Há dois momentos importantes destacados na história do desenvolvimento da Engenharia brasileira, sem prejuízo de outros eventos que também o impulsionaram: a instalação das grandes indústrias siderúrgicas e a criação da Petrobrás, com a construção posterior (1971) de seu Serviço de Engenharia (Segen), hoje chamado apenas como Engenharia Se o nascimento e o fortalecimento da siderurgia do País absorveram complexos serviços de engenharia, ajudando-a a aprimorar e calibrar as suas práticas em vários campos, a Petrobrás não deixou por menos: a necessidade de prospectar, explorar e refinar petróleo e levar seus derivados aos pontos de consumo obrigou-a a promover e estimular a capacitação das empresas brasileiras de Engenharia nas suas múltiplas vertentes. Principal apoio técnico da estatal no emprego de tecnologia das áreas de engenharia, o Segen gerenciou um acervo de obras das mais importantes já executadas no Brasil: construção de plataformas fixas ou flutuantes, refinarias, obras de terminais marítimos, lançamento de milhares de quilômetros de dutos no mar e em terra e o completo domínio da tecnologia off shore. Tudo isso em parceria, contribuindo para o desenvolvimento das empresas de projeto, construtoras, montadoras e fornecedoras de equipamentos e materiais. A experiência da Petrobrás se enriqueceu com a execução desses empreendimentos. Entre eles se incluem a construção da refinaria do Vale do Paraíba (SP) e dos oleodutos que cortaram a Serra do Mar da cota zero até as cotas 800 e 1.000, na altura dos municípios de São José dos Campos (SP) e Miguel Pereira (RJ); as refinarias Landulfo Alves, na Bahia, e a Replan, em Paulínia (SP): os projetos, fabricação das peças e posterior montagem de plataformas fixas e as semi-submersíveis para águas profundas, e a experiência na ancoragem e estabilização dessas estruturas a grandes profundidades; as obras de características especiais do projeto Urucu, destinadas a levar gás natural para as termelétricas que fornecem energia para Manaus e Porto Velho e; mais recentemente, o gasoduto Bolívia–Brasil. A experiência adquirida nos pólos norte e sul da bacia de Campos contribuiu para a evolução tecnológica de empresas projetistas como a Montreal e a Iesa, e as de montagens, como a Tenenge, Setal, Ultratec, etc. A Mendes Junior, por exemplo, foi responsável pela construção em concreto da plataforma de Pampo, de 137 m de altura, em Aratu (BA). Outro projeto singular é a plataforma Petrobrás XIX, montada pela Setal e que foi considerada a maior conversão do gênero realizada no mundo. Ao lado de diversas obras de engenharia, a empresa estimulou a área de pesquisas científicas em seu campo de atuação. E tornou-se pioneira no desenvolvimento de uma engenharia voltada para a qualidade, distinguindo-se nesse particular muito antes da difusão da importância da certificação ISSO 9000. Garantia e gestão de qualidade foram exigências da engenharia da empresa desde os seus primórdios e isso está constatado em suas várias obras, algumas das quais são aqui enfocadas. Fonte: Padrão