Segunda pista completa dez anos e a rodovia se mantém entre as melhores do mundo

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A concessionária define a segunda pista da rodovia dosImigrantes, nesses dez anos de funcionamento, como ummarco importante da engenharia rodoviária nacional

Joás Ferreira

Osistema rodoviário que liga São Paulo ao litoral sul paulista ganhou um reforço significativo com a inauguração da segunda pista – a descendente – da rodovia dos Imigrantes, em 17 de dezembro de 2002. À época, além de constituir um importante eixo estruturador do tráfego de veículos, entre o Planalto Paulista e a Baixada Santista, ela também se destacou pela inovação tecnológica e por se tornar uma referência para a engenharia rodoviária nacional e internacional. A pista ascendente foi inaugurada 28 anos antes, em 1974, e também já representara um grande avanço para o sistema que inclui a via Anchieta já visivelmente saturada (também implantada em duas etapas: uma em 1947 e outra em 1953).

As obras para a construção da pista descendente da Imigrantes, incluindo 21 km de extensão, três túneis, totalizando mais de 8 km, e mais os 4 km de nove viadutos, demandaram investimento de R$ 850 milhões. Na ocasião da sua inauguração, destacaram-se, entre os benefícios decorrentes da segunda pista, a diminuição do tempo de viagem, entre São Paulo e a Baixada Santista, de cerca de 40%, e o aumento da capacidade de tráfego, no trecho de serra, de 8,5 mil para 12 mil veículos/hora.

Federico Botto, vice-presidente executivo da Ecorodovias, destaca a relevância estratégica desse corredor rodoviário. “Trata-se da mais importante ligação entre os principais centros de produção nacionais, tanto do agronegócio como da indústria em geral, e um dos principais portos brasileiros, que é o de Santos”.

Segundo Botto, no tráfego leve de automóveis, a pista descendente também representou “uma mudança radical” no que diz respeito ao aumento de capacidade de circulação de veículos. “Quem não está lembrado do caos que era o deslocamento para o litoral nos fins de semana, sem a segunda pista?”, pergunta ele.

Hoje, o tráfego para o litoral, nos fins de semana e feriados, tem uma resposta muito mais adequada à demanda, analisa Botto. Entretanto, como toda infraestrutura, o sistema tem uma capacidade-limite e é preciso levar em consideração que a frota de veículos aumenta vertiginosamente – só na cidade de São Paulo, são licenciados cerca de mil veículos novos por dia –, o que significa que, daqui a algum tempo, também a segunda pista deixará de ser suficiente.

Federico Botto, vice-presidenteexecutivo da Ecorodovias

Preocupada com o aumento constante de demanda, a Ecorodovias está sempre atenta para identificar e solucionar possíveis gargalos, destaca Botto. Um exemplo disso, citado por ele, é o que está acontecendo na Anchieta com a rodovia Cônego Domenico Rangoni: “Assinamos um aditivo contratual com o estado de São Paulo que contempla a necessidade de aumento da capacidade de tráfego naquela região da Baixada Santista. O nosso projeto, que foi aprovado recentemente pela Artesp, visa a solucionar o gargalo no km 55 da Anchieta, com a implantação de um novo trevo e uma terceira faixa de rolamento na Domenico Rangoni, com cerca de 10 km de extensão, até o Ecopátio Cubatão”.

A obra, que deve ser iniciada imediatamente, foi orçada em R$ 328 milhões e deverá ser concluída até setembro de 2014. Com ela será possível ampliar em 50% a capacidade da rodovia Cônego Domenico Rangoni – por hora, poderão circular até 2 mil carros a mais pelo trecho. “Trata-se de uma ação que não estava no nosso contrato de concessão, extremamente importante, que demonstra o nível de parceria que temos com o governo do estado e o comprometimento da Ecovias na busca por soluções que tenham reflexos de longo prazo”, acrescenta Federico Botto.

Na região de Cubatão, são comuns as filas e congestionamentos de caminhões todos os dias – e não só nos fins de semana e feriados, por ocasião da subida e da descida de automóveis de passeio. Isso bloqueia e atrapalha a movimentação rodoviária local e, em especial, as operações do porto e das indústrias ali localizadas.

Formado em engenharia civil, pela Universidade de Florença, na Itália, Botto acredita que essa será uma obra complexa, porque a ampliação da capacidade será feita sem a interrupção do tráfego local: “Serão dois anos de muitos transtornos e medidas preventivas para preservar o tráfego, até a conclusão das obras”.

Fonte: Padrão


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