Terminal 2 deve elevar capacidade para 22 milhões de passageiros

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Projeto em Confins já foi aprovado por autoridades aeroportuárias; concessionária aguarda agora licença para instalar canteiro de obras

Guilherme Azevedo

 

A construção do segundo terminal de passageiros (TPS 2) do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins (MG), deverá dobrar a capacidade de atendimento local e alcançar a marca de 22 milhões de passageiros transportados por ano. Em 2014, segundo a concessionária BH Airport, o movimento de passageiros foi de 10,9 milhões (5,8% superior ao de 2013 e 51,3% maior que o de 2010, por exemplo). Confins é o quinto aeroporto mais movimentado do País em número de passageiros.
 

De acordo com a BH Airport, o projeto executivo do novo terminal já foi aprovado pela agência que regula o setor, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e encontra-se em fase de detalhamento. Também está em fase final o processo de assinatura dos contratos com as empreiteiras da futura obra, que, para ter início, só depende agora da obtenção da licença de instalação do canteiro. O diretor de infraestrutura da BH Airport, Adriano Pinho, prevê a entrega do terminal em 14 meses.

 

O TPS 2 é o principal projeto da concessão e faz parte da segunda fase de investimentos em melhorias, que soma R$ 750 milhões e inclui outras intervenções, como as que seguem, com projetos executivos em fase de detalhamento: 1) construção de central de utilidades, que reunirá as instalações necessárias para abrigar os novos sistemas de energia, água, esgotamento sanitário, gás, datacenter e geradores que vão suprir o novo terminal; 2) Adequação do sistema de pátio e pistas em termos de layout, para ampliar a capacidade e melhorar a operação; 3) Adequação do sistema viário local, para chegada e saída de passageiros do futuro terminal; 4) e Execução do estacionamento do futuro terminal, com 2.227 novas vagas, ampliando a capacidade total de Confins para 4.804 vagas.

 

O terminal 1 se tornou foco de conflito entre concessionário e Infraero. Estrutura foi parcialmente
modernizada
 

A primeira fase de investimentos incluiu uma série de ações imediatas. Implantou-se um novo datacenter, para ampliar a segurança (redundância) dos múltiplos sistemas de tecnologia da informação que coordenam as atividades de todo o sítio, com investimento de R$ 3,2 milhões. Também se modernizou a sinalização geral de Confins aos passageiros (com novas placas, totens e sistemas de avisos, por exemplo), se revisaram os sistemas de esteiras de bagagens, elevadores e escadas rolantes e se ampliou a cobertura dos estacionamentos. Os recursos aplicados totalizam R$ 25 milhões.

 

Novo terminal: estrutura modular

Do ponto de vista da arquitetura e da engenharia, o futuro TPS 2 será um longo píer de 600 m de extensão e 46 mil m2 de área construída, com edifício para processamento de passageiros em três níveis. Receberá 19 pontes de embarque, elevando o número total de pontes em Confins para 26. A edificação será, essencialmente, uma estrutura metálica de aço, vidro e pré-moldados de concreto. A obra terá a seguinte sequência: cravação de estacas e blocos; montagem de estruturas metálicas modulares de 120 m; cobertura; concretagem das lajes com metodologia steel deck; e fechamento lateral com pele de vidro e painéis de placa cimentícia (tudo pré-fabricado). “O terminal foi concebido para ser executado o mais rápido possível”, explica Adriano Pinho, diretor de infraestrutura da concessionária. E qual o obstáculo principal a sua execução? “O desafio desta obra, como de toda obra, é o cronograma, porque cumpri-lo significa redução de custos.” Por isso, segundo Pinho, “o nome desse jogo é planejamento”. Durante a fase de obras, o terceiro terminal de passageiros, que é uma estrutura separada do conjunto principal de edificações que constitui o sítio e hoje está inativa, servirá ao atendimento de voos internacionais. No pico dos trabalhos, o canteiro deve receber entre 800 e mil trabalhadores.

 

 

Conflito de responsabilidades

O esforço de modernização e expansão das operações em Confins tem sido conflituoso pelo menos em um aspecto: as obras iniciadas antes da concessão, mas que prosseguiram depois dela. O conflito em questão é exatamente sobre a responsabilidade dessas obras e opõe a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que administrava o local, e a BH Airport (sociedade de propósito específico formada pela CCR, pelo operador aeroportuário internacional Flughafen Zürich AG e pela própria Infraero, que é sócia minoritária). O local em litígio é o terminal de passageiros existente (TPS 1), cujas obras de melhorias foram contratadas pela Infraero e hoje estão paralisadas. Desde setembro de 2014, concessionária, Infraero, Anac e Secretaria de Aviação Civil negociam uma saída que preserve a entrega das obras e a qualidade do serviço ao passageiro. Segundo o diretor de infraestrutura da BH Airport, as conversações giram em torno da abertura de nova concorrência ou transferência das execuções para o concessionário. “Aí precisaria haver um reequilíbrio financeiro do contrato”, ressalva Pinho.

 

 

Expansão de Confins com TPS 2

Terminal 1 (existente)

Área

77 mil m²

Capacidade

10 milhões passageiros/ano

Pontes de embarque

9

Inspeção de passageiros domésticos

7 raios X

Terminal 1 + 2

Área

123 mil m²

Capacidade

22 milhões passageiros/ano

Pontes de embarque

26

Inspeção de passageiros domésticos

12 raios X

 

Fonte: Redação OE


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