Planos de investimentos prevê US$ 174,4 BI em cinco anos

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A meta da empresa é se situar entre as cinco com maior capacidade de
produção de derivados de petróleo no mundo e como um dos mais importantes
players da indústria petrolífera no planeta.

Sem ligar para a crise econômica mundial, e apostando no potencial da província petrolífera do pré-sal, a Petrobras prossegue no seu plano de negócios para o período 2009-2013, com a previsão de investimentos da ordem de US$ 174,4 bilhões. Trata-se de plano robusto, que coloca a empresa entre as maiores companhias de energia do mundo. Conforme anunciado em fevereiro deste ano, volume de recursos será 55% maior do que o registrado no programa anterior, que era de US$ 112,4 bilhões. Esses investimentos terão uma média de US$ 35 bilhões por ano.
Segundo declarações do presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, apesar do aumento nos aportes, a companhia vai lutar para desembolsar um valor menor pelos projetos, que foram calculados em custos inflacionados. O executivo informou ainda que cerca de 90% dos aportes serão destinados para o território nacional. "A prioridade clara e explícita neste momento é o Brasil. O investimento no exterior não vai crescer. Queremos otimizar nossos recursos internacionais" garantiu.
Do total desses valores divulgados, pelo menos US$ 92 bilhões serão destinados para a área de exploração e produção, dos quais US$ 28 bilhões serão reservados somente para o pré-sal. De acordo com o presidente da estatal, em 2013 os campos do pré-sal devem produzir 219 mil barris por dia, e, em 2015 esse número poderá subir para 582 mil barris por dia.
A companhia espera ainda que até o ano de 2020, o pré-sal possa produzir em torno de 1,8 milhão de barris por dia, o que se equipara à produção de petróleo atual em todo o país. A meta de produção em 2013 é de 3,6 milhões de barris por dia, enquanto que em 2020, esse volume deverá subir para 5,1 milhões de barris por dia.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que a geração de caixa da empresa nos próximos cinco anos deve ficar entre US$ 120 bilhões e US$ 150 bilhões. "Os dois primeiros anos serão os mais desafiadores, mas temos um cenário muito confortável." Para os investimentos de 2009 os recursos já estão garantidos, com financiamento de US$ 11,8 bilhões (R$ 25 milhões) do BNDES e US$ 5 bilhões (R$ 11 milhões) de bancos internacionais. O diretor observou ainda que, em 2010, a empresa pretende captar US$ 18 bilhões, sendo que poderá obter US$ 10 bilhões do BNDES, caso haja necessidade.
O Plano de Negócios da Petrobras trabalha com o preço do petróleo a US$ 45 por barril no longo prazo, valor que, segundo a companhia, garante a capacidade de financiar todos os projetos.
Uma parte significativa dos recursos -US$ 47,8 bilhões – estão destinados para Área de Abastecimento, que compreende as atividades de reino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes. A meta é chegar a 2015 com a capacidade de reino de 3,4 milhões de barris/dia, o que colocará o Brasil entre os cinco países com maior capacidade de produção de derivados de petróleo no mundo e como um dos mais importantes players da indústria petrolífera no planeta.
Estão previstos investimentos na construção das reinarias Abreu e Lima (Pernambuco), Clara Camarão (Rio Grande do Norte), Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará), e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), bem como uma nova unidade de fertilizantes nitrogenados.
As refinarias Premium I e II terão capacidade para 600 mil e 300 mil barris/dia, respectivamente. A Clara Camarão contribuirá com 30 mil barris/dia. Já em construção, no Rio de Janeiro, o Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) terá capacidade para reinar 150 mil barris/dia. Enquanto em Pernambuco, a reinaria Abreu e Lima, que tem como parceira a venezuelana PDVSA, adicionará mais 200 mil barris diários à capacidade de reino da Petrobras.
Também estão previstos investimentos em obras de conversão e qualidade de produtos nas reinarias existentes, com destaque para as metas de produção de diesel e gasolina com menor teor de enxofre, além de ampliações em dutos e terminais. A carga de petróleo processada deverá passar dos atuais 1,791 milhão de barris para 2,270 milhões em 2013 e 3,012 milhões em 2020, com um aumento médio anual de 4,8%. Em 2010 começam a operar as unidades industriais do novo reino. Em 2010 está prevista a partida da Reinaria Clara Camarão, em 2011 da Abreu e Lima, em 2012 do Comperj, em 2013 as primeiras fases das reinarias Premium.
O Plano prevê um crescimento anual de 3% para os derivados no mercado interno, subindo de 1,945 milhão de barris dia em 2008 para 2,257 milhões de barris diários em 2013 e 2,876 milhões de barris por dia em 2020. O derivado de maior consumo continuará sendo o óleo diesel que deverá passar dos atuais 783 mil barris/dia para 901 mil barris/dia em 2013 e 1,224 milhão de barris diários em 2020.

Localização estratégica

A escolha do Nordeste para a instalação de quatro das cinco novas refinarias é uma questão de logística. Transportar petróleo é mais barato do que o produto final. Para o petróleo há um tipo de navio específico. Por isso, as reinarias estão espalhadas, em pontos estratégicos, pensando nos produtos finais. As reinarias no Nordeste serão voltadas para exportação. As novas unidades também serão responsáveis pela produção de nafta, petroquímica, GLP, coque e diesel, produtos que cada vez mais o mercado europeu demandará. Portanto, é melhor estarem instalados no Nordeste. No mercado interno também há necessidade de mais ações naquela região, que hoje tem apenas as refinarias da Bahia e outra no Norte, no Amazonas.
Para atender à logística destas reinarias no Nordeste, a Petrobras precisará de mais 70 navios de médio e grande porte, conforme o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef I e II), que compreende 86 navios e 177 barcos.

Gás e energia terão US$ 11,8 Bilhões

Durante o período de 2009 e 2013, a Petrobras investirá US$11,8 bilhões na área de gás e energia. Os recursos equivalem a cerca de 7% do total de US$ 174,4 bilhões programados pela empresa no seu plano de negócios. "Este será um grande e importante desafio de integração entre as cadeias de gás e energia, que ligarão o nordeste e o sul do Brasil", afirma Maria das Graças Silva Foster, direto

ra de Gás e Energia da Petrobras.
Segundo ela, a estatal está trabalhando para ter uma estrutura gaseífera integrada à rede interligada do sistema elétrico do país. Tanto que a meta da Petrobras, como empresa de energia, é chegar ao primeiro trimestre de 2010, na posição de quinto maior gerador de energia elétrica do país, com uma capacidade de geração de 7 mil MW. E mais: entrar na geração de energia eólica, se a atividade se revelar capaz de remunerar a Petrobras.
Neste momento estão em andamento 69 projetos nessa área, cujas obras tiveram início em 2007 e que serão concluídos até 2010. Entre elas estão 3 mil km de gasoduto.

Fonte: Estadão


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