A escolha oficial do Rio de Janeiro como anfitrião das Olimpíadas de 2016 vai gerar inúmeras oportunidades, mas também uma série de exigências e responsabilidades envolvendo as questões ambientais e de sustentabilidade. As novas edificações terão que ser construídas seguindo conceitos de sustentabilidade e as já existentes vão ter que se adaptar, impulsionando o desenvolvimento tecnológico no Brasil que deverá sofrer uma radical mudança para garantir inclusive adequação do consumo de água, da destinação dos resíduos sólidos e líquidos, além de eficiência energética etc.
Tudo isso envolve o exercício profissional.
As empresas e os profissionais brasileiros do ramo da construção civil terão que reciclar o próprio conhecimento e tecnologia para se adaptar às questões sustentáveis – o que também vai resultar em mais oportunidades de trabalho no mercado exterior. Com as Olimpíadas, o Brasil está diante de um mercado, segundo o governo, de pelo menos R$ 28 bilhões.
Antecipando-se à necessidade de as empresas se prepararem para esta nova postura diante do mundo, uma série de seminários e workshop será organizado pela Planeja e Informa Comunicação e Marketing, com o objetivo de capacitar as empresas a implantarem sistemas sustentáveis em suas plantas industriais, seja na área de tratamento e reuso de efluentes, eficiência energética, gestão de projetos e outros. O primeiro deles está programado para o dia 21 de outubro, abordando a questão da qualidade da água devolvida aos corpos hídricos, intitulado “Uso Racional da Água na Indústria e Comércio – Um Caminho para a Redução de Custos”. A finalidade do workshop, que será realizado em um único dia, na sede da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ), é capacitar as empresas a implantarem sistemas de tratamento em suas unidades fabris e no comércio.
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O tratamento e reuso de efluentes é, sem dúvida, um dos mercados potenciais que será impulsionado pelos jogos olímpicos. O Brasil deverá atingir, em 2009, um volume de oito milhões de toneladas de resíduos industriais tratados, número superior ao dobro do volume processado em 2004. Estima-se que o tratamento de efluentes industriais movimente mais de R$ 1,5 bilhão. A previsão é da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre). Nos próximos anos, a América Latina deverá receber investimentos em tratamento de efluentes e de água industrial da ordem de US$ 2,2 bilhões. Desse total, pouco acima da metade se voltará apenas ao mercado brasileiro, um dos principais nesse setor.
Uso racional da água
A crescente escassez de água no território nacional, principalmente nas regiões onde se concentra o parque industrial brasileiro, vem estimulando a prática do reuso de água como instrumento de racionalização e de conservação desse recurso natural. De acordo com especialistas, a utilização da chamada água de reuso pode gerar economia de até 70% no consumo de água em indústrias e superior a 25% em condomínios.
Desta forma, além de preservar o meio ambiente, o tratamento de efluentes e o reuso da água se convertem em mecanismos estratégicos para a redução de custos e otimização da receita da indústria e comércio
O uso racional e sustentável da água não é mais somente uma questão ambiental para as indústrias. Com a elevação dos custos das tarifas de água e esgoto cobradas pelos estados, o consumo de água passou a ser uma questão econômica, que afeta diretamente a competitividade do setor.
Além do estímulo quase compulsório das olimpíadas e da Copa de 2014 para a imagem do País no cenário mundial, o peso que a água representa hoje na formação dos custos industriais deve gerar um aumento significativo na procura pelos processos de reutilização de água, já que a tecnologia pode reduzir em até 70% o consumo deste insumo em uma indústria.
O Estado de São Paulo, por exemplo, possui aproximadamente 130 mil indústrias e somente cerca de 25% reciclam a água. O preço pago naquele estado pelo metro cúbico da água é de R$ 8,75, acrescido do mesmo valor pelo esgoto descartado, ou seja, um total de R$ 17,50 por metro cúbico, um valor considerado muito alto para as indústrias. Por sua vez, a água reutilizada tem um custo médio de R$ 5,50 o metro cúbico, garantem os especialistas.
O primeiro passo para quem deseja reutilizar a água é analisar o tipo de efluente produzido para identificar o potencial de reuso e a melhor tecnologia a ser aplicada no processo. Empresas de todos os portes e de diversas atividades podem se beneficiar com o reaproveitamento de seus recursos hídricos. O que definirá a viabilidade da implantação do reuso é o volume de água consumido pela empresa e a qualidade final necessária. A água reutilizada pode ter diversos fins na indústria, como refrigeração, alimentação de caldeiras e água de processo.
Condomínios e Shopping
Os condomínios residenciais e comerciais, inclusive shoppings centers, que demandam um grande volume de água, também podem se beneficiar com as tecnologias de reciclagem da água.
O reuso pode gerar uma economia nas contas de água e esgoto superior a 25%. Os gastos com água e esgoto já são hoje o terceiro maior custo nos condomínios, somente menores que os gastos com pessoal e energia elétrica.
A água reutilizada pode ser destinada à limpeza, abastecimento de descargas sanitárias, irrigação de jardins, ar condicionado, entre outros fins. Com as tecnologias atuais, não é necessário que se tenha disponível grandes áreas para implantar o sistema, já que as estações de tratamento podem ser compactas e até subterrâneas.