Sandvik e Construtora Queiroz Galvão trabalham juntas desde 2007 em projetos desafiadores que demandam qualidade, segurança, tecnologia e sustentabilidade, mas a obra de duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios pode ser considerada o “estado da arte” dessa história
Uma das obras de infraestrutura mais complexas do país, a duplicação da Rodovia dos Tamoios (SP-99), no litoral Norte de São Paulo, está perto de ser concluída.
Projeto grande e inovador, contou mais uma vez com a parceria de longa data entre a Construtora Queiroz Galvão e a Sandvik, que forneceu equipamentos, peças e
serviços para o empreendimento.
A obra teve início em 2015, e exigiu ampla expertise em projetos de alta complexidade e fornecedores de equipamentos com inovação embarcada e alta performance. A escolha da Sandvik pela Construtora Queiroz Galvão, foi uma resposta às especificações técnicas necessárias e consequência da parceria das empresas na América Latina, que desde a década de 1990 fornece equipamentos de perfuração para empreendimentos no Brasil e no Chile.
“A parceria com a Sandvik se deve à qualidade e alto desempenho de suas soluções. Percebemos que a empresa está sempre em busca de inovações e melhorias
tecnológicas. Os equipamentos são produtivos, duráveis, altamente eficientes e de fácil utilização, enquanto a tecnologia, o rendimento e qualidade das peças e
ferramentas são excepcionais. Tudo isso é fundamental em projetos como os nossos”, destaca Pedro Paulo Monteiro, coordenador de engenharia da Construtora Queiroz Galvão.
Grandes proporções e desafios A duplicação do trecho de serra beneficiará cerca de 25 milhões pessoas anualmente, aliviando os sistemas viários dos municípios de Caraguatatuba, Jacareí, Jambeiro, São José dos Campos, São Sebastião e Paraibuna.
As obras incluem a implantação de 4 km de pista, 12,8 km de túneis rodoviários, 11,9 km de túneis de serviço e 2,65 km de pontes e viadutos.
Ao longo dos cinco anos, foram utilizados cinco jumbos Sandvik DT1131 com o sistema TCAD+ (que teve papel essencial ao garantir o alinhamento e precisão dos
furos), cinco Axera 6 (Sandvik Tamrock), um Maxi206 (que anteriormente era utilizado pela Queiroz Galvão em obras do Chile), duas Ranger DX680, cerca de 8.000 bits de perfuração, 2.000 hastes Sandvik Alpha™ 330 e 800 punhos adaptadores (que garantiram furos sem desvios). Os equipamentos ultrapassaram 7.000 horas
trabalhadas.
No pico da obra, 1.600 pessoas estiveram envolvidas de forma direta e indireta.
Diferenciais
Por estar localizada em uma área topograficamente desafiadora e de preservação ambiental, a obra exigiu a utilização de recursos inovadores, além de técnicas
diferenciadas.
A construção de túneis e viadutos foi a solução encontrada para minimizar o impacto ambiental e preservar a maior área possível de Mata Atlântica da região, uma vez que 85% da obra são executados dentro do Parque Estadual da Serra do Mar. No total, 72% do empreendimento é formado por túneis e viadutos, incluindo o maior túnel rodoviário do país, que possui 5.555m de extensão e seção de 122 m² e três faixas de rolamento. Para construí-lo, 1,7 milhão de metros cúbicos de rochas foram escavados e transportados. A equipe era composta por cerca de 300 profissionais.
“O uso de tecnologia de alta qualidade do início ao fim das escavações foi fundamental para a qualidade e a segurança das detonações. Com o auxílio das estações robóticas da equipe de topografia, os jumbos Sandvik DT1131 se auto- posicionavam no túnel e, com o sistema TCAD+ embarcado, todos os planos eram executados e monitorados em tempo real. A implementação desse sistema garantiu o alcance de elevados índices de produtividade nos ciclos de escavação, qualidade na geometria do contorno e, consequentemente, redução considerável dos volumes de overbreaks”, destacou Fábio Figueiredo, gerente de contrato da Construtora Queiroz Galvão.
Na época, a implementação do sistema TCAD+ foi um desafio, tanto para a Construtora Queiroz Galvão quanto para a Sandvik. “A implementação de novas
tecnologias sempre exige uma curva de aprendizado, e a parceira das duas empresas contribuiu para que esse passo fosse dado da maneira mais suave possível, com um trabalho a quatro mãos que incluía desde a nossa equipe de treinamento ao lado da operação, técnicos Sandvik em conjunto com a equipe de manutenção e inclusive os níveis gerenciais, todos comprometidos com a implementação do sistema, visto que ambas as partes entendiam os benefícios que poderiam ser extraídos”, lembra Sandino Leão, engenheiro de Aplicação Sandvik.
