Infraestrutura aeroportuária no Brasil: tecnologia, desafios e o futuro da experiência do passageiro

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Por Nildo Carlos Oliveira

O avanço da aviação exige que os aeroportos acompanhem a evolução tecnológica para garantir conforto, segurança e eficiência. No entanto, a infraestrutura aeroportuária no Brasil ainda enfrenta grandes desafios, mesmo com tecnologias disponíveis no mercado nacional e internacional.


O papel dos aeroportos na expansão urbana

Mais do que apenas estruturas operacionais, os aeroportos devem ser uma extensão do crescimento urbano. Precisam ser projetados com foco no futuro, prevendo:

  • Crescimento de demanda
  • Integração com novos materiais e tecnologias
  • Escala humana e conforto para o usuário

Segundo o arquiteto Sérgio Parada, um terminal deve ir além da função de embarque. Ele deve incorporar tecnologias da construção civil e também inovações específicas da aviação, como:

  • Sistemas modernos de transporte de bagagens
  • Pontes de embarque eficientes (fingers)
  • Conforto termoacústico
  • Gestão e tratamento de resíduos nos terminais e pistas

Deficiências visíveis nos aeroportos brasileiros

Apesar dos avanços tecnológicos disponíveis, os principais aeroportos do Brasil ainda sofrem com infraestrutura precária:

  • Banheiros pequenos e mal dimensionados
  • Ausência de esteiras rolantes em longas distâncias
  • Check-ins congestionados
  • Esteiras de bagagem lentas e inseguras
  • Escadas estreitas e elevadores frequentemente inoperantes
  • Déficit de fingers, forçando embarques remotos
  • Falta de integração com transporte urbano rápido (metrô ou trem)

Essas deficiências são especialmente visíveis em grandes hubs como Guarulhos e Congonhas, onde os passageiros são obrigados a enfrentar longas caminhadas ou deslocamentos em ônibus até o avião.


Por que as melhorias não acontecem?

O principal entrave está na limitação física e estrutural dos terminais atuais. Muitos aeroportos foram projetados para uma realidade passada e não comportam o volume de passageiros atual. Além disso, faltam:

  • Planejamento urbano e aeroportuário integrado
  • Investimentos contínuos e planejados
  • Agilidade na execução de obras públicas

Ainda que o Brasil disponha de tecnologia, mão de obra e capacidade industrial, as melhorias são postergadas. Em alguns casos, só avançam diante de grandes eventos, como ocorreu nas obras para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.


Soluções estão ao alcance

A tecnologia de ponta já está disponível para aplicação em:

  • Docagem de aeronaves
  • Transporte automatizado de bagagens
  • Eficiência energética e reaproveitamento de recursos naturais
  • Integração entre arquitetura e operação aeroportuária

O desafio está em tirar esses projetos do papel e garantir que os terminais brasileiros ofereçam uma experiência condizente com os padrões internacionais.


Considerações finais

A modernização dos aeroportos no Brasil não deve depender de eventos pontuais. É preciso planejamento estratégico, investimentos contínuos e visão de longo prazo. Só assim será possível oferecer uma infraestrutura condizente com a importância da aviação para o desenvolvimento do país.


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