Não tenho nenhuma dúvida que as mulheres superam os homens na distribuição das tarefas a serem executadas. Quando você convida uma mulher, por exemplo, para um jantar na 4ª feira, ela começa o “planejamento da obra” na 2ª feira. Em primeiro lugar, o cabelo, em seguida as unhas, a mudança dos afazeres da 4ª que ela havia se comprometido, já que, agora, serão substituídos por essa ida ao cabeleireiro.
Não para aí, em seguida a escolha dos “equipamentos”, sapatos, bolsas, vestidos, adereços, acessórios, reunião com a equipe de “mão de obra” da casa para redistribuição das responsabilidades, crianças, compras, limpeza etc., e então todos os materiais a serem utilizados, cremes, batons, perfumes, hidratantes, sombra, blush, base, rímel, delineador etc.. Não fica de fora a análise do meio ambiente ambos, climático e do local da obra (você tem que informar onde a levará, nada de surpresas), e então, temperatura, chuva, ventos, acesso, ar condicionado, frequência etc., tudo isto caro leitor, feito com um método detalhado. As últimas providencias sempre revisadas nos últimos minutos (as vezes vários) enquanto você espera no carro, por exemplo, troca de materiais, ferramental etc. Geralmente ela pergunta a opinião do “consultor” você, não para segui-lo apenas para ratificar seu próprio planejamento, e esteja certo, quando ela troca de “equipamentos” (lembre-se sapato, bolsa etc.) é para estar segura de que nada falhará.
O grande dia, chega, tudo caminha, e a “execução sai perfeita” (para ela). No dia seguinte, o “as built” é divulgado às amigas mais próximas com detalhes, e às concorrentes com certa ironia (te lembra alguma coisa?).
Tudo isto para lhe dizer que a GESTÃO DE OBRAS passa necessariamente pelo detalhamento e atenção femininos, e este mês não há como não deixar de homenageá-las, já o fiz, no boletim mensal, mas aqui com extensa divulgação, vou mais fundo:
A primeira homenageada a Melina Almeida de Petrobrás, no departamento de dutos terrestres, que instala os mesmos por HDD (Perfuração Horizontal Direcional), trabalho pesado quando no campo (literalmente no meio do mato) e científico quando na sede da empresa. A Melina tem dado provas da estratégia de execução desse tipo de obra, sempre com muito trabalho de pesquisa, levantamento de informações, análise e interpretação das condições geotécnicas, garantia da viabilidade técnica de instalações desafiadoras (muitas vezes com mais de um quilometro de extensão), definindo método, equipamento, material, gerando um projeto detalhado, que permite a essa que é uma das maiores empresas do mundo, fazer suas instalações com segurança técnica e econômica.
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A segunda homenageada é a Luciana Carla Ferreira de Souza, do Departamento de Águas e Esgotos do município de Jaguariúna, que de 2003 a 2009 capitaneou (na época todos tinham pouca experiencia) a substituição de 60 (sessenta) quilômetros de redes d´água de cimento amianto e ferro fundido, reduzindo enormemente a perda que já beirava os 70% (acreditem ou não). Não foi fácil, tudo se iniciou numa experiencia de 1250 m bem no centro comercial da cidade, para depois expandir-se por toda a cidade. Não fazia ideia de que seu trabalho desencadearia a troca, de centenas de quilômetros de redes, iniciando pela cidade vizinha de Campinas e estendendo-se cidade de São Paulo, com a SABESP.
A terceira homenageada é a Cristine Ebenhög, cujo artigo de autoria e publicação do departamento federal de negócios do exterior, da Suíça, destacou o trabalho de 57 mulheres, na construção do túnel mais longo do mundo (57 quilômetros) inaugurado no ano de 2016, o famoso Túnel de São Gotardo depois de 17 anos de construção entregue no prazo, e com uma variação de 21% a mais no custo (considerado aceitável, seja pelo prazo seja pela complexidade). Cristine e outras atuaram nas escavações, no tatuzão (TBM) de 450 m de comprimento (é pequena ou grande a máquina?). Nas operações de planejamento (GESTÃO DE OBRAS) foi onde grande das 57 mulheres do total de 170 da Alptransit (mais de 30% da força de trabalho) trabalharam. No túnel como uma obra total, mais de 2400 profissionais trabalharam e não há números da participação feminina.
A nossa última homenageada é a Nohora arbeláez que tive prazer de conhecer em recente visita à Colômbia, e onde pude avaliar o trabalho de inclusão da profissional feminina nas atividades de construção de obras de infraestrutura. Nohora comanda esse programa chamado WICA Women in Concrete Alliance desenvolvido pela ASOCRETO da Colômbia e que completa já cinco anos. Ela não quer carregar sozinha a fama deste programa e destaca outros nomes que com prazer reproduzo: Engª Ilia de Marotta Diretora da Construção do Canal do Panamá, Kimberly Kayler cofundadora da Wica, Engª Ann Elis Presidente do American Concrete Institute (ACI), Dra. Mariana Jaramillo Vice-presidente de Assuntos Corporativos da Cemex para Colômbia, Engª Judith Engel Presidente Executiva Senior de Planejamento, Construção e Instalação do Aeroporto de Viena na Áustria, Dra. Eunice Herrera Diretora de Recursos Humanos e Assuntos Corporativos da Holcim para Colômbia, e a Engª Carolina Rodríguez Diretora da BD Bacatà – Constructora Prabyc. A ARGOS onde trabalha a Nohora, é também alvo da nossa homenagem a mais de 60 (sessenta) motoristas de caminhões betoneiras da empresa. Neste evento onde conheci a Nohora, foi assinado acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Este trabalho e grupo estende a oportunidade para as profissionais brasileiras, e havendo, interesse é só enviar um E-mail para giovanna@sapservice.com.br