Roberto Kauffmann*
OSindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro é grande apoiador do projeto Porto Maravilha, que estabelece a recuperação e a implantação de uma área comercial, residencial, de lazer, de centros culturais, de turismo e hotelaria em níveis de pousadas e grandes hotéis e de grandes empreendimentos verticais comerciais de sedes de empresas públicas e privadas. Uma diversidade bem grande para uma área privilegiada, com uma localização e vista maravilhosa da baía de Guanabara.
A parceria prefeitura, Estado e governo federal já está em curso, e agora a iniciativa privada, que tem sido participante ativa dos assuntos que tratam do tema, deseja agilidade e quer participar do processo. O Sinduscon-RJ e a Federação das Indústrias (Firjan) já realizaram várias reuniões com empresas do setor para informarem o andamento e o detalhamento do projeto. Temos sugerido que haja um processo de retrofit, transformação de uso com preservação da fachada e volumetria de grande parte dos 3.900 imóveis cadastrados nos morros das regiões construídos no passado, desde 1910, e que poderiam dar origem a moradias populares, pousadas e, nos pavimentos térreos, comércios locais com incentivos municipais já concedidos pela prefeitura para ajudar a iniciativa privada a aderir com viabilização.
A outra sugestão, que tem apoio geral do setor privado, é implantar a Vila da Mídia dos Jogos Olímpicos no Porto, o que recentemente foi aprovado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).São necessários 9 mil quartos, ou seja, 4,5 mil apartamentos de dois quartos, tipo econômico, que depois dos Jogos serão vendidos à população de baixa e média rendas (3 a 10 salários mínimos), enquadrada no programa Minha Casa, Minha Vida. Assim, ela poderá morar em local central, perto de todos os equipamentos comunitários. A prefeitura está contratando o Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Rio de Janeiro, para fazer um concurso para este projeto. Com relação às outras obras necessárias aos Jogos de 2016, os projetos estão sendo ainda finalizados e será preciso mais velocidade para que sejam feitas logo as licitações.
Quanto ao programa Minha Casa, Minha Vida, a faixa de 0 a 3 salários de renda não está sendo bem atendida, já que os preços para o capital e o interior, R$ 51 mil e R$ 46 mil, respectivamente, são inviáveis para as empresas, em especial quando não incluem o terreno e a infraestrutura local. É necessário reajuste de pelo menos 35% para viabilizar o programa, e o Ministério das Cidades já foi informado e está analisando o problema, que ocorre em grande parte no país.Para a faixa entre 3 e 10 não há problemas e vai muito bem, com muitos empreendimentos.
*Roberto Kauffmann é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-RJ)
Fonte: Estadão