Temos ufanismo demais e mediocridade de sobra. Dizem por aí que já somos a sexta economia do mundo. Mas, em que bases essa assertiva se sustenta? Na prática, ela desmorona, sob o peso de uma camada espessa de realidade.
Em termos verazes, não há, nem tem havido, investimentos satisfatórios em infraestrutura. As rodovias (salvo as exceções) constituem um risco em cada buraco e em cada curva; malha ferroviária não existe; o transporte público é um naufrágio. As panes nos trens do metrô são de uma frequência inaceitável. E eles não conseguem dar conta do recado, o mesmo ocorrendo com os trens urbanos e com os ônibus. Saneamento continua a ser uma pedra no sapato dos governos federal e estaduais e reflete, nas metrópoles ou nos pequenos municípios, a miséria urbana em que estamos atolados.
No entanto, alardeia-se que somos a sexta economia do mundo. Mas, como, se reportagens recentes mostram que o Brasil é o país que menos tem crescido na América Latina?
Um fato, no entanto, vem à tona: a transferência de renda, de quem não tem renda, continua a favorecer quem não tinha nada. E, lá no topo, cria-se e alimenta-se uma elite de privilegiados que apregoa um ufanismo à Afonso Celso.
Enquanto isso é importante ler manifesto, publicado hoje na imprensa, em forma de informe publicitário, no qual poderosas entidades de classe denunciam redução de 23% no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCI). Elas pedem o restabelecimento da proposta original de R$ 6,7 bilhões retirados daquele ministério e o descontingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o FNDCT.
Eis um dado exposto no manifesto: “O investimento nacional em pesquisa e desenvolvimento, em 2010, correspondeu a apenas 1,20% do PIB, sendo 0,63% provenientes do setor público.”
Fonte: Nildo Carlos Oliveira