A Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva (Abratt) promove, entre os dias 12 e 14 de novembro, em São Paulo, o 30th Internacional No-Dig 2012, o maior evento de Método Não Destrutivo (MND) do mundo. O Brasil foi escolhido para sediar pela primeira vez o encontro, que tem como objetivo apresentar à sociedade de engenharia brasileira as mais modernas tecnologias em equipamentos e serviços de MND disponíveis no mercado mundial e, por outro lado, aproximar expositores e delegados estrangeiros das empresas nacionais concessórias de serviços públicos de infraestrutura subterrânea, mostrando seus projetos e demandas no segmento.
No Brasil, os investimentos em infraestrutura têm crescido e feito do país um canteiro de obras em movimento e o NO-DIG 2012 São Paulo vem ao encontro dessas necessidades – fundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aplicados em habitação, saneamento, transporte e energia, além da mobilidade nas grandes cidades e, sobretudo, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, que exigirão modernização. "O Método Não Destrutivo é a única opção para o crescimento das redes subterrâneas no país e este evento será a solidificação da tecnologia no Brasil e do país nesse mercado", diz Paulo Dequech, presidente da Abratt.
Segundo Dequech, podemos comparar o MND a uma Laparoscopia (procedimento cirúrgico minimamente invasivo), já que métodos e equipamentos de tecnologia não destrutiva minimizam e até eliminam a necessidade de escavações. “Ao contrário do que a maioria imagina, é possível executar uma obra de reparação no subsolo das grandes cidades sem transformar as vias em um "queijo suíço". É possível instalar cabos subterrâneos com apenas duas aberturas: uma no início e a outra no final do trecho da obra, evitando a destruição de ruas e calçadas”, explica.
Essa tecnologia se dá através do emprego de máquinas e equipamentos que fazem todo o trabalho sem intervir no sistema viário nem danificar o ambiente urbano, possibilitando a introdução de redes sob o solo para a transmissão de energia, água, esgoto, gás, comunicação de dados, voz e imagem, com vantagens técnicas e operacionais.
Ascensão
O mercado de perfurações não destrutivas vive atualmente um grande momento. A tecnologia, que chegou ao país no início dos anos 90, principalmente em função dos projetos de rotas ópticas urbanas e de longa distância em rodovias e ferroviárias, tem perspectiva de crescer a “olhos vistos” nos próximos anos. Muitas empresas estão sendo criadas para atuarem no setor, nas construções de tubulações subterrâneas para o transporte de gás, redes telefônicas e elétricas, além de saneamento básico. “A nossa demanda por infraestrutura, a proximidade de dois eventos esportivos mundiais (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016) atraem as atenções das empresas estrangeiras para o Brasil, buscando mercado, parceiros ou consolidando a presença dos que aqui estão desde a década de 90”, afirma o presidente da Abratt.
Segundo dados da Associação, o segmento cresceu cerca de 30% nos últimos dois anos. Para 2012, estão previstos R$ 300 milhões para instalações de rede de gás; R$ 400 milhões para obras de saneamento (companhias estaduais, municipais e privadas), além de R$ 100 milhões para cabeamento ótico (telecomunicações).
O mercado, que nasceu em São Paulo, já atinge outros estados. Hoje gera mais de 10 mil empregos diretos e indiretos, é composto por mais de 150 empresas, que totalizam investimentos de R$ 150 milhões nos últimos dez anos e apresenta 250 equipamentos que trabalham com diferentes tecnologias em MND.
NO-DIG Internacional 2012 São Paulo
Em seus 13 anos de história, a Abratt sempre teve como objetivo principal trazer à comunidade técnica brasileira do setor de construção de obras de infraestruturas subterrâneas uma importante contribuição, que permanecesse viva em suas atividades cotidianas de engenharia de instalações de novas redes e manutenção.
Por isso, desde o ano 2000, já realizou cinco congressos nacionais para divulgação do MND, sendo que as edições de 2008 e 2010 trouxeram a versão latino-americana, no formato dos eventos ‘No-Dig’ internacionais promovidos pela ISTT – Internacional Society for Trenchless Technology, sociedade inglesa que congrega associações similares em todo mundo. “A importante repercussão dos congressos locais fez com que o Brasil fosse escolhido para sediar pela primeira vez o NO-DIG Show”, explica Dequech. O evento é itinerante e já passou por diversas cidades em vários continentes, como Moscou, Toronto, Cingapura e Berlim. As próximas edições estão previstas para Sidnei, em 2013, e Madri, em 2014.
'Uma cidade sem valas' será o mote central do NO-DIG Internacional 2012 São Paulo, que irá trazer temas focados em apontar as novas tendências, como soluções tecnológicas que minimizem os impactos ambientais, e o aperfeiçoamento da atividade, vistos sob o prisma da segurança social e operacional. Dentre eles, “Instalações de redes com perfuração horizontal”; “Reabilitação e renovação de redes”; “Mapeamento e investigação do subsolo”; “Controle de perdas”; “Redução dos custos sociais e impacto ambiental nas obras de infraestrutura”; “Segurança do trabalho, legislação e responsabilidade civil”; “Programa de investimentos públicos em infraestrutura com foco em MND”, entre outros.
Contará ainda com palestras, nas quais reunirão os maiores especialistas do mundo no assunto, que abordarão pontos pertinentes aos setores de petróleo e gás, saneamento, telecomunicações, energia e água, além de uma feira com os principais expositores estrangeiros do setor.
Fonte: Padrão