Cadê o calculista?

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Marcos Monteiro*

Quem viveu viu! A atividade do projetista estrutural (ou calculista?) sofreu profundas transformações nos últimos 20 anos. Informatização acelerada, crises financeiras, quedas de demanda, enxugamento dos escritórios e extinção ou redirecionamento de atividades das grandes empresas de projeto, queda no interesse dos jovens profissionais pela atividade, perda de profissionais pelos baixos salários, processo crescente de informalização das atividades.

O pior dos mundos? Não para quem sobreviveu. Paralelamente às más notícias, também existiram as boas. A informatização possibilitou aos bons projetistas um maior poder de análise. O computador ficou com a parte mecânica! O bom projetista estrutural hoje pode oferecer aos seus clientes, opções estruturais que atendam às suas necessidades: menores consumos ou maior produtividade, ou ainda, maior rapidez na execução, enfim, um menor custo final.

O calculista teve que reorganizar sua empresa para a nova realidade de produção. Em alguns casos foi além dos limites adequados, reviu alguns conceitos, e hoje tem uma empresa adequada aos novos tempos. O reaquecimento do mercado teve que ser acompanhado por um realinhamento de salários, o que possibilitou a manutenção das equipes e a volta do interesse dos futuros engenheiros pela área.

Hoje, os profissionais de projetos estão preparados para os desafios que se apresentam. Uma maior consciência dos negócios que envolvem a construção civil, maior envolvimento com os processos executivos e com novos produtos, melhor qualidade de atendimento. Basta ao empreendedor se dar a oportunidade e buscar os diferenciais que um bom projetista estrutural pode trazer ao seu produto.

*Marcos Monteiro é engenheiro e presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece)

Fonte: Estadão


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