Responsável por 1.176,5 km de rodovias, a Triunfo Concebra tem uma quantidade expressiva de obras e intervenções no sistema viário sob sua administração. A concessionária arrematou em dezembro de 2013 o lote composto pelas rodovias BR-060/153/262 (DF/GO/MG) – são 630,2 km da BR-060 e da BR-153, além de 546,3 km da BR-262.
Até o momento, segundo a Concebra, já foram investidos no sistema próximo de R$ 1,4 bilhão, com expectativa de investimento de mais R$ 4,2 bilhões a partir deste ano até 2021, período no qual se concentra o maior volume de obras, totalizando cerca de R$ 11,8 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão.
De acordo com a diretoria de Engenharia da Triunfo Concebra, até o sexto mês da concessão, a prioridade foi assumir a operação da rodovia com a inspeção de tráfego rotineira, atendimento médico emergencial, o socorro mecânico e implantação dos 24 postos de atendimento ao usuário.
Em seguida, a meta foi cumprir os programas de obras considerados emergenciais estabelecidos no contrato para os trabalhos iniciais concluídos no 12° mês, com a execução de obras e serviços de recuperação, imprescindíveis à operação da rodovia, tanto no que se refere à condição do pavimento quanto à recomposição, implantação, substituição de elementos de drenagem, sinalização, proteção e segurança, pontes etc.
Concluída essa fase, segundo a concessionária, o foco foi voltado à conclusão da duplicação de aproximadamente 70 km de rodovia no segmento compreendido entre Uberaba (MG) e o entroncamento da BR-262/MG com a BR-153/MG, e da implantação das 11 praças de pedágio de modo a obter autorização da ANTT para permitir o início da cobrança, que passou a vigorar em junho de 2015.
Atualmente, as atenções estão voltadas para o cumprimento das demais metas de duplicação dos 647 km da rodovia no Estado de Minas Gerais e implantação do contorno de Goiânia, principalmente.
O contorno de Goiânia (GO), com 44 km de extensão, irá retirar o fluxo de longo curso de dentro das áreas já densamente urbanizadas dos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia, e a implantação da terceira faixa de tráfego entre Goiânia e Anápolis (GO), trecho este que, segundo a Concebra, está entre aqueles com o maior volume diário médio do País.
Sobre a duplicação de 647 km, destacam-se dois segmentos relevantes: a conclusão da duplicação da BR-153/MG, desde o “trevão” no km 58 até a divisa com o Estado de São Paulo, no km 247; e a duplicação do segmento na BR-262/MG, entre os municípios de Luz e Campos Altos, com relevo montanhoso, no qual a rodovia vence uma diferença de nível de 500 m e tem o seu traçado desenvolvido ao longo de um espigão.
Logística complica os trabalhos
Pelo fato de o trecho concessionado ser muito extenso, a diretoria de Engenharia da Triunfo Concebra aponta muita diversidade ao longo da rodovia, como relevo, características de solos, materiais de fundação, agregados minerais disponíveis, condições da pista existente etc., o que exigirá soluções especificas nos diversos trechos.
O segmento de rodovia da Serra da Saudade, em Minas Gerais, por exemplo, com relevo acidentado, exigirá na sua duplicação obras especiais de contenção, como muros de arrimo, cortinas atirantadas, solos grampeados, aterros armados e obras de arte especiais.
Já na região de Araxá (MG), a rodovia cruza com a ferrovia administrada pela FCA em quatro pontos, sendo que em três deles está prevista a construção de túneis em solo (com aplicação de enfilagem, cambota metálica, concreto projetado, chumbadores e tirantes, além das obras de emboque e desemboque) para permitir a transposição da via férrea sem interromper sua operação.
Também estão previstas obras de melhorias, mesmo em segmentos de rodovia já duplicada, principalmente nas passagens em áreas urbanas, onde há necessidade de obras para separar o fluxo de longo curso com o tráfego local.
De acordo com o programa de exploração rodoviária (PER) definido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os 1.176 km de extensão da concessão são subdivididos em 23 segmentos homogêneos, que são trechos da rodovia que possuem variáveis com características constantes ao longo da sua extensão. Estes 23 segmentos homogêneos foram reagrupados pela concessionária em seis lotes de aproximadamente 200 km cada, possibilitando uma gestão mais assertiva.
