BNDES Confirma Maior Financiamento da História para Belo Monte
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento recorde de R$ 22,5 bilhões para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). O valor, anunciado em coletiva de imprensa, é o maior já liberado pela instituição para um único empreendimento.
O custo total do projeto é de R$ 28,9 bilhões. A diferença de R$ 6,4 bilhões será coberta pela Norte Energia, concessionária da usina.
Márcia Leal, chefe do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, destacou a magnitude do projeto: Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada, com 11.233 megawatts (MW). A usina começará a gerar energia a partir de fevereiro de 2015, com conclusão total prevista para janeiro de 2019.
Impacto Estratégico e Ganhos de Eficiência
O projeto é estratégico para o país, prevendo uma energia assegurada de 4.571 MW médios e garantindo 33% da expansão da capacidade energética do Brasil no período de 2015 a 2019.
A usina será capaz de suprir o abastecimento de 18 milhões de residências, o que equivale ao consumo somado das regiões Sul e Nordeste.
A dirigente do BNDES ressaltou a otimização do projeto, que reduziu a área inundada de 1.225 km² para 516 km², “sem alagamento de terras indígenas”. Isso posiciona Belo Monte como a hidrelétrica brasileira com a melhor proporção entre capacidade de geração e área alagada, ficando atrás apenas de Xingó e Paulo Afonso. O prazo total do financiamento é de 30 anos.
Foco Socioambiental e Desenvolvimento Regional
Apesar das controvérsias, o BNDES detalhou o robusto investimento em compensações e mitigação de impactos socioambientais, com R$ 3,2 bilhões (11,2% do investimento total) destinados a esse fim.
O projeto prevê a geração de 18.700 empregos diretos e 23 mil indiretos durante a construção, além de uma arrecadação tributária anual estimada em R$ 183 milhões. O BNDES comprometeu-se a acompanhar de perto o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS-Xingu), que receberá R$ 500 milhões para a melhoria da infraestrutura urbana, capacitação profissional e realocação de famílias ribeirinhas nos 11 municípios abrangidos pelo plano.
Complementando, o banco estenderá sua atuação para o entorno, financiando pequenos produtores e empreendedores para aproveitar a dinamização econômica da região, uma estratégia que a instituição chama de “política de entorno”.
BNDES Expande Investimentos em Infraestrutura
O financiamento de Belo Monte faz parte de uma expansão maior nos investimentos em infraestrutura do BNDES, que somarão R$ 60 bilhões no ano. Segundo Nelson Fontes Siffert, superintendente da área, o crescimento no setor de energia e logística é de 20%, passando de R$ 19 bilhões em 2011 para R$ 23,5 bilhões em 2012. A estimativa inclui áreas como energia, logística, máquinas e equipamentos (Finame) e setor social (saneamento), representando 40% do orçamento total do BNDES.
