Os custos do túnel do Guarujá

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No começo a idéia era uma ponte. Uma ponte estaiada, claro. E cujos custos iniciais de R$ 500 milhões poderiam subir para R$ 925 milhões. De qualquer forma, estariam abaixo dos custos de um túnel imerso, avaliado inicialmente em R$ 1,3 bilhão. Ponte e túnel, duas soluções da engenharia para a tradicional travessia Santos-Guarujá,  feita por intermédio de balsas e com demoras, nos dias de pico, que desafiam a paciência do Padre eterno.

 

Colocados os dois projetos, a opção inicial foi pela ponte. Mais tarde descartou-se essa possibilidade. Houve seminários, arrufos, esgrimir de argumentos técnicos e econômicos de um lado e outro. E, por fim, venceu o projeto do túnel, conquanto mais caro.

 

Mais caro, pois seria da ordem de R$ 1,3 bilhão.  Quem imaginou, contudo, que as coisas ficariam nesse pé, enganou-se redondamente por ser crédulo ou ingênuo. Mas, ingênuo, hoje em dia?

 

O que não foi colocado para a sociedade é que aqueles custos inicialmente propalados e amparados na justificativa de uma avançada tecnologia para travessias subaquáticas passariam a subir numa escalada como a que atualmente se vê. Pois, não é que o preço do túnel pulou daqueles valores iniciais de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,5 bilhões e, agora, para R$ 3,2 bilhões? Isso tudo num piscar de olho, antes da construção.

 

Há uma série de tentativas para se justificar essa elevação: aumento das obras viárias de acesso; uso de tecnologia considerada inédita no País em obras do gênero e outros argumentos mais.  Contudo, vai aí uma pergunta: Por que não se colocou isso tudo, previamente para a sociedade?  Um planejamento bem elaborado teria apontado por antecipação as obras que deveriam ser feitas  para os acessos de um lado e outro – no Guarujá e em Santos – e a sociedade não seria apanhada  de surpresa com essa elevação brutal dos custos do túnel. Essas questões ainda não estão transparentes.  A Dersa ainda não esclareceu isso de forma convincente.  

Fonte: Nildo Carlos Oliveira


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