Marco do setor rodoviário brasileiro, a Rodovia Castello Branco introduziu técnicas inovadoras de engenharia, como canteiros largos, raios de curvas com mais de mil metros, trechos retos limitados e rampa longitudinal nunca superior a 5%. Essas inovações serviram de referência para a construção de outras estradas de destaque no cenário nacional, como Bandeirantes, Ayrton Senna e Carvalho Pinto.
Também denominada BR-374, a Rodovia Presidente Castello Branco (SP-280) começa no acesso às vias marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, e termina no entroncamento com a SP-225, em Santa Cruz do Rio Pardo, com cerca de 320 km de extensão. Construída com o objetivo original de possibilitar um novo acesso à região Oeste do Estado de São Paulo e aos estados do Mato Grosso e do Paraná, ela já foi considerada a maior rodovia da América Latina, conservando até hoje seu traçado original, que faz dela uma das mais seguras do País.
Foi a primeira, no Brasil, a receber duas pistas com três faixas de rolamento cada uma, e trechos em que o canteiro central tem 30 m de largura. A Castello também foi a primeira rodovia brasileira a ter faixas refletivas. Durante sua construção, uma usina de asfalto foi especialmente implantada, para garantir a uniformidade e a qualidade da mistura asfáltica.
O projeto foi tão arrojado na época que um trecho de 1 km foi integralmente construído na região de Sorocaba apenas para demonstrar como seria a futura rodovia. O sucesso do “modelo” foi espetacular e atraiu muitos visitantes — em geral transportados de helicóptero e com direito a almoço. Esse foi, talvez, o primeiro e último caso de modelo 1×1 construído para uma rodovia.
Nessa obra, até pequenos detalhes receberam atenção especial, como o acostamento, construído com um quartzito branco trazido da região de Itapeva, que dava um belo contraste com o asfalto escuro das pistas, aumentando a segurança. Essa solução, entretanto, acabou sendo descartada porque o material se soltava e atingia o pára-brisa dos veículos.
A construção foi iniciada em 1963, no governo Adhemar de Barros, com a criação da Comissão Especial de Auto-Estradas, órgão vinculado ao Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo.
Inicialmente foi licitado um trecho de 170 km de extensão, de São Paulo até Torre de Pedra, que foi dividido entre as seguintes empresas: Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), Camargo Corrêa, Companhia Construtora Brasileira de Estradas (CCBE), Sobrenco, Construtora Rabello e Andrade Gutierrez.
A Rodovia Castello Branco, cujo nome foi dado em homenagem ao ex-presidente da República, foi entregue à operação privada a partir de 1998. Hoje, sua administração está dividida entre as concessionárias Viaoeste, Rodovias das Colinas e SPVias.
Obras de arte
Entre as obras de arte mais expressivas da rodovia estão o Cebolão (conjunto de viadutos que promove a ligação entre as marginais dos rios Tietê e Pinheiros e a Castello Branco), a ponte sobre o Rio Tietê e o grande viaduto na serra de Botucatu (comprimento de 220,40 m e largura de 20,60 m, perfazendo 4.540,24 m2 de área).
No início de 2008, a Secretaria Estadual dos Transportes, do Estado de São Paulo, anunciou um novo pacote de obras para o Cebolão, com investimento de R$ 200 milhões, visando a acabar com os intermináveis congestionamentos na chegada a São Paulo pela marginal da Rodovia Castello Branco. Prevê-se a construção de três viadutos: um que ligará o km 13 da marginal da Castello, sentido Capital, terminando na Gastão Vidigal, porta de entrada para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, Zona Oeste. Outro que vai ligar o km 13 da via até a pista da Marginal do Tietê, sentido Lapa-Penha. E um terceiro viaduto que ligará a região do Parque São Domingos, cruzando a Marginal Tietê, à pista local sentido Penha. Hoje, mais de 8 mil veículos/hora trafegam pelo local no horário de pico. A entrega desse conjunto de obras inicialmente está marcada para 2012, mas, dependendo das negociações com a concessionária Via Oeste, pode ser antecipada para 2010.
Fonte: Estadão