Hexion triplica investimento no RS

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O Rio Grande do Sul desbancou Uruguai e Chile e aumentou em 237% o investimento previsto pela norte-americana Hexion Química, maior fabricante mundial de resinas para painéis de madeira, na unidade que será construída em Montenegro. Com a revisão do porte da produção da planta, o Estado poderá passar de importador a exportador das resinas. As tratativas com o governo estadual ocorreram nos últimos seis meses. A empresa decidiu passar de R$ 32,5 milhões para R$ 110 milhões o valor da unidade que fabricará resina fenólica e ureica, principais insumos na constituição de chapas de madeira para indústria moveleira e da construção civil, e de formaldeído 37%.

A montagem da planta deve começar nas próximas semanas em uma área de 15 hectares no distrito industrial do município gaúcho. A Hexion ficará em frente à unidade da chilena Masisa, de painéis para móveis, e à fábrica de tratores da John Deere. A largada na instalação só aguarda a assinatura do protocolo entre a governadora Yeda Crusius e representantes da empresa. A unidade da indústria química, que deve ter capacidade para produzir 450 toneladas por ano, gerará 500 empregos diretos e indiretos.
A Hexion adotará terceirização em diversas etapas, desde a manutenção à logística. A ampliação do investimento colocará o território gaúcho no epicentro de fornecimento desses produtos químicos para a cadeia de painéis no Sul do País e para os países do Mercocul e o Chile. A montagem da planta deve levar seis meses.

Segundo fontes que acompanharam as negociações, a empresa tinha outras duas opções, alternativas à concentração do negócio no Estado: poderia ampliar a unidade existente no Uruguai, de menor porte, ou expandir a operação em solo chileno. O que desequilibrou a balança em favor do estado brasileiro foi o reforço que o ramo de fabricação de chapas de MDF e MDP está tendo com o começo do funcionamento de duas novas plantas de dois grandes players do segmento no País: a Masisa, em Montenegro a partir de junho, e a Satipel, em Taquari (a planta existente foi desativada e uma nova, com capacidade bem superior, entrou em funcionamento). Outra companhia do setor, a Fibraplac, acaba de duplicar a produção na sede em Glorinha e também prevê nova unidade em Rio Grande.

A proximidade com os clientes é diferencial competitivo que a Hexion, com 25% do mercado de resina fenólica e 22% do de ureica e de formaldeído 37%, não poderia recusar. Atualmente, os produtos químicos usados são trazidos do Paraná, onde fica uma unidade da norte-americana ou de outros concorrentes. Segundo o consultor da Maxiquim Paulo Macaúbas a sinergia entre fornecedor e a unidade que utilizará as resinas é fundamental para maior qualidade da mercadoria final, o painel. Macaúbas explica que a menor distância da fonte produtora dos materiais, usados como aglutinadores dos cavacos de madeira, permite melhor suprimento, em caso de aumento de demanda, e facilita ajustes em maquinários.

"Cada unidade tem uma característica e precisa ter uma resina que funcione adequadamente", esclarece o consultor. Ele lembra ainda que neste ramo o contrato de fornecimento prevê até multa caso a resina não responda à qualidade esperada pela indústria de painel. O menor custo com transporte reduzirá o preço final das chapas. "O Rio Grande do Sul sairá de importador a exportador das resinas", comemora o secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Montenegro, Dario Colling, que aponta que a revisão do tamanho do investimento ajudará a atrair empresas do ramo moveleiro, segmento que ainda não se instalou no município.

Fonte: Estadão


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