No primeiro trimestre após o start da fábrica da VCP, 130 mil toneladas de celulose já foram transportadas ao porto de Santos. Em julho, a VCP (Votorantim Celulose e Papel) completou três meses em operação em Três Lagoas. Desde o início da produção de celulose, cerca de 130 mil toneladas do produto já foram carregadas pela ferrovia em direção ao porto de Santos (SP).
A empresa escolheu o transporte ferroviário como opção para escoar sua produção – 80% da celulose produzida em TL é destinada ao mercado externo. A exportação de celulose, aliás, alçou o município à condição de segundo maior exportador em todo Mato Grosso do Sul: o produto responde por 51,19% dos produtos vendidos ao mercado externo. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para viabilizar o transporte por meio dos vagões, o grupo Votorantim firmou parceria com a ALL (América Latina Logística) por 20 anos. Segundo o gerente da ALL de Mato Grosso do Sul, Gerson Fabiano Almeida, a meta é alcançar o transporte mensal de 90 mil toneladas de celulose. “Hoje, a carga está em cerca de 30 ou 40 mil toneladas/mês. Para 2010, a meta é ainda maior: 1,2 milhão de toneladas/ano (100 mil toneladas/mês)”, enfatiza.
O carregamento dos vagões com celulose, que sairia de dentro do próprio terminal ferroviário da VCP, foi transferido para o pátio de Jupiá. A variante ferroviária de 12 km do município, que também seria interligada ao ramal da VCP e “jogaria” os trilhos para fora do perímetro urbano, ainda é apenas um projeto – sem previsão de se tornar realidade. Mesmo com o “plano B” adotado em Três Lagoas, pode-se dizer que a celulose reativou o setor ferroviário do Estado e colaborou para que a ALL atingisse uma de suas metas: o aumento da produtividade da malha ferroviária.
Tudo isso às custas de investimentos vultosos por parte das duas empresas: dos R$ 200 milhões previstos, cerca de R$ 30 milhões já foram aplicados na rota de exportação – trecho de 400 km entre Bauru (SP) e Três Lagoas. As melhorias envolveram o trabalho de 200 colaboradores, troca de dormentes, reforma de estruturas, revisão e correção de pontes, entre outras benfeitorias. Mesmo com as grandes cifras, o transporte de celulose via linha férrea, feito diariamente, representa uma economia de 15 a 20% se comparado ao transporte rodoviário.
Fonte: Estadão