Roddovia do parque pode desafogar congestionamentos na BR-101

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Entre Novo Hamburgo e Porto Alegre, na rodovia BR-116,
circulam quase 80% do PIB do Rio Grande do Sul

Um dos trechos rodoviários mais congestionados da região Sul, o trecho entre Porto Alegre e São Leopoldo da BR-101 deverá ser desafogado com a entrada em operação da Rodovia do Parque, por volta de março de 2014. A obra da futura BR-448/RS, com uma extensão de 22,3 km, será dividida em três lotes comandados pelos consórcios Sultepa e Toniolo, Busnello; Construcap-CCPS e Ferreira Guedes; e Queiróz Galvão, OAS e Brasília Guaíba. Recebe o "apelido" de rodovia do parque por cruzar as reservas do Parque Estadual Delta do Jacuí, às margens do rio que forma o estuário do Guaíba, que banha a capital gaúcha.

A obra, a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) do Rio Grande do Sul, vai receber um investimento de R$ 824 milhões (a preços iniciais, referentes a setembro de 2008), com recursos do PAC. Começa no entroncamento entre a BR-116 e a RS-118, com a duplicação do viaduto, no município de Sapucaia do Sul, e termina na BR-290, no acesso ao bairro Humaitá, em Porto Alegre. Para se ter uma idéia da importância dessa obra, basta lembrar que "entre Novo Hamburgo e Porto Alegre, na rodovia BR-116, circula o escoamento produtivo de quase 80% do PIB do Rio Grande do Sul", diz Vladimir Casa, superintendente estadual do Dnit, em Porto Alegre.

Além dos desafios de geoengenharia e construção, a Rodovia do Parque amplifica o tema ambiental em vários aspectos do projeto. "A obra vai exigir muito da gestão ambiental, tanto na implantação como na compensação de impactos. Inclusive, está previsto um investimento na Câmara Estadual de Compensação Ambiental, para atender à legislação federal e a resolução do Conama. Isso vai possibilitar a criação e a continuidade dos projetos em áreas de preservação na região da BR-448", explica Casa. A licença de instalação, emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), exigiu que a construção da Rodovia do Parque complemente as medidas compensatórias com ações para a recuperação de mata ciliar na bacia hidrográfica do rio dos Sinos, um afluente do Jacuí.

As áreas de preservação na região de influência da BR-448 foram identificadas no Estudo de Impacto Ambiental. Além do Parque Estadual do Delta do Jacuí, o estudo inclui a fazenda Morro de Sapucaia, o sítio Porto da Capela, a Costa do Serro, a reserva Jardim da Paz, a Imperatriz Leopoldina e a fazenda Guajuviras. Para Valdimir Casa, "o investimento na câmara de compensação deve abrir portas para a criação de novas unidades de conservação e trazer benefícios ainda maiores para a região". Entre as medidas compensatórias na área social o Dnit ele ressalta o reassentamento da Vila do Dique de Canoas, hoje sobre área de risco. Para o meio biótico foi criado um programa de reposição florestal para revegetar áreas relevantes para a flora, fauna e qualidade dos recursos hídricos. "A reposição florestal será realizada com o plantio de espécies arbóreas nativas."

Para o Dnit, uma obra como essa merecia um cartão postal. "A ponte sobre o rio Gravataí será, sim, o cartão postal da rodovia. É a obra de arte mais importante do projeto: uma ponte estaiada composta de dois pilares de 75 m de altura cada um e vãos de 288 m." Dos 4.500 m projetados em obras de arte, 2.620 m farão parte de uma elevada. Essa solução, de uma estrutura em elevada de 2,6 km servirá para minimizar o impacto ambiental no terreno do parque. O projeto apontou caminhos para resolver problemas de estabilidade do aterro e recalques excessivos. "Devido à predominância de solos moles na região do traçado, optamos por processos técnicos tradicionais de estabilização como a aceleração dos recalques na plataforma de terraplenagem da rodovia", revela Casa.

No caso de solos moles superficiais, o projeto prevê a remoção total das camadas para eliminar a possibilidade de recalques. Bermas de equilíbrio, com geodrenos em zonas pouco urbanizadas (sem restrição de faixa de domínio) e reforço estrutural com geogrelhas em zonas com densa urbanização (com restrição de faixa de domínio) estão calculados para a fase de aceleração dos recalques. "Uma sobrecarga de solo adicional será lançada além da altura do aterro para acelerar a expulsão da água. A água, quando chegar na base do aterro, será drenada por uma camada de areia para as laterais do pé do aterro e vai escoar pelas valas laterais. Como sabemos, tudo isso deve conferir resistência e compactação ao conjunto", assegura o superintendente do Dnit.

Programas ambientais

A construção da Rodovia do Parque conta com 22 programas de gestão e supervisão ambiental: controle e monitoramento de particulados monitoramento e controle de ruídos monitoramento e controle da qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos gerenciamento dos resíduos supervisão ambiental supervisão ambiental de construção controle de processos erosivos paisagismo prevenção de acidentes e controle de saúde pública adequação de sistema viário educação ambiental comunica&cce

dil;ão social monitoramento da fauna resgate de flora e fauna redução de atropelamento de fauna gestão ambiental das obras prospecção, monitoramento e salvamento arqueológico reposição florestal reassentamento populacional indenização dos proprietários, prevenção e controle de acidentes com cargas perigosas para assegurar a preservação da fauna e flora nas nascentes.

Fonte: Estadão


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