O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, diz que o projeto cearense da Refinaria Premium II está em reavaliação e não fala com exatidão sobre o cronograma de execução. Ele diz ser normal revisar projeto de uma refinaria de grande porte
O projeto de refino de petróleo da Petrobras no Ceará, a Refinaria Premium II, está sendo reavaliado, afirmou o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, ontem no seminário Pré-sal e o Futuro do Brasil, em Brasília. O argumento da remodelagem é a grandiosidade e complexidade do projeto cearense, que prevê, até que sejam apresentadas novas definições, processar 300 mil barris de petróleo por dia, com um investimento de US$ 11,1 bilhões, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
A revisão não está sendo encarada como uma ameaça ao empreendimento, já que o presidente da Petrobras afirma ser “normal“ rediscutir projetos deste tipo. Gabrielli não deixou claro se o cronograma que está definido será cumprido & início da construção em 2010 e operação em 2014. Novas datas podem ser apresentadas, pois estão sendo revistas estrutura e quantidade de sistemas que precisam ser produzidos.
“É absolutamente normal, nos primeiro dois, três, quatro anos em uma refinaria, você reavaliar o ritmo, reavaliar os sistemas e discutir como é que você vai desenvolver“, explicou o presidente da Petrobras.
Ele não disse exatamente o que está sendo modificado no projeto Premium II, mas insistiu na complexidade da construção de uma planta de processamento de petróleo bruto. “Eu posso estar discutindo uma unidade de hidrotratamento, uma unidade de destilação, unidade de coqueamento retardado, uma casa de força maior ou menor, posso estar definindo uma central de controle que vai ter uma característica ou outra, posso estar definindo diferentes níveis de automação. Um projeto desse é muito complexo e envolve 300, 400 engenheiros“, justificou o executivo.
Quanto ao valor para construir a refinaria no Ceará, Gabrielli também não foi exato. “O investimento é consequência de uma adição de vários projetos que existiam. Não é uma coisa que se diz a priori“. Para destacar a importância de novas refinarias, ele lembrou que a última unidade construída no Brasil foi em 1980, e nos Estados Unidos, em 1976. A única garantia dada pelo executivo é de que o empreendimento vai ficar pronto para refinar o óleo leve extraído na camada pré-sal, que já está sendo explorado e deverá ter uma produção crescente até 2018. “Temos tempo“, afirmou.
Estão encomendadas 25 sondas (equipamentos de perfuração) para serem recebidas até 2012. A partir daí, podem ser iniciados os estudos de novas modalidades exploratórias no Ceará. Fora as oito sondas que já operam com a estatal, mais 28 estão sendo licitação. Com esses equipamentos, a empresa pretende investir m novas descobertas, o que inclui áreas por aqui.
Gabrielli afirmou não ter condições de dizer especificamente onde terão novas prospecções, mas disse que já há áreas concedidas para perfuração e estudos autorizadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).