Com o segundo anúncio de joint venture para estabelecimento de uma fábrica no Brasil em seis meses, a Brasil Máquinas de Construção (BMC) demonstra otimismo com o mercado brasileiro. Em outubro do ano passado, a empresa deu início à construção de unidade industrial em Itatiaia (RJ) em parceria com a Hyundai Heavy Industries, reforçando a atuação na área de máquinas pesadas, como escavadeiras e carregadeiras.
Bomba-lança com mastro distribuidor de 56 m chegou a Brasil
Agora, a joint venture com a Zoomlion no Brasil promete ampliar sua atuação na linha de equipamentos para concretagem. A marca chinesa é líder mundial no seu ramo de atuação e conta com a tecnologia da italiana CIFA, adquirida em 2008. “O mercado de concreto vai dobrar no Brasil”, justifica Marcelo Antonelli Silva, diretor da Divisão de Equipamentos de concreto da BMC, o estabelecimento da unidade fabril no País.
A Zoomlion possui um portfólio que inclui modelos de bombas estacionárias, auto-bombas, bombas-lança, betoneiras, mastro de distribuição, usinas de concreto e o Turbomixer CIFA. Recentemente, a BMC vendeu à empreiteira Alusa a primeira unidade de bomba-lança da marca chinesa com mastro distribuidor de 56 m o maior equipamento da categoria em operação no Brasil.
A fábrica da Zoomlion terá investimento inicial de R$ 20 milhões, mas ainda não foi anunciada onde será instalada. A unidade terá 50 mil m² de área construída e levará 1,5 ano para ficar pronta. A previsão é da geração de 500 empregos, quando começar a operar.
Serão fabricadas na unidade betoneiras, usinas, bombas-lança, dentre outras máquinas, respeitando índice de nacionalização igual ou acima de 60%.
A BMC já possui uma oficina de serviços e montagem de produtos da marca em Barueri (SP), e uma empresa terceirizada em Guarulhos (SP) que trabalha exclusivamente com bombas-lança com mão-de-obra fornecida pela própria Brasil Máquinas.
A parceria BMC-Zoomlion foi realizada via troca de ações, garantindo à empresa brasileira participação em 30% do total das máquinas produzidas na instalação e em 70% em sua distribuição.
PRIORIDADE PARA PÓS-VENDA
O aumento da demanda por máquinas do Brasil tem levado a BMC – empresa que representa no Brasil sete grandes empresas globais do setor – a trabalhar com diferentes frentes visando atender adequadamente o mercado pós-venda e de reposição de peças. Uma delas é a utilização de dados da demanda consolidada do passado e do uso de peças de acordo com a elevação da idade média da frota ativa de um determinado equipamento.
“Também antecipamos a aquisição de peças para suportar a demanda crescente de venda de novos produtos, balizados pela previsão de venda de máquinas definido para o ano, que é revisado mensalmente para os 12 meses seguintes”, explica José Alberto Bueno, diretor de pós-venda da BMC.
Além disso, a empresa tem também reforçado estoque com itens de proteção (componentes completos), com objetivo de ter uma contingência em casos de algum desvio não previsto em uma máquina.
EXPANSÃO
A principal distribuidora da Hyundai, a KGC Comércio de Máquinas e Equipamentos, fez investimento de R$ 4 milhões na nova sede em Osasco (SP), de olho na expansão da marca coreana, especialmente depois que sua fábrica entrar em operação no País. A unidade, com 16.000 m², conta com showroom de equipamentos, peças de reposição e oficina especializada. A rede KGC, parceira da BMC no mercado de máquinas, possui três filiais e 104 funcionários no País. (Augusto Diniz)