Sapatas de 4,2 m de altura sustentarão prédio de 40 pisos

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Um dos prédios de escritórios em construção mais altos do País teve executado durante 30 dias, nos meses de outubro e novembro, os dois blocos de concreto (sapatas) de suporte das duas alas da estrutura. A concretagem da fundação envolveu 80 operários, dos 260 ligados à obra. Cada bloco possui 840 m² de área e 4,20 m de altura.

O engenheiro MarcosSantos, da WTorre

O prédio terá 170 mil m² de área construída, distribuídos em duas alas com 40 andares cada, que serão interligadas por cinco passarelas suspensas. A edificação está localizada na Marginal Pinheiros, no bairro do Brooklin, em São Paulo.
A execução de cada bloco implicou o lançamento de três camadas de concreto na escavação feita para erguer a sapata. Uma primeira, com 80 cm de espessura, e duas outras, com 1,70 m cada.

A primeira camada de 80 cm levou 12 horas para ser concluída. Já as outras, duas, de 1,70 m, demoraram 20 horas cada, exigindo dois turnos de trabalho. Entre a execução de uma camada de 1,70 m e a outra de mesma espessura, levou-se uma semana.

As explicações são do engenheiro Marcos Santos, gerente da obra da WTorre Engenharia, construtora do empreendimento.

Logística

A execução de ambos os blocos de concreto de sapata exigiu logística apurada. Três bombas de concreto estacionadas no nível da rua alimentavam outras duas bombas posicionadas para lançar o concreto para execução do bloco, a cerca de 15 m abaixo do nível da rua.

O lançamento do concreto foi feito na temperatura de 14°C a 17°C – gelo foi adicionado à usina de concreto para que fosse lançado na temperatura ideal no bloco; utilizado em temperaturas mais elevadas, o concreto poderia sofrer fissuras. Da usina de concreto ao canteiro de obras, os 37 caminhões-betoneira mobilizados para fazer o transporte tinham duas horas no máximo para entregar a mistura. Um carro de gelo deu suporte no canteiro em caso de necessidade de adicioná-lo ao concreto no momento da entrega. A Polimix, responsável pelo fornecimento do concreto, utilizou duas usinas de concreto para atender ao canteiro durante os trabalhos de execução dos blocos: uma no Jaguaré (Zona Oeste) e outra em Santo Amaro (Zona Sul), bairros da cidade de São Paulo próximos à Marginal Pinheiros. A usina de Santo Amaro era usada para entrega do concreto quando o horário de restrição ao tráfego de caminhões entrava em vigor e impedia que a usina do Jaguaré fornecesse o material à obra.

Um aditivo superplastificante à base de policarboxilato, da empresa Pertex, pertecente ao grupo japonês Mitsui, foi adicionado ao concreto usado nas sapatas.

Outros serviços em execução no canteiro incluem o estacionamento no entorno do empreendimento. As escavações em rocha estão em curso. As obras da torre, iniciadas em março de 2012, serão concluídas até o final de 2014 e estão orçadas em cerca de R$ 500 milhões. O projeto arquitetônico é da Aflalo & Gasperini e segue as recomendações para obtenção da certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), na categoria Silver.

Números de cada bloco da torre

– Bloco – 857,10 m²
– Altura – 4,20 m
– Volume – 3.599,82 m³
– Aço – 241.867 kg
– Concreto – fck 50 MPa
– Consumo de cimento – 400 kgf/m³
– Consumo de gelo – 120 kgf/m³
– Fornecedora do concreto – Polimix

Projetistas e consultorias envolvidos na fundação

– Sondagens e projeto de fundações – Damasco Penna Engenharia Geotécnica
– Estrutura de concreto (sapata) – Ávila Engenharia de Estruturas
– Consultoria estrutural – SIS Engenharia
– Consultoria geológica – ARS Geologia
– Estrutura de concreto (torre) – RS Engenharia, em parceria com a Medabil
– Ensaio de túnel de vento – Laboratório de Aerodinâmica das Construções da UFRGS
– Consultoria em tecnologia de concreto – EPT

(Augusto Diniz)

Fonte: Padrão


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