Enquanto o sistema TCAD+ garantiu o correto alinhamento e a localização precisa do furo, as ferramentas Alpha 330 foram responsáveis por furos retilíneos, sem desvios.
“Com o uso das ferramentas, alcançamos a melhora de performance em todos os aspectos possíveis: aumento de vida útil, com menos trocas de ferramentas, menor exposição dos operadores, aumento de produtividade, sendo possível perfurar mais rápido, com reduções expressivas de overbreaks e maior eficiência de desmonte.
Tudo isso, somado, resultou em uma redução de custo substancial para o cliente”, explica Adler Pigozzo, gerente de Ferramentas de Perfuração de Rochas da Sandvik.
Armando Bernardes, gerente de Perfuração Subterrânea para a América Latina da Sandvik, conta que um elemento-chave para o sucesso do empreendimento foi a
correta configuração das máquinas, em termos de recursos opcionais, visando as possibilidades que a equipe vislumbrou para a execução ideal da obra. “Tivemos
muitas reuniões e visitas ao local da obra para discutirmos a aplicação e os recursos ideais para o projeto, o que gerou um relacionamento próximo entre profissionais de diversas áreas de atuação. Só com intensa troca e contribuição conseguimos definir os modelos, as capacidades operacionais e a estrutura de suporte necessária para o desafio”, diz.
“O treinamento e capacitação em torno da tecnologia utilizada tiveram muito impacto nos resultados operacionais. A sub-escavação chegou a ser de apenas 4%, o que é um número muito pequeno para esse tipo de obra, uma qualidade praticamente perfeita. A equipe de desmonte teve condições de usar a carga correta, obtendo qualidade ideal”, acrescenta Armando.
Em um empreendimento deste escopo e com tantos desafios, qualquer tempo de inatividade ou falha pode impactar os resultados e atrasar outras etapas. Por isso, ter o apoio de técnicos e especialistas Sandvik no local também contribuiu para que tudo saísse conforme planejado. “Nossos técnicos levaram confiabilidade aos
equipamentos, que se traduziu em disponibilidade física e metros perfurados. Além disso, o uso das peças genuínas e a presença do time de Vendas e Serviços na obra foram fundamentais para o sucesso da obra”, acrescenta Gelio Figueredo, gerente de peças e serviços da Sandvik.
Inovação para preservar Para preservar a vegetação local, com o menor impacto possível para o meio ambiente, evitando a abertura de rotas de serviços dentro da mata nativa, a Construtora Queiroz Galvão optou pela utilização do cable crane – um teleférico de carga importado da Áustria – para transporte dos equipamentos.
Com capacidade para erguer até 20 toneladas e um cabo de 394 metros de comprimento, ele foi utilizado para transportar pessoas, equipamentos, ferramentas e
materiais necessários para a execução do viaduto 3 e do maior túnel rodoviário do país, reduzindo drasticamente o impacto ao meio ambiente.
A montagem das duas torres de mais de 35 metros do teleférico superou os obstáculos tanto do terreno como o das condições climáticas, que incluíam neblina
densa, chuva e frio. Os desafios específicos impostos pela localização de difícil acesso por terra e a necessidade fundamental de provocar o menor impacto ambiental possível exigiram com que as peças da torre, somando mais de 75 toneladas, fossem levadas de helicóptero até o local da montagem.
O uso do cable crane mitigou o impacto ambiental previsto para o local em aproximadamente 40 mil metros quadrados em área de reserva ambiental. A
implementação da solução contribuiu para que o empreendimento conquistasse o prêmio ECO de Sustentabilidade 2017 da Câmara de Comércio Americana
(AMCHAM).
Reconhecimento internacional
A complexidade e qualidade na execução de um dos viadutos construídos na região da Serra do Mar garantiram à Construtora Queiroz Galvão premiações internacionais: o segundo lugar na categoria “Infraestrutura” do Excellence in Concrete Construction Awards e uma menção honrosa no ‘Talento Engenharia Estrutural”. “As conquistas são o reconhecimento da capacidade técnica e da qualidade do trabalho da engenharia brasileira. Temos no país empresas com acervo técnico e profissionais extremamente qualificados para o cumprimento com excelência de obras dos mais diversos portes e níveis de dificuldade”, ressalta Fábio Figueiredo.