidente ocorrido dentro da usina de Angra 2, no Rio de Janeiro, deixou três funcionários contaminados no último dia 15. A empresa informou que não houve vazamento do material para o meio ambiente e que o fato foi classificado como um “evento não-usual de grau 1” (o mais baixo) e por isso não há necessidade de ações reparadoras.
“O acidente em Angra 2 serve para ilustrar a incoerência de se ter no Brasil um mesmo órgão – a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) – responsável pela promoção e fiscalização da energia nuclear no País”, disse Leitão.
Para o diretor do Greenpeace, esse acidente demonstra que podem ocorrer outros mais sérios.
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Segundo ele, a tecnologia é perigosa e desnecessária para o Brasil e situações como essa deveriam servir para a sociedade refletir se há sentido esse investimento, que ele chama de “burro” para construir Angra 3.
“Temos no Brasil um potencial energéitico enorme de recursos renováveis. O investimento de Angra 3 poderia ser usado para construir uma usina de vento no Nordeste do tamanho de Itaipu. Isso seria muito mais interessante e geraria mais energia”, disse Furtado.
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Segundo a Eletronuclear, o acidente aconteceu quando uma peça era raspada para a retirada de material radioativo. Um funcionário não desconectou o sistema de ventilação e algumas partículas se espalharam pela usina, disparando o alarme de Angra 2.
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Os seis trabalhadores que estavam próximos à sala foram monitorados e “verificou-se que o nível de radiação a que se submeteram foi muito abaixo dos limites estabelecidos nos procedimentos da empresa e nas normas reguladoras”, informou a responsável pela usina, em nota.
A estatal informou que os três funcionários foram atendidos na usina e foram descontaminados em um centro especializado em Mambucaba, no Rio de Janeiro. Eles passam bem e trabalham normalmente.
Fonte: Estadão