A concessionária avalia que é fundamental, além do gerenciamento da engenharia, o papel de sua integração com a operação, na inspeção rotineira através das VITs (veículos de inspeção de tráfego) com o registro e comunicação de eventuais problemas percebidos nestas vistorias, que permitem que ações preventivas sejam tomadas de forma imediata.
ViaLagos (RJ) completa 20 anos
Implantação de divisórias foi o principal projeto executado narodovia do interior do Rio de Janeiro
A concessionária que administra 57 km da rodovia RJ-124, entre Rio Bonito e São Pedro da Aldeia, completa 20 anos. O segmento faz a ligação da BR-101 com a Região dos Lagos, onde se localizam as cidades de Araruama, Cabo Frio, Búzios, dentre outras.
Os investimentos feitos pela ViaLagos, do grupo CCR, desde o início da concessão, em dezembro de 1996, foram de R$ 540 milhões em obras de melhoria, modernização, conservação e monitoramento.
Um dos trabalhos mais complexos da ViaLagos foi a implantação de divisória metálica entre as pistas, encerrado no ano passado. Foram dois anos e quatro meses de obras.
Para instalar a divisória foi preciso alargar as pistas em 3,20 m nos 53 km de rodovia que não tinham o dispositivo de separação de pistas, exigindo completa readequação do sistema de sinalização, das passarelas, retornos e também do sistema de drenagem da rodovia. “Pode parecer simples, mas trata-se de um projeto complexo, que exigiu uma logística rigorosa de execução numa rodovia em operação”, explica a engenheira responsável pela obra, Letícia Rezende.
A implantação da divisória aconteceu em três etapas, segundo Letícia: a primeira dedicada ao alargamento das pistas, construção de um novo sistema de drenagem e recapeamento do pavimento; implantação de nova sinalização vertical (placas) e horizontal (pintura de faixas); e implementação das divisórias.
Foram aplicados R$ 200 milhões no projeto, que contemplou ainda a construção de sete retornos, 14 travessias de pedestres em nível e implantação de duas passarelas.
A tecnologia adotada na divisória metálica atende norma europeia de impacto de diversos tipos de veículos. A divisória é composta por uma defensa dupla. “Esse tipo de dispositivo contém o veículo durante o choque, amortece a energia da colisão e o redireciona em ângulo seguro para a pista”, explica Letícia Rezende. Ele ainda possui uma tecnologia especial para proteção dos motociclistas nas curvas.
A divisória extinguiu os acidentes com colisões frontais e transversais, que apresentavam os maiores índices de mortalidade na rodovia.
Arteris tem R$ 11 bilhões previstos em investimentos
Concessionária de rodovias com 3.250 km sob sua administração, os investimentos da Arteris até 2033 somam R$ 11 bilhões – R$ 6 bilhões dentro dos contratos de concessão e cerca de R$ 5 bilhões em aditivos.
Nas cinco concessionárias federais da Arteris – Autopista Fernão Dias, Autopista Regis Bittencourt, Autopista Litoral Sul, Autopista Planalto Sul e Autopista Fluminense – e nas quatro concessionárias estaduais – Autovias, Centrovias, Intervias e Vianorte, todas no interior de São Paulo -, há projetos importantes a serem concluídos ou realizados. Além das obras de duplicação da Serra do Cafezal (SP), na Autopista
Regis Bittencourt; construção do Contorno de Florianópolis (SC), na Autopista Litoral Sul; e na ampliação da BR-101/Norte (RJ), na Autopista Fluminense, a partir do ano que vem, iniciam as execuções do Contorno de Campos dos Goytacazes (RJ), dentro do escopo de trabalho da última concessionária citada.
Nos trabalhos relacionados a aditivos de contrato ou extra-contrato, ainda em fase de análise na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), estão três projetos na BR-101/ Norte, no Estado do Rio de Janeiro. Essas iniciativas envolvem a construção de terceiras faixas entre Barreto, em Niterói, e Manilha, em Itaboraí; a execução de um novo contorno em Itaboraí e a duplicação de trecho de 45 km, logo após a cidade de Campos dos Goytacazes, até a divisa com o Espírito Santo, que curiosamente não está incluso no contrato de concessão.
Há também projeto de construção de terceiras faixas ao longo da Autopista Fernão Dias, na ligação São Paulo (SP) – Belo Horizonte (MG), e na autopista Litoral Sul, que envolve as BRs 376 e 101, nos Estados do Paraná e Santa Catarina. Na Autopista Planalto Sul, na BR-116, no trecho entre Curitiba (PR) e a divisa com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, há intenção de duplicar a rodovia.
Em 2015, a Arteris fez investimentos nas rodovias sob sua concessão de R$ 1,8 bilhão, sendo 83% destinados às concessionárias federais.
Rota das Bandeiras constrói marginais em Campinas (SP)
O investimento total no projeto é de R$ 150,4 milhões
A concessionária Rota das Bandeiras, empresa da Odebrecht TransPort, em operação desde 2009, envolve administração do chamado corredor Dom Pedro, incluindo segmentos rodoviários na região metropolitana de Campinas, no interior de São Paulo, e a sua ligação com o Vale do Paraíba paulista.
Atualmente, a concessionária realiza a construção das marginais da rodovia D. Pedro I, em seu trecho urbano de Campinas. De acordo com a Rota das Bandeiras, a ampliação se procede no local de maior movimento de todo o Corredor Dom Pedro, com fluxo diário médio de 125 mil veículos. O investimento total na implantação das marginais é de R$ 150,4 milhões.
A construção das marginais visa à separação entre o tráfego urbano (via pistas marginais) e o intermunicipal, pelas pistas expressas. As novas pistas ampliarão em 66% a capacidade de tráfego, segundo a concessionária.
Os desafios da obra acontecem na área de desapropriação e na etapa de interligação com alças de entrada e saída entre as pistas expressas e marginais. Ao considerar a construção destas alças, o projeto completo das marginais tem um total de 36,2 km.
Até o momento, segundo a Rota das Bandeiras, já foi concluída a implantação das marginais entre o km 129 e o km 140 na pista Norte (sentido Anhanguera), e do km 134 ao km 140 da pista Sul (sentido Jacareí), além da remodelação do trevo de Barão Geraldo.
Em 2016, está prevista ainda a conclusão do trecho I sul, entre o km 132 e o km 129. O cronograma de investimentos da concessionária prevê para 2017 a conclusão dos demais trechos.
O investimento total no projeto é de R$ 150,4 milhões funda do pavimento, em trechos das rodovias Prof. Zeferino Vaz e da D. Pedro I. Na rodovia D. Pedro I, já foram recuperados 70 km de pistas. Até setembro, a concessionária pretende entregar outros 90 km.
A recuperação profunda do pavimento é uma “reconstrução” das rodovias. Os trechos têm interdições periódicas e as escavações chegam até 1 m de profundidade, com diferentes patologias encontradas. Em alguns pontos, onde há maior deterioração do pavimento, as camadas de base e sub-base sofrem intervenção.
A recuperação inclui a implantação de drenos na estrutura do pavimento, visando ampliar sua capacidade de absorção da água das chuvas. Os investimentos da concessionária nos trabalhos de recuperação profunda alcançam R$ 85 milhões.
A Rota das Bandeiras também executa as obras de duplicação da rodovia Romildo Prado (SP-063), em Louveira, no trecho entre o km 0 e o km 2,3. O investimento nessa obra, que contempla a construção de um trevo em desnível e a implantação de uma passarela, é de R$ 20,3 milhões.
Durante a concessão, a concessionária investirá no total R$ 3,5 bilhões em obras de manutenção, recuperação e modernização nos 297 km da malha viária que compõe o Corredor Dom Pedro, sendo que metade deste valor (R$ 1,7 bilhão) já foram aplicados.
Entre as obras realizadas até aqui, destaque para o prolongamento do anel viário Magalhães Teixeira (SP-083) em mais 5,8 km; a duplicação da rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), em Jundiaí; e a remodelação dos trevos de Barão Geraldo, em Campinas, e de Valinhos.
Fonte: Redação OE