A Sabesp, companhia de Saneamento do Estado de São Paulo, planeja alcançar a universalização dos serviços de saneamento até o final de 2020. Para isso, destina cerca de R$ 2 bilhões por ano no abastecimento de água e esgotamento sanitário, o que representa aproximadamente 30% do total investido em todo o País.
Segundo a companhia serão aplicados R$ 9,9 bilhões entre os anos de 2013 e 2016. As obras estão em andamento há mais de 15 anos e fazem parte do projeto de universalização do saneamento no Brasil até 2030.
Para dar andamento nesta proposta, o governo de São Paulo autorizou no mês de junho deste ano o início da nova etapa do Projeto Tietê, que prevê investimentos de R$ 756 milhões em seis cidades da região metropolitana de São Paulo. Além da capital, Arujá, Barueri, Itaquaquecetuba, São Bernardo do Campo e Suzano receberão investimentos. Cerca de 3,5 milhões de pessoas serão beneficiadas.
Essa nova etapa também faz parte do conjunto de ações que pretende despoluir o Tietê e os demais rios e córregos da região metropolitana. Atualmente são 564 intervenções em andamento, em 27 municípios. As obras incluem a construção ou ampliação de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), instalação de 580 km de novas tubulações de grande porte (interceptores e coletores-tronco), aumento das redes coletoras nos bairros e novas ligações domiciliares.
No total, a terceira fase do Projeto Tietê tem previsão de investimento de R$ 3,9 bilhões. Para isso, conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ao fim desta etapa o índice de coleta de efluentes deve ir de 84% para 87% na região metropolitana. O tratamento de esgoto subirá de 70% para 84%.
A primeira etapa do Projeto Tietê ocorreu de 1995 a 1998, com investimento de R$ 2,16 bilhões. Na segunda fase, de 2000 a 2008, o investimento foi de R$ 1,250 bilhão. A quarta tem a missão de garantir a universalização do saneamento nas áreas regulares das cidades atendidas pela Sabesp. Essa etapa está em fase de financiamento e estará concluída até o fim desta década.
Desafios
Para Andreia Ferreira, gerente do departamento de planejamento e controle da superintendência de gestão de projetos especiais da Sabesp, a conclusão da iniciativa esbarra em diversos desafios.
“O Projeto Tietê atua na região metropolitana de São Paulo, que cresceu nos últimos 50 anos de forma acelerada e desordenada e concentra hoje aproximadamente 20 milhões de habitantes. Este fator, por si só, dificulta sobremaneira a implantação da infraestrutura necessária para coletar e tratar os esgotos gerados na região”, afirma.
Segundo ela, o subsolo das cidades apresenta um número excessivo de interferências, o que requer autorizações para execução das obras das prefeituras municipais, órgãos ambientais e concessionárias de serviços públicos, “o que muitas vezes se mostra como um processo moroso e burocrático”, completa.
Junto a isso, está a ocupação desordenada e irregular de áreas e fundo de vales, local onde naturalmente os coletores-tronco devem ser instalados. Segundo ela, a maior parte das obras para implantação de coletores e interceptores de esgoto é realizada por meio de método não destrutivo, com o objetivo de reduzir o impacto para a população do entorno e especialmente no trânsito local, o que requer equipamentos conhecidos como perfuratrizes direcionais.
A questão cultural é outra dificuldade para atingir a universalização do saneamento. “A população tem um papel importante na melhora das condições ambientais dos rios e córregos das cidades, aderindo à rede pública de esgotos e cuidando corretamente do descarte do lixo”, finaliza Andreia.
Ampliação da ETE Barueri
Entre as obras que integram a terceira fase do Projeto Tietê, está a ampliação da capacidade de tratamento da ETE Barueri. Hoje, a estação trata o esgoto de 4,5 milhões de pessoas. Com o investimento, passará a tratar, segundo a Sabesp, o esgoto de mais 3 milhões de moradores dos bairros próximos ao rio Pinheiros e dos municípios de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Embu das Artes, Itapevi, Jandira, Osasco e Taboão da Serra.
Serão instalados em Barueri o coletor-tronco Dom José e o interceptor Tietê ITi-4. Com isso, 70 mil moradores dos bairros de Chácara Marco, Jardim dos Camargos, Jardim Tupancy, Jardim Esperança, Jardim Silvestre e Vila Porto terão seus esgotos enviados para tratamento. A obra custará R$ 28 milhões.
De acordo com Andreia Ferreira, atualmente, a Estação de Tratamento de Barueri opera com uma capacidade nominal de tratamento de 9.500 l/s e estará com sua capacidade de tratamento ampliada para 16.000 l/s.
