"O Estado do Mato Grosso ainda tem os maiores problemas de infraestrutura do Centro-Oeste”, avalia o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, encabeçado pela Aprosoja-MT, Edeon Vaz Ferreira. Segundo ele, as rodovias do Estado ainda são da década de 1970, quando Mato Grosso produzia 6 milhões de t. “Hoje produz 43 milhões de t, e tem potencial de produzir 100 milhões de t”, calcula.
Mas o especialista também enxerga boas perspectivas para a logística do Estado. “Mato Grosso hoje é um grande canteiro de obras”, observa o especialista. “Não tenho dúvidas de que os projetos em implantação vão melhorar muito a logística do Mato Grosso”, afirma.
Ferreira explica que, na região Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso, a produção é basicamente de commodities agrícolas, cujos preços são baseados no mercado internacional. “Por isso, é fundamental ter modais de transporte de baixo valor, para se aumentar a competitividade do produto”, frisa. Ele conta que o modal mais barato é o hidroviário; em segundo lugar “deveria ser o ferroviário, mas no Brasil isso ainda nem sempre é uma realidade”, diz. O modal rodoviário é ideal para trechos de até 500 km. Mas praticamente metade da produção do Estado percorre até quase 3 mil km sobre caminhões com destino a portos do Sul e Sudeste.
Por isso, estradas em boas condições e ferrovias competitivas são uma prioridade. “Já melhorou bastante, para quem não tinha nem perspectiva”, afirma. Ele acrescenta que o Brasil ficou 30 anos sem nenhum investimento em infraestrutura, e isso já começou a mudar.
Mais da metade da produção de grãos do Estado do Mato Grosso do Sul é escoada por intermédio de portos localizados nas regiões Sul e Sudeste. Segundo o diretor executivo do Pró-Logística, dos 43 milhões t de soja e de milho produzidas no Estado, 28 milhões de t são exportadas pelos portos de Vitória (ES), Santos (SP) e Paranaguá (PR), o equivalente a 65% do total. “Exceção de 5 milhões de t que saem pelo norte, o restante é escoado por esses terminais portuários”, diz.
Novos caminhos
Mas as obras de infraestrutura que ampliam, modernizam e implantam novas rodovias e ferrovias no Centro-Oeste abrem grandes perspectivas para a logística do agronegócio da região, sobretudo do Estado do Mato Grosso. O diretor do Movimento Pró-Logística diz que já é possível definir três rotas que prometem ser promissoras para o crescimento da produção do Mato Grosso.
Rota-1, pela BR-364, escoa a produção da região oeste do Estado. Segue pela rodovia até a hidrovia do Madeira, em Porto Velho (RO), de lá segue por barcaças até o porto de Itaquatiara, no Amazonas e Santarém, no Pará. “Neste ano, essa rota transportou 4 milhões de t”, calcula. Segundo ele, para 2015, a estimativa é que esse volume chegue a 12 milhões de t.
Rota-2, pela BR 163 (produção das regiões Centro e Norte do Estado), segue até Miritituba, distrito de Itaituba (PA), margem direita do rio Tapajós. “Em Miritituba existe uma estação de transbordo de carga em funcionamento e mais duas já têm licença para início das obras”, afirma Ferreira. Segundo ele, neste ano, 2 milhões de t utilizaram essa rota. “No próximo ano, a previsão é de 6 milhões de t; em 2016, chegará a 12 milhões de t.”, calcula. “Para 2025, será a principal rota de escoamento da safra, com o transporte de 38 milhões de t”, antecipa.
Rota-3, pela BR 158 (produção do Nordeste no Estado — Vale do Araguaia). A pavimentação de um trecho de 185 km da rodovia no Mato Grosso, obra que, segundo o diretor do Movimento Pró-Logística, será licitada ainda neste ano, e permitir o escoamento da produção pela ferrovia Norte-Sul e também por hidrovia do rio Tocantins, em Marabá (PA). De acrodo com Ferreira, essa rota já vem sendo utilizada. “Em 2013, passaram por ela 800 mil t; neste ano, foi 1,5 milhão de t”, lembra. Segundo ele, essa rota deve ser responsável pelo escoamento de 10 milhões de t por ano, em 2025. “Vamos ter ainda a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, que vai ligar Campinorte (GO) a Lucas do Rio Verde (MT), que deve ser licitada neste ano ou início de 2015”, prevê. Essa ferrovia deve escoar mais 10 milhões de t. “No total, essa rota chegará a 20 milhões de t/ano.”
Para se ter ideia da vantagem dessas novas rotas, Ferreira compara. “Pela BR-163, o custo do frete cai 34% em relação ao embarque por Santos, porque, de Sorriso a Miritituba, a carga percorre 1.000 km de hidrovia”, diz. Segundo ele, essa redução se dá pela hidrovia. “O percurso para o Sul é rodoviário e ferroviário, mas o custo da ferrovia é igual ao da rodovia”, diz. “Todo o crescimento de produção do Estado vai sair pelo norte”, antecipa.
RINCIPAIS INVESTIMENTOS PRIVADOS,
NOS ÚLTIMOS ANOs EM GOIÁS
(Em R$ bilhão)
Mitsubishi | 1,200 |
BP (British Petroleum) | 1,100 |
São Martinho (energia) | 1,000 |
Heinz Alimentos | 1,000 |
ETH Energia | 1,000 |
Pepsico | 0,900 |
CAOA (Hyundai) | 0,900 |
Alphaville | 0,900 |
Usina Safira | 0,667 |
Yamana Gold | 0,600 |
Cargill | 0,600 |
Hypermarcas Cosméticos | 0,550 |
Bionasa Energia | 0,430 |
Pif-Paf Alimentos | 0,260 |
Hypermarcas Farmacêutico | 0,250 |
Ambev | 0,250 |
Nardine Agroindustrial | 0,230 |
Total | 10,637 |
Fonte: Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás
Estádios pigmentados
Quatro estádios brasileiros construídos para a Copa do Mundo da FIFA 2014 fizeram uso de pigmentos inorgânicos para colorir áreas de concreto, que oferecem maior resistência à luz, intempéries e materiais químicos, além de ampliar a vida útil da pintura. Os produtos empregados no Maracanã (Rio de Janeiro), Mineirão (Belo Horizonte), Arena das Dunas (Natal) e Arena Pantanal (Cuiabá) foram fornecidos pela alemã Lanxess.
A utilização de tintas convencionais não seria adequada ao clima brasileiro, com sol quente, chuvas fortes e alta umidade, segundo Hans-Peter Baldus, líder da unidade de negócios de Pigmentos Inorgânicos da empresa na região das Américas. “Outra vantagem do uso de concreto colorido é o baixo custo de manutenção por um longo período de tempo”, afirmou.
Fonte: Revista O Empreiteiro