No campo das hidrelétricas, a primeira grande usina construída na Amazônia, a Tucuruí com 4.200 MW, começou a ser erguida em 1976 no Estado do Pará.
Os desafios enfrentados pela engenharia foram inúmeros. Para construir a usina, foi necessário instalar uma vila residencial que chegou a ter 50 mil habitantes, além de dois portos, um aeroporto e uma termelétrica de 43 MW.
Helio Franco participou das obras. Engenheiro responsável pela divisão de atividades de campo com concreto pela Themag, diz que se hoje ainda é muito difícil construir na Amazônia, imagina naquela época.
“Era muito inóspito. O sistema telefônico inexistia”, lembra. Ele relata que a Eletronorte teve que arcar com várias obras na região, o que elevou os custos do empreendimento, como de um hospital, na então vila de Tucuruí.
“Naquele período chegava a sair gente de Brasília de avião para lá, só para levar alteração de uma planta de projeto. Hoje se faz pela internet”, menciona. “No começo, o aeroporto era na rua principal. O avião sobrevoava para ver se tinha algo na pista antes de descer”.
O engenheiro conta que quando Tucuruí esteva em construção, outras hidrelétricas também se encontravam em obras no País, como Itaipu. “Tinha uma concorrência de mão de obra. Só que para Tucuruí era mais complicado atrair gente, por que ficava em local muito isolado”, cita.
As condições do subsolo não puderam ser detectadas corretamente apenas com as investigações iniciais, e os critérios de execução das fundações em cada setor teve que aguardar as escavações obrigatórias das estruturas de concreto.
Ele relata que nas redefinições da execução da usina, foi preciso fazer novos ensaios, tratamento de solo e a construção de um túnel em grande trecho da fundação, para se verificar as condições.
Foram instaladas quatro centrais de concreto no canteiro. “Chegava-se a se lançar 100 mil m³ por mês de concreto. Um número muito alto”, recorda.
Fonte: Revista O Empreiteiro