As frentes de obras de maior relevância na ETE são as fundações dos diversos sistemas a ser implantados (decantadores, tanques de aeração, adensadores), depois a construção em si destes sistemas com a montagem eletromecânica e, por fim, ajustes finais com a pré-operação do processo de tratamento ampliado.
Nara Faria
Sabesp (São Paulo State Sanitizing Company) is planning to globalize its sanitizing services up to the end of 2020. To achieve that, it is destining about R$ 2 billion per year for sanitation and sewage, which accounts for approximately 30% of the total invested in the whole country.
According to the company it will be invested R$ 9.9 billion between 2013 and 2016. The jobs have been in progress for over 15 years and are part of the project to globalize sanitizing in Brazil up to 2030.
To go ahead with this proposal, the São Paulo state government has authorized, in June of this y
ear, the beginning of a new stage of Project Tietê, which contemplates investments of R$ 756 million in six cities of the great São Paulo area. Aside from the city of São Paulo, the cities of , Arujá, Barueri, Itaquaquecetuba, São Bernardo do Campo and Suzano will receive investments. Approximately 3.5 million people will be benefited.
This new stage is also part of the set of actions that aims at depolluting Tietê and the other rivers and streams of the great São Paulo area. There are currently 564 interventions in progress in 27 cities. The Jobs include building and expanding the sewage Treatment Stations (ETEs), installing of 580 km of big-size new piping (interceptors and trunk collector), expanding collecting networks in the district and new home connections.
In total, the third stage of Project Tietê it is estimated an investment of R$ 3.9 billion. To achieve this has received financing from the InterAmerican Development Bank).
At the end of this stage, the effluent collection rate is supposed to increase from 84% to 87% in the São Paulo metropolitan area. The sewage treatment will increase from 70% to 84%.
The first stage of Project Tietê was performed from 1995 to 1998, with an investment of R$ 2.16 billion. On the second stage, from 2000 to 2008, the investment was of R$ 1.250 billion. The fourth stage’s mission is to ensure the globalization of the sanitizing in the regular areas served by Sabesp. This stage is the financing stage and will be concluded up to the end of this decade.
Challeges
According to Andreia Ferreira, manager of the planning department of Sabesp’s special projects management superintendence, the initiative’s conclusion is obstructed by many challenges.
“Project Tietê operates in the São Paulo metropolitan area, which has grown quickly and disorderly in the last 50 years and currently concentrates approximately 20 million inhabitants. This factor alone makes it extremely hard to implement the infrastructure required to collect and treat the sewage generated in the area”, says she.
According to her, the cities’ subsoil presents an excessive number of interferences, which require permission to perform the municipalities, environmental agencies and concessionaires’ jobs, “which often reveals itself a slow and bureaucratic process”, she concludes.
In addition to that, the disorderly and irregular occupation of valley areas and bottom portion, locations where the trunk collectors are supposed to be installed. According to her, most of the jobs to implement sewage collectors and interceptors are performed using non-destructive methods, aiming at reducing the impact on the neighboring population and particularly on local traffic, which requires equipment known as directional drills.
The cultural issue is another difficulty to globalize the sanitizing. “The population plays an important role in improving the environmental conditions of the cities’ Rivers and streams, by joining the public sewage network and taking proper care of the garbage discarding”, concludes Andreia.
Expansion of ETE Barueri
Among the jobs that are part of the third stage of Project Tietê is expanding ETE Barueri’s treatment capacity. The station currently treats the sewage of 4.5 million people. According to Sabesp, with the investment it will start treating the sewage of more 3 million of inhabitants living in the district close to river Pinheiros and the cities of Barueri, Carapicuíba, Cotia, Embu das Artes, Itapevi, Jandira, Osasco and Taboão da Serra.
It will be installed in Barueri trunk collector Dom José and interceptor Tietê ITi-4. With this 70 thousand inhabitants of districts Chácara Marco, Jardim dos Camargos, Jardim Tupancy, Jardim Esperança, Jardim Silvestre and Vila Porto will have their sewage sent for treatment. Such job will cost R$ 28 million.
According to Andreia Ferreira, the Barueri Treatment Station is currently operating with a nominal treatment capacity of 9.500 l/s and will have its capacity increased to 16.000 l/s.
The more relevant job fronts in the ETE are the foundations of the various systems to be implemented (decanters, aeration tanks, thickeners), then the building of the systems itself with the electromechanical assembly, and finally the final adjustments with the pre-operation of the expanded treatment process.
Fonte: Revista O Empreiteiro
