Uma professora, que passou maio último em Londres, diz que viajou para lá sem saber que os metroviários locais haviam resolvido cruzar os braços, num movimento contra a demissão de funcionários daquele sistema de transporte. Ao descer em Heathrow foi orientada a não pegar o metrô ali, onde havia paralisação, mas a tomar um ônibus até uma estação intermediária e, de lá, seguir para o seu destino. Não houve trauma, tudo estava coordenado. E turistas e outros passageiros do metrô não se sentiram prejudicados, ao menos com grande intensidade, pela greve.
Obviamente houve sufoco. O metrô de Londres, o mais antigo em operação no mundo, tem perto de 400 km de extensão, 268 estações e transporta diariamente cerca de 3 milhões de pessoas.
O que a professora queria dizer, é que, embora aquele sistema de transporte estivesse parado, o governo local cuidou de acionar um esquema de contingência para reduzir o impacto da paralisação entre os usuários.
Aqui, porém, as coisas são outras. Não dispomos de esquema bem articulado de contingência. O que há são improvisações em cima da hora. E, em havendo paralisação, cada passageiro tem de se virar como pode, uma vez que não tem como contar com meios alternativos. É cada um por si e o governo por ninguém.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira