SP: 457 anos

Compartilhe esse conteúdo

São Paulo chega, assim, aos 457 anos: enchentes, lixo, Tietê e Pinheiros, ainda canais de esgoto a céu aberto; 38 árvores abatidas pelos raios na véspera do aniversário; carros submersos; desmoronamentos; moradias penduradas nas áreas de risco e a população prejudicada pela incúria administrativa sem ter a quem recorrer. Mas, nos relatos oficiais, há promessas de que estão saindo do papel planos que julgávamos engavetados. Elas vêm acompanhadas da palavra, firme, do prefeito, de que de 2005 a 2010, os investimentos da prefeitura, para ações contra as enchentes, cresceram quatro vezes: de R$ 97 milhões para R$ 401 milhões.

A realidade não confere com a realidade oficialmente exposta. Há fraturas visíveis nas ruas, nos córregos, nos rios e no rosto do povo. A constatação de que a cidade tem hoje mais de 11 milhões de habitantes, mostra o quanto ela se expandiu em cima de uma estrutura territorial sempre a mesma, sacrificada pela densidade urbana e pela carência de infraestrutura de serviços.

A amostragem Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem) é de uma visibilidade cruel. Aponta a falta de credibilidade da maioria da população nos pilares das instituições que respondem pelo funcionamento da cidade. Apenas uma minoria confessa confiar na administração municipal (47%), no Tribunal de Contas do Município (40%) e na Câmara Municipal (36%). Um indicador que chama a atenção diz respeito à sondagem quanto ao item "Honestidade dos governantes". Esse item recebeu a nota média de 2,7.

É assim, com esses dados, que São Paulo chega aos 457 anos. Contudo, corroborando o verso de Dante, é ela, esta São Paulo de todos os nossos dias, a cidade que move o sol e os outros astros.Ela merece o parabéns de todos pela reabertura de um dos seus símbolos: a Biblioteca "Mário de Andrade", um território cultural à mão.

Fonte: Estadão


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário