O primeiro, aquele que reuniu presidenciáveis na TV Bandeirantes, provocou bocejos. Frases feitas, discursos decorados, gestos dentro do script. Tudo no limite demarcado pelos marqueteiros. Nenhuma mensagem nova, nada que indicasse uma reflexão mais trabalhada, a partir de um projeto de Nação. Vez ou outra, uma tentativa de comparações de atos do atual governo com o governo passado. Como se ambos não fossem – e não continuassem a ser – a cara e a coroa de uma mesma moeda, com alguma variação no enfoque social. Um, mais assistencialista do que o outro. Não fosse o Plínio, com algumas tiradas que de longe lembravam algum discurso político do passado, o cenário para a sonolência estaria completo.
O segundo debate, este ocorrido dia 12 (sexta-feira última), no mesmo canal de TV, entre candidatos a governador do Estado de São Paulo, também não trouxe nada de novo, mas não provocou sensação de sono semelhante àquela do encontro anterior. Pelo menos alguns temas trouxeram o dia a dia para dentro da casa dos expectadores: transportes, segurança, saúde.
A questão dos pedágios foi aflorada, apenas aflorada, talvez porque não haveria tempo para aprofundar a discussão. A simples análise de que essa forma de concessão rodoviária melhorou as estradas paulistas não se esgota por aí. O pedágio está caro, tornou-se uma exorbitância, e manietou o cidadão de tal forma, que hoje ele não respira, se não desembolsar o que as concessionárias lhe cobram na boca do caixa.
O trem de alta velocidade veio à tona, mas um dos debatedores insistiu em pará-lo em cidades do Vale do Paraíba. Se assim for, o trem já começa a partida perdendo velocidade. E não seria esse o sentido do projeto, que ainda não têm fôlego algum para sair do papel.
O senador que ensaia os primeiros passos como candidato a governador paulista buscou durante todo tempo e a todo custo apoiar-se na bengala do governo federal.
Talvez a frase melhor do debate tenha sido aquela do candidato que pretende voltar ao governo, de que o tesouro estadual não botará um centavo na construção de um novo estádio de futebol para a Copa de 2014. No fundo, não haveria por que fazê-lo. Há prioridades maiores, estruturais, que também sequer foram lembradas.
Fonte: Estadão