Aferrovia Transnordestina, que fará a interligação do interior do Piauí com os portos de Suape, em Pernambuco, e do Pecém, no Ceará, terá custo total de R$ 7,5 bilhões. O valor consta do mais recente balanço, de dezembro último, do Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), do governo federal, e representa aumento de R$ 2,1 bilhões em relação ao valor até então conhecido, de R$ 5,4 bilhões. Segundo o balanço do PAC 2, também foi estendido o prazo de entrega total da Transnordestina para 30 de dezembro de 2015.
As mudanças de preço e de prazo atendem a solicitação formal da Transnordestina Logística S/A, controlada pela CSN e responsável pelo empreendimento. Com obras começadas em junho de 2006, o prazo inicial para a conclusão da ferrovia era 2010 e, depois, aconteceram atrasos sucessivos.
A Transnordestina terá 1.728 km de extensão e vai do município de Eliseu Martins, no cerrado do Piauí, aos complexos portuários de Suape e do Pecém. É considerada uma obra prioritária para o desenvolvimento econômico e social de todo o Nordeste.
Apreensão e expectativa
Do ponto de vista das atividades do Porto do Pecém, a demora na entrega da nova ferrovia gera “apreensão”, diz Joaquim Firmino, secretário executivo da Infraestrutura do governo do estado do Ceará. Segundo ele, nenhum porto pode ser eficiente sem o suporte do transporte ferroviário. “Ainda mais ligando áreas produtoras de commodities agrícolas e minerais, como é o caso, a um porto voltado para o comércio exterior”, explica Firmino. Tradicionalmente, o Pecém é ponto de embarque para o exterior de frutas (melão, em sua maior parte) cultivadas na região e também de minério de ferro.
Firmino cita também a mudança da tancagem de derivados de petróleo do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, para a retroárea do Pecém como outra demanda urgente pela Transnordestina. “Esses granéis líquidos deverão, preferencialmente, ser transportados por ferrovia.”
No complexo de Suape, a expectativa também é grande. A Transnordestina, segundo Jaime Alheiros, diretor de planejamento e urbanismo do complexo, poderá transformar Suape num grande concentrador de cargas, como ponto de referência para toda a região Nordeste. A interligação portuária direta com o Pecém também pode representar novos negócios, uma vez que, hoje, de acordo com o diretor de Suape, já 12% do que se movimenta ali tem como destino o Ceará.
Pela Transnordestina, Alheiros projeta movimentação intensa de grãos e minérios, vindos do interior do Piauí e de regiões que a ferrovia atravessa, com destino à exportação, e de combustível (diesel e gasolina) e de fertilizantes agrícolas, para abastecer o interior nordestino.
(GA)
Fonte: Revista O Empreiteiro