Nildo Carlos Oliveira
Toda manhã, senão toda hora, o noticiário chega repetitivo. Houve um período em que montei um arquivo das informações sobre corrupção no País. O arquivo transbordou. Havia uma pasta sobre corrupção municipal, estadual e federal. E não havia pasta que chegasse. Os personagens poderiam ser diferentes na forma, mas semelhantes no conteúdo, quer dizer, na prática.
Ainda há algum tempo havia o noticiário sobre as ocorrências envolvendo o Carlinhos Cachoeira; sobre a defenestração de um ministro do Ministério dos Transportes; e informações, abundantes, a respeito de presidentes de empresas estatais e construtoras, além de senadores, deputados, vereadores. Era um nunca acabar de personagens. De tão repetitivo, o noticiário ficara monótono. E vinha a pergunta: Como um País pode conviver com escândalos que pipocam a todo instante e, a todo instante, outros ficam armazenados para aparecer no dia seguinte?
Hoje, entre os escândalos constatados no Distrito Federal e pelos estados do Norte e Nordeste e outros mais, há notícias sobre a ação da Justiça, que bloqueou nada menos que R$ 57 milhões de ex-diretores da CPTM e de consultores investigados por suspeita de fraude em licitações de trens e metrô.
E, coroando esse caudal de escândalos, está aí o caso dos acusados de formarem a quadrilha responsável pelo esquema de propina na Secretaria de Finanças da Prefeitura paulistana.
A pilhagem continua à solta, mas a injustiça, contra os pequenos, se intensifica. Uma situação que se agrava por conta do esbulho representado pela alta incompreensível do IPTU. Seria importante que, antes aplicar impostos e multas, muitas injustas, contra a população, a prefeitura tratasse de blindar as brechas pelas quais a corrupção sai por aí surrupiando montante extraordinário de dinheiro público.
Antonio Torres
Quero parabenizar o prezado amigo Antônio Torres, baiano de Sátiro Dias, eleito para ocupar a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, que pertencera a Machado de Assis. Jornalista e autor de vários romances, dentre eles “Essa Terra”, se faz absolutamente merecedor de ocupar aquela vaga, na Academia.
Numa fase nacional – e internacional – em que, segundo Vargas Llosa, há a primazia das imagens e da pirotecnia sobre as ideias, o reconhecimento de um escritor como Antônio Torres é um oxigênio de satisfação.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira