O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado no início de 2007, pelo governo federal, trouxe novo alento a vários projetos ferroviários, tanto para o transporte de carga quanto de passageiros, em diversas regiões do País, cujas obras há anos permaneciam paradas, ou seguiam a passos lentos por falta de recursos. Um bom exemplo é o metrô de Fortaleza, cuja execução se arrasta há oito anos, com apenas 45% das obras realizadas. Ou ainda o metrô de Salvador, que não recebeu nenhum centavo em 2005, e cujo traçado foi cortado pela metade, para 6 km, por causa da redução do orçamento. No âmbito do Ministério dos Transportes, o montante a ser aplicado é de R$ 55,279 bilhões. Desse total, R$ 7,8 bilhões irão para 13 projetos ferroviários, beneficiando o total de 2.518 km de estradas de ferro. Só em 2007 deverá ser investido R$ 1,6 bilhão desse total. Entre as obras incluídas no programa estão as ferrovias Transnordestina e Norte-Sul – trecho entre Alto Araguaia e Rondonópolis. Outro projeto há muito esperado, que agora poderá sair do papel, é o do Ferroanel da cidade de São Paulo, que evitará a circulação dos trens de carga por passagens de nível e áreas densamente povoadas, facilitando o acesso das composições ao Porto de Santos. No Rio de Janeiro, está prevista a adequação do ramal ferroviário no perímetro urbano da cidade de Barra Mansa, por onde passam linhas da MRS e da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Já no âmbito do Ministério das Cidades, o PAC beneficiará quatro metrôs: Salvador, Recife, Belo Horizonte e Fortaleza, que fazem parte do sistema administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Para esses projetos serão destinados R$ 3,1 bilhões. Estima-se que desse total R$ 721 milhões serão desembolsados ainda dentro de 2007. A inclusão desses quatro projetos no Projeto Piloto de Investimentos (PPI) 2007-2010 deverá assegurar que não haja contingenciamento dos recursos programados, permitindo a sua liberação até o fim das obras. Uma vez concluídos, os quatro projetos deverão elevar os níveis de conforto e segurança nos deslocamentos das populações dos municípios por eles atendidos, melhorando sua qualidade de vida. Os benefícios vão da redução dos tempos de viagem e do consumo de derivados de petróleo, à melhoria significativa dos níveis de acessibilidade. Isso sem falar no aquecimento da indústria da construção e na geração de empregos. Foi apresentada ainda a proposta para incluir a modernização dos Sistemas de Natal, João Pessoa e Maceió, que está em análise pela Comissão de Monitoramento e Avaliação (CMA) do PPA. O que se espera é que os investimentos públicos nesse conjunto de obras atraiam novos recursos da iniciativa privada e que isso crie um círculo virtuoso desejável para o desenvolvimento de projetos de transporte de grande capacidade no País.
METRÔ DE BH PARALISOU LINHA 2 EM 2004
O projeto do Metrô de Belo Horizonte prevê a construção de três linhas. A primeira delas (Linha 1), cujas obras foram iniciada em 1981, está em fase de conclusão e consiste na construção de 19 estações ao longo de 28,2 km de linha, entre Eldorado e Vilarinho. Os investimentos exigidos são de US$ 750 milhões, sendo US$ 560 milhões aplicados pelo Tesouro da União, e US$ 190 milhões oriundos de um contrato de financiamento com o Banco Mundial. A última etapa desta linha, no trecho entre São Gabriel e Vilarinho, com 6,6 km, foi concluída em 2005, com a construção de cinco estações (São Gabriel, 1° de Maio, Waldomiro Lobo, Floramar e Vilarinho). Enquanto as intervenções na Linha 1 caminharam, mesmo que lentamente, o mesmo não se verificou na Linha 2, cujas obras estão paralisadas desde 2004, por falta de recursos. Essa etapa prevê a implantação de uma via com uma extensão total de 16,5 km, no sentido sudoeste-centro, ligando as regiões de Barreiro a Hospitais, no Centro, com orçamento estimado em R$ 695 milhões. No momento em que os trabalhos foram interrompidos, haviam sido executadas as obras de transposição da faixa, conclusão de seis viadutos ferroviários, um viaduto rodoviário e duas passarelas. Estavam sendo realizadas as obras para a construção da transposição ferroviária de Gameleira (ponto de cruzamento das Linhas 1 e 2), terraplenagem, drenagem, contenções, vedações da faixa e superestrutura das linhas de carga, em função do remanejamento das mesmas. Foram realizadas cerca de 16% das desapropriações e 38% das obras civis previstas. Já a Linha 3, permaneceu na fase de projeto. Está prevista a construção de 12,5 km de via subterrânea, no trecho entre Pampulha e Savassi, com custo avaliado em R$ 806 milhões. A previsão é que as obras tenham início em 2008 e estejam concluídas em 2012.
PAC INJETARÁ RECURSOS
Para dar continuidade a esses projetos, foram aprovados, no PAC, investimentos de R$ 186,338 milhões, a serem distribuídos ao longo dos próximos três anos. O que dá uma média de R$ 62 milhões por ano. Em 2007, especificamente, serão investidos R$ 84,3 milhões, pois aos recursos do PAC serão acrescentados R$ 22,3 milhões de restos a pagar referentes aos anos de 2005 e 2006. Cerca de 90% dos novos investimentos serão para a Linha 2 no trecho Calafate até Barreiro, representando R$ 167,4 milhões. Parte dos recursos visam promover a segregação da faixa de domínio ferroviária, com a conclusão das desapropriações, obras de terraplanagem e drenagens, muros de vedação, contenções das encostas e viadutos de cruzamento com as vias urbanas. A verba será usada ainda para dar continuidade ao Projeto de Engenharia do metrô subterrâneo da Linha 3 (Pampulha – Savassi). O PAC destina também recursos para a Linha 1, onde será feita a complementação da implantação do terminal Vilarinho, aquisição de equipamentos e instrumentos de conservação e medição da geometria da via, além de aquisição de sobressalentes complementares dos sistemas de sinalização e de telecomunicação.
OBRAS COMPLEMENTARES
Ao longo de 2006 foram realizadas apenas as obras complementares e de melhorias gerais das estações da Linha 1, com destaque para a construção, no Pátio São Gabriel, do galpão de depósito de inflamáveis, acréscimo do galpão do torno rodeiro; implantação do galpão de almoxarifado; enclausuramento de compressores e instalação de laje na oficina. O saguão subterrâneo na Estação Central foi concluído, e a plataforma da estação Vila Oeste, recuperada. As obras de revitalização das pistas da E
stação Eldorado também chegaram ao fim, mas a implantação e o início da operação do sistema de lavagem dos trens foram adiados. Ainda no ano passado foi concluído o termo de referência para aquisição de estações de monitoramento da qualidade do ar, no convênio com a prefeitura de Belo Horizonte. Neste momento, estão sendo finalizadas as obras de revitalização dos terminais de integração de Eldorado e Vilarinho; a instalação de oito escadas rolantes e dois elevadores para as estações Central e São Gabriel; e os terminais de integração de São Gabriel e Lagoinha. Também estão sendo realizadas obras de melhoria dos acessos nos entornos da Estação Horto Florestal, objeto de outro convênio com a prefeitura, bem como ações institucionais para viabilizar a transferência da administração do sistema para governos locais. No que diz respeito a sistemas, em 2006 foram executadas intervenções para completar a instalação da sinalização, ainda em fase de operação monitorada. Testes de compatibilidade de rotas do Pátio de São Gabriel foram realizados, e foram instaladas todas as unidades remotas de Tráfego do Sistema de Transmissão de Dados. Os testes em plataforma de ensaio das principais funções do Sistema de Controle de Trafego, envolvendo Programa Horário, Prefixação e Rastreamento de Trens, além das funções de comando e controle, também foram concluídos em 2006, juntamente com a infra-estrutura do Centro de Controle Operacional (CCO). Prosseguem ainda as instalações das unidades remotas (UR’s) das subestações e cabines do trecho Eldorado – Vilarinho. Os sistemas de telecomunicações e de bilhetagem automática estão em operação plena, em período de garantia contratual de equipamentos. Já no tocante ao material rodante, em 2006 foi completado o fornecimento do sistema de controle de freios para os 25 trens que compõem a frota, e emitido o certificado de recebimento provisório do torno para usinagem de rodas. Está em andamento o fornecimento da prensa de eixamento de rodeiros. As empresas contratadas para o fornecimento e instalação dos sistemas e equipamentos nas estações foram Atlas Schindler, Siemens, Bombardier, Sab Wabco e Coimmal. As obras civis foram tocadas pela Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Sade, Sbei. Até o ano passado, os recursos investidos em todo o sistema somavam R$ 640 milhões.
METRÔ DE RECIFE INICIA OPERAÇÃO EXPERIMENTAL
Os investimentos aprovados no PAC para o Metrô de Recife são de R$ 295,6 milhões nos próximos dois anos. Em 2007 serão investidos R$ 152,8 milhões, pois aos recursos do Programa serão acrescentados R$ 52,8 milhões de restos a pagar referentes aos anos de 2005 e 2006. Em obras civis, a prioridade é para a conclusão dos acabamentos das estações de Monte dos Guararapes e Cajueiro Seco, na Linha Sul. Também tem prioridade a implantação de um pré-metrô no trecho entre as Estações de Cajueiro Seco até o Cabo de Santo Agostinho, para o que serão necessárias a recuperação e duplicação da via, com reforma de cinco estações e duplicação de duas pontes ferroviárias e um viaduto rodoviário. Existe a proposta de substituição das locomotivas e carros, pela aquisição de seis Veículos Leves Sobre Trilhos – VLTs a serem desenvolvidos pela indústria brasileira. O projeto de expansão do metrô da capital pernambucana compreende a construção de 4,7 km de via dupla eletrificada, de Rodoviária (TIP) até Camaragibe (Timbi), na Linha Centro; a implantação de 14,3 km de via dupla eletrificada no trecho Recife-Cajueiro Seco, na Linha Sul; a relocação de 11 km da linha ferroviária de carga entre Afogados e Cajueiro Seco e a construção da segunda via, com 11,5 km, do trecho entre Cajueiro Seco e Cabo, além de melhorias gerais na malha já existente. O custo desse projeto é de US$ 204 milhões No ano passado, as estações Porta Larga e Prazeres (Linha Sul) foram concluídas, assim como o trecho entre as estações Imbiribeira e Recife, na mesma linha. Em outubro foi iniciada a operação experimental do trecho de Imbiribeira a Porta Larga, com circulação de um trem semanal. Também foram entregues os serviços referentes ao trecho Rodoviária-Camaragibe, e iniciada a fase de testes. O sistema de controle automático de trens (ATC) foi instalado em quatro trens, e efetuados os pedidos de fornecimento dos equipamentos de sinalização para a linha Sul, com recebimento dos mesmos nos meses de outubro, novembro e dezembro/2006. A passarela de Frigorífico do Nordeste foi concluída, e foi dada continuidade nas de Padre João Pedro da Silva e de Aurélio de Castro, bem como a execução dos muros de fechamento do trecho Imbiribeira-Aeroporto. As desapropriações pertinentes ao novo terminal de Integração da Estação de Joana Bezerra foram concluídas. Neste momento estão em andamento as obras de interligação das subestações Joana Bezerra e Recife com a Companhia Elétrica de Pernambuco (Celpe); a construção da via permanente entre Cajueiro Seco e Porta Larga; e o fechamento lateral da fachada leste da estação Joana Bezerra. As estações de Antônio Falcão e Tancredo Neves estão em fase de acabamento, e prosseguem as obras nas estações Shopping, Aeroporto, Monte dos Guararapes e Cajueiro Seco, da Linha Sul, bem como a ampliação do Terminal de Camaragibe. Foi reiniciado o fornecimento do sistema de telecomunicação (implantação de fibra óptica, CFTV, sonorização e cronometria), estando prevista a conclusão da execução dos serviços para setembro de 2007. Estão em curso também as obras para recuperação da oficina de pequenos reparos e do posto de abastecimento da Estação Cabo (pertencente ao sistema de trens a diesel de Recife). Até 2006 já foram investidos R$ 575,8 milhões na construção do sistema. As empresas envolvidas na execução do projeto são Tecnosolo, Ecoplan, M.K., Enefer, URB, Merco, Chesf, Plasser&Theurer, Flamac, Camargo Corréa, Carioca, OAS, Odebrecht, Emsa, Andrade Guedes, CNO/Queiroz Galvão e Balfour Beatty.
METRÔ DE FORTALEZA: OBRAS INTERROMPIDAS EM 2005
Para o metrô de Fortaleza, o PAC destinou R$ 523,5 milhões, a serem liberados nos próximos três anos. Para a Linha Sul, trecho Vila das Flores – João Felipe, os investimentos serão da ordem de R$ 493,5 milhões e na Linha Oeste, trecho João Felipe – Caucáia serão R$ 30 milhões. Em 2007 serão investidos R$ 203 milhões, pois aos recursos do PAC serão acrescentados R$ 126,1 milhões de restos a pagar referentes aos anos de 2005 e 2006. Até o ano passado, já foram investidos R$ 647,8 milhões na construção do sistema
de Fortaleza. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), subordinada ao Ministério das Cidades, participa como representante do Governo Federal na implantação do metrô cearense, em parceria com o Governo do Estado, através de convênios para a transferência de recursos necessários às obras e serviços. A CBTU também acompanha e fiscaliza a execução e aplicação dos recursos. O metrô de Fortaleza contará com 34 estações para atender à população dos municípios de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Maranguape e Pacatuba. Para efeito de execução, o projeto foi dividido em três estágios. O primeiro estágio – Linha Sul (Vila das Flores–Estação João Felipe) compreende a construção de 24 km em via dupla, sendo 18 km em superfície, quatro em subterrâneo e dois em elevado. Seu custo é estimado em US$ 502 milhões. Esse valor inclui os serviços de gerenciamento, apoio técnico e elaboração dos projetos executivos das obras civis, a supervisão, fiscalização e controle de qualidade das obras e serviços, além dos serviços relativos à execução de obras civis, fabricação e fortalecimento de bens necessários à implantação do primeiro e segundo estágios. O segundo estágio – Linha Oeste (João Felipe – Caucaia), compreende 10 estações em 19,5 km. E o terceiro estágio, no Ramal de Maranguape, prevê a implantação das estações Parque Soledade, Padre Andrade, Floresta, Álvaro Weine, Francisco Sá, Padre Cícero e Montese. Esses dois últimos estão na fase de projeto. As obras pra a implantação do primeiro estágio foram paralisadas em janeiro de 2005. Do trecho subterrâneo, entre as estações Couto Fernandes e João Felipe, já foram escavados 873 m do túnel, o que corresponde a 34% do total. Nas estações Benfica e São Benedito, 91% das obras já foram concluídas. No trecho de superfície, que vai de Vila das Flores à estação Aracapé, já estão concluídos 91% da super e infra-estrutura da via.metroviária e 94% da super e infra-estrutura da via de carga. Das obras do centro de manutenção de Vila das Flores, 71% já estão concluídas, bem como 66% das obras de adaptação de sete estações para a operação dos trens metropolitanos (Couto Fernandes, Paranguaba, Porangabussu, Vila Pery, Manuel Sátiro, Mondubim e Conjunto Esperança). Para este ano, as prioridades são a continuidade das obras no trecho subterrâneo, entre as estações Benfica e Lagoinha, e a instalação da via permanente no trecho em superfície, entre Vila das Flores e Conjunto Esperança. Também terão continuidade as obras nas estações Alto Alegre, Aracapé e Conjunto Esperança. Entre as estações Aracapé e Conjunto Esperança foram iniciadas as obras do Viaduto Rodoviário Maria Gomes de Sá, que também prosseguirão este ano. No trecho entre Conjunto Esperança e Couto Fernandes (7,86 Km em superfície), estão em execução os serviços de relocação da via permanente, além do início da execução do elevado do Pólo de Parangaba. E no Centro de Manutenção serão executados os serviços de muro de vedação e drenagem As empresas envolvidas neste estágio são a construtoras Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, Alstom, Siemens, Balfour Beatty e Bombardier. Atualmente, estão em fase final de elaboração pelo Metrofor os editais das licitações para obras civis, via permanente, estações e passagem em nível, obras- de-arte especiais e correntes (Viaduto Rodoviário na Rua Visconde de Cauípe e remoção das interferências no seu entorno); e gerenciamento, supervisão e projeto executivo para melhorias da Linha Oeste. Uma vez concluído, o metrô de Fortaleza transportará seis vezes mais passageiros que hoje, passando dos 30 mil usuários/dia para 185 mil.
SALVADOR: DAS 19 FRENTES DE OBRAS, SÓ SOBRARAM CINCO
O metrô de Salvador contará com R$ 497,8 milhões do PAC. Os recursos serão distribuídos para as duas etapas de execução do projeto, conforme seu escopo original. Na primeira delas, trecho Lapa – Pirajá, os investimentos serão da ordem de R$ 471,1 milhões. Para a segunda fase, trecho Calçada – Paripe serão destinados R$ 26,7 milhões. Somente este ano, serão investidos R$ 193,1 milhões, pois aos recursos do PAC serão acrescentados mais R$ 141,4 milhões de restos a pagar referentes aos anos de 2005 e 2006. Até 2006 já haviam sido investidos R$ 488,6 milhões na construção do metrô da capital baiana. Conforme o escopo original, a primeira fase do metrô de Salvador prevê a construção de 12 km de via dupla no trecho Lapa – Pirajá, com oito estações – Lapa, Pólvora (trecho subterrâneo), Brotas, Bonocô, Acesso Norte, Retiro, Juá e Pirajá. Dos 12 km de via a serem construídos, 1,5 km será em túnel, de até 32 m de profundidade; 6,50 km serão em superfície; e o restante em elevado. Serão construídos ainda quatro terminais de integração metrô/ônibus e um centro de controle operacional (CCO). A segunda fase, consiste na modernização do sistema de trens elétricos existentes e em operação, no subúrbio, no trecho Calçada – Paripe, com 13,5 km. Esse sistema, operado atualmente pela CBTU, será posteriormente transferidos ao Estado da Bahia. Na primeira fase, o metrô de Salvador, vem exigindo investimentos da ordem de US$307,8 milhões. Desse total, US$150 milhões serão financiados pelo Banco Mundial, US$104,4 milhões serão contrapartida dos governos federal, estadual e municipal, e US$53,4 milhões corresponderão à participação da iniciativa privada, por meio do fornecimento de material rodante e sistemas e da concessão para operação do sistema. Já para a remodelação do trecho Calçada – Paripe, serão necessários R$ 86,3 milhões. As obras foram iniciadas em outubro de 2000 e paralisadas em 2005, por falta de verba. Na ocasião, chegou-se a cogitar o corte do traçado pela metade, para 6 km, para caber no orçamento. Desde então, as obras prosseguiram em ritmo muito lento. Dos 19 canteiros de obras, distribuídos inicialmente, ao longo da via em construção, sobraram apenas cinco unidades. E dos três mil funcionários que chegaram a ser contratados, apenas 300 foram mantidos. O ritmo da obra foi reduzido em 70%. Atualmente cinco estações estão sendo construídas: Lapa, Campo da Pólvora, Brotas, Bonocô e Acesso Norte. Com relação ao trecho Calçada – Paripe, do Sistema de Trens Urbanos, estão sendo realizados os serviços de substituição de dormentes, lastramento de via, im
plantação de para-lastro, limpeza do sistema de drenagem, roçagem e capina. Também estão sendo executados muros de arrimo, revestimento de paredes e serviços de terraplanagem. Uma vez concluído o projeto, o metrô baiano estará apto a transportar 200 mil passageiros/dia. Hoje, o sistema Calçada – Paripe, transporta por dia 14 mil pessoas. Após esses investimentos, esse trecho poderá ofertar 40 mil viagens/dia.
FROTA DE PRIMEIRO MUNDO
No ano passado, foi fechado contrato para o fornecimento e montagem do sistema de sinalização e dos sistemas auxiliares do metrô. O governo do Estado da Bahia fechou o contrato com as três empresas asiáticas que, reunidas em joint venture, venceram a concorrência para o fornecimento dos trens novos para o sistema. São elas a Mitsui e Co., Ltda, a Rotem Company, e a Toshiba Corporation. Serão 11 trens modernos, com quatro carros, cada trem com capacidade para transportar 1.250 pessoas, no padrão dos mais avançados veículos do gênero em operação no mundo. A velocidade comercial prevista será de até 70km/h. A Siemens ficou responsável pelo fornecimento, instalação, montagem, comissionamento e colocação em operação do sistema de alimentação de energia, compreendendo três subestações retificadoras de tração e oito subestações auxiliares Em termos de obras civis, em 2006 foi realizado o julgamento das propostas para contratação de supervisão das obras civis e gerenciamento das obras. Encontram-se em andamento as obras nas estações do trecho em Lapa, Campo da Pólvora, Brotas e Acesso Norte, bem como dos túneis Lapa/Pólvora, Lapa/Rabicho e Pólvora/Fonte Nova, dos elevados Bonocô II e III. Os serviços já foram concluídos na travessia Ladeira do Cabula. Já no que diz respeito à segunda fase, em 2006 prosseguiram as intervenções para a recuperação de três trens usados, da Série 4800, adquiridos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O primeiro deles já se encontra em fase final de montagem. Foram iniciadas as obras civis de reforma das instalações fixas, e de recuperação da via permanente do sistema Calçada – Paripe. E iniciados os estudos do novo projeto para a ponte São João, para torná-la capaz de dar passagem aos trens de passageiro ao invés de trens de carga. As empresas envolvidas nestes trabalhos são a Noronha Engenharia S.A., Consórcio Bonfim – integrado pelas empresas MPE – Montagem e Projetos Especiais S.A., Bombardier Transportation Brasil Ltda. e Bombardier Transportation Spain S/A – a lesa, TC/BR Tecnologia e Consultoria Brasileira, TTrans.
Fonte: Estadão