São 873 mil viagens por dia ao longo da rodovia, sendo 40% de veículos pesados, média bem acima da maioria das estradas no País. Com este intenso tráfego, o Centro de Pesquisas da concessionária do segmento, a CCR Nova Dutra, se especializou em realizar trabalho de desenvolvimento de pavimentação rodoviária.
“A rodovia tem alto desgaste”, resume a engenheira civil Valéria Faria, coordenadora do departamento, destacando que são 10,5 milhões de m² de pavimento flexível para cuidar em toda a estrada, incluindo vias expressas, marginais e acessos. A rodovia que liga as duas principais cidades do País (Rio-São Paulo) tem um outro aspecto importante a ser considerado nos estudos: “50% das intervenções na estrada não se conseguem proceder de dia por conta de problemas que causariam ao trânsito”, explica Valéria Faria. “Assim, temos que pensar também em soluções para execução à noite”.
A pesquisa em aperfeiçoamento asfáltico é um dos focos do centro. De acordo com Valéria, a Dutra tem diferentes composições de pavimento ao longo de seu trecho por conta de sua idade (a via foi construída na década de 1950). “Tem lugares que já mexemos na sub-base e na base. Outros, somente na superfície”, conta.
A maioria dos projetos do centro, tanto de implantação como de restauração, trabalha com vida útil de pavimento de oito anos. “Quando o prazo vai terminando, temos que começar outro projeto no lugar”, diz.
Outra ação forte do centro é de controle de qualidade dos materiais utilizados na rodovia. “Fazemos isso para saber se atende às especificações determinadas em projeto, principalmente dos fornecedores”, cita. Também há ação forte de monitoramento de irregularidades no pavimento da estrada e análise de capacidade estrutural.
A área atende outros projetos do grupo CCR e atualmente trabalha em estudo de solo para duplicação da BR-163/MS, estrada cuja concessão a empresa conquistou em licitação realizada no ano passado. Há também outras pesquisas desenvolvidas com órgãos públicos e privados.
O centro, um dos poucos do País nesse campo, iniciou os trabalhos em 1999, três anos depois do início da concessão ao grupo CCR. Em 2011, a área sofreu modernização e recebeu novos equipamentos na sede da Nova Dutra, em Santa Isabel, na Grande São Paulo. A partir daí, passou a adotar metodologia norte-americana recém-desenvolvida de pavimentação e mistura asfáltica, a Superpave, adaptando-a ao País – o Brasil ainda utiliza métodos da década de 1950.
Hoje, 20 pessoas entre técnicos e engenheiros trabalham no centro. Este ano, mais de R$ 700 mil foram gastos em equipamentos novos. “Nosso trabalho é gerar mais segurança ao usuário”, finaliza Valéria. (Augusto Diniz – Santa Isabel/SP)
Fonte: Revista O Empreiteiro