Há quem o considere uma saída para o caos paulistano e para outros caos. Contudo, longe está de constituir uma solução. Recorrer a essa possibilidade pode ser uma fuga à realidade dos congestionamentos ou uma tentativa de fechar os olhos às efetivas medidas práticas que levariam a população a deixar o carro em casa.
Ele até que poderia vir a ser adotado. Mas, isso em um cenário em que a integração dos diversos sistemas de transporte se revelasse minimamente satisfatória para o atendimento ao usuário. Nesse cenário, poderia até perder a conotação de pedágio. Digamos que os acessos a determinados logradouros centrais pudessem ser controlados. Nesse caso, a figura do pedágio pago se desvaneceria e daria lugar ao exercício da orientação pública, com agentes treinados para evitar a invasão de veículos a locais previamente interditados a esse tipo de transporte.
Mas, antes de pensar em pedágio, a autoridade pública precisaria pensar em investimentos maciços e contínuos no transporte coletivo, em especial na expansão das redes de metrô.
Hoje, com essa mentalidade arrecadatória, simplesmente voltada para o esbulho do bolso do usuário, o pedágio urbano se disseminaria com uma sanha incontrolável. E, daí em diante, quanto mais pedágio urbano, maior a arrecadação a qualquer preço. Entraríamos, por aí, num círculo vicioso que induziria, de vez, ao abandono das soluções necessárias para o caos paulistano.
Não será por intermédio do pedágio urbano, que se vislumbrará, ali, no horizonte fosco da Pauliceia, saída para o caos do trânsito. Este é provocado por uma frota da ordem de 5,3 milhões de automóveis espalhados por um sistema viário anacrônico e inadequado à circulação de tantos carros, na maior parte dos quais o usuário é um ser absolutamente solitário. Pedágio urbano. Há seriedade nessa proposta?
Fonte: Nildo Carlos Oliveira