Há vários investimentos no setor de celulose no país, consolidando sua posição no mercado global. Os três maiores se dividem entre as empresas Euca Energy, RGE e Klabin.
Com investimentos estimados em R$ 9,5 bilhões, a Euca Energy já obteve as licenças para dar início a construção de sua planta no Alto Araguaia (MT), com capacidade para 2 milhões t/ano de celulose de fibra curta. As obras deverão gerar mais de 8 mil empregos e a operação em si vai empregar 4.400 pessoas, sendo 1.200 na fábrica e 3.200 no setor florestal.
O projeto está sendo estudado para viabilizar a produção em larga escala de eucalipto na região, a partir de uma parceria com a entidade CooperFlora Brasil, que seria responsável em firmar
contrato com produtores locais da matéria prima. A unidade industrial tem início de construção previsto para 2021, com 24 meses de obras.
Já a empresa de Cingapura Royal Golden Eagle (RGE) pretende ampliar em seis vezes a unidade industrial que comprou de Lwarcel Celulose, que passará a produzir 1,5 milhão t de celulose
solúvel grau viscose, destinado ao ramo têxtil. A planta fica em Lençóis Paulista (SP).
O investimento pode chegar até a R$ 6 bilhões. A previsão é de as obras de ampliação da unidade industrial ocorrerem ainda nesse segundo semestre.
A Klabin aprovou em abril a expansão de capacidade no segmento de papéis para embalagem, o chamado projeto Puma II, que vai consumir investimentos de R$ 9,1 bilhões até 2023.
O Puma II é resultado de um estudo para expansão orgânica da empresa e abrange a instalação de duas máquinas de papel, com produção de celulose na unidade na cidade de Ortigueira (PR).
Segundo a Klabin, a capacidade total das máquinas de Puma Três megaprojetos no horizonte: PR, SP e MT II será de 920 mil t/ano de papéis kraftliner. Na Unidade Puma, a Klabin já produz celulose branqueada (fibra curta, fibra longa e fluff), com capacidade anual de 1,6 milhão t.
O Puma II será dividido em duas etapas. A primeira envolve a construção de uma linha de fibras para produzir celulose não branqueada integrada a uma máquina de papel kraftliner e kraftliner
branco, que serão comercializados sob a marca Eukaliner, com capacidade de 450 mil t/ano.
A segunda etapa do projeto contempla a construção de uma linha de fibras complementar integrada a uma máquina de papel kraftliner, com capacidade de 470 mil t/ano e expansão de algumas
estruturas de apoio.
O cronograma prevê que as obras de cada etapa durem 24 meses, sendo que o início da construção da segunda etapa será logo após o término da primeira. O início da instalação da primeira máquina está programado para o segundo trimestre de 2021, e o da segunda, para o segundo trimestre de 2023.
Cerca de dois terços dos desembolsos ocorrerão entre 2019 e 2021. O projeto será financiado com caixa próprio da companhia, podendo ser complementado com financiamentos, segundo a empresa.
Em maio, a Klabin finalizou as negociações com os principais parceiros para a implantação da primeira fase do projeto, que são: Andritz (pátio de madeira, caustificação, forno de cal, caldeira de recuperação e caldeira de força); Confab Industrial e Veolia HDP (planta de evaporação); Siemens (turbogeradores); Suez Water Technologies & Solutions Brasil (estações de tratamento de água, de efluente e de água para caldeiras); Valmet (linha principal de fibras e máquina de papel) e Pöyry (engenharia e gerenciamento das plantas complementares e interligações entre ilhas de processo).