Marquise/WeBuild e chinesa CCCC surgem como firmes interessadas no leilão do túnel Santos-Guarujá

Marquise/WeBuild e chinesa CCCC surgem como firmes interessadas no leilão do túnel Santos-Guarujá

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O leilão de concessão do Túnel Santos-Guarujá, que exigirá investimentos da ordem de R$ 6 bilhões, tem dois grupos confirmados na disputa. Um dos consórcios é composto pela construtora brasileira Marquise Infraestrutura e pela italiana WeBuild. A multinacional China Communications Construction Company (CCCC) também participará do certame, marcado para o dia 1º de agosto.

A participação da companhia chinesa foi citada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. “A CCCC manifestou na China oficialmente que vai participar do processo de concessão do túnel de Santos”, afirmou o ministro ao Estadão. Já a construtora italiana WeBuild já havia exposto, em abril, interesse em participar. Inicialmente, pretendia se unir à Andrade Gutierrez, mas acabou firmando parceria com a Marquise Infraestrutura.

Primeiro túnel submerso do País, o Santos-Guarujá terá 860 m de extensão entre as margens (incluindo embocaduras), dos quais 761 serão submersos – embaixo do canal do Porto de Santos, a uma profundidade de 21 m, de forma a não comprometer o tráfego de navios no local. Desde 1927, discute-se uma forma de ligação mais rápida entre as cidades – por terra, o trajeto exige 43 km, que é percorrido em uma hora. Com o túnel, a travessia deve ser feita em menos de dois minutos. 

Pelo mar, atualmente, mais de 21 mil veículos cruzam diariamente as duas margens utilizando balsas e catraias, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres. A balsa opera de 15 em 15 minutos e tem capacidade para 872 veículos por hora. Contudo, por conta da movimentação do Porto de Santos – são 35 navios por dia –, a média de espera pode variar entre 20 e 60 minutos, uma vez que o serviço é interrompido quando os navios passam. 

Projeto atrai interesse internacional

WeBuild opera projetos de infraestrutura nos EUA, Chile, Canadá, Malásia, Emirados Árabes, Catar, entre outros. Já a Marquise Infraestrutura reúne em seu currículo algumas das principais obras em execução no Brasil. Atua na construção da Transnordestina, considerada atualmente o maior projeto de infraestrutura em andamento no País. No Ceará, está à frente de três iniciativas estratégicas: a ampliação do Porto de Pecém, o sistema adutor Eixão das Águas e a implantação da Usina de Dessalinização. No Sudeste, participa de obras da Copasa, em Minas Gerais, e de dois empreendimentos hídricos no Estado de São Paulo – as barragens de Duas Pontes e de Pedreiras.

A CCCC também tem histórico de atuação em grandes projetos no Brasil. Ela faz parte da parceria público-privada com o governo da Bahia para a construção da ponte Salvador-Itaparica. Com 12,4 km de extensão, a ponte será a maior travessia sobre lâmina d’água da América Latina. No total, o complexo da ponte terá 46,4 km, considerando também os acessos viários (30 km em Itaparica e 4 km em Salvador). Até então a maior ponte do Brasil, a Rio-Niterói tem 13,3 km de extensão, mas inclui os acessos viários. Do total, apenas 8,83 km são sobre a linha d’água. 

CCCC está entre as companhias que projetou e construiu as maiores pontes do mundo da atualidade: sete das dez principais pontes; cinco das dez maiores pontes de suspensão; cinco das dez pontes estaiadas com os vãos mais longos e seis das dez consideradas melhores pontes de travessia marítima. Um dos exemplos é a ponte Changtai Yangtze River Bridge, sobre o rio Yangtze, considerada a maior ponte estaiada do mundo, com comprimento total de 5,3 km e vão principal de 1.176 m.

Fontes do mercado que acompanham o projeto do Túnel Santos-Guarujá afirmam que outros grupos de empresas estão interessados em participar do leilão. Inclusive de outros países, o que mostra que o setor de infraestrutura continua atraindo investidores internacionais. Entre eles, estão a construtora portuguesa Mota-Engil, a espanhola Acciona e as brasileiras EGTC (Queiroz Galvão), Concremat, Ecorodovias e a OEC (Odebrecht).


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