A consultoria britânica Oxford Economics utilizou seu complexo modelo macroeconômico global para calcular as projeções que ambicionam abarcar uma década para frente, fornecendo a base desse estudo concebido pela consultoria Global Construction Perspectives. Um dos quatro patrocinadores do projeto foi a Holcim.
As previsões sobre a China eram esperadas, embora o prazo estimado tenha sido surpreendente – em torno de 2020, quando o gigante asiático vai superar EUA, deixando os norte-americanos em segundo lugar. Nesta altura, quase 20% da demanda da construção global estará na China, comparado com os 13% atuais. A participação dos EUA terá caído para pouco abaixo de 17%, Índia e Japão estarão na terceira posição, com 5% cada do mercado global de construção, segundo o estudo.
A participação conjunta dos 15 países desenvolvidos vai encolher neste período, enquanto a dos emergentes se expandirá.Esta tendência está em linha com o PIB –o índice global deverá manter crescimento médio de 3,5% a 4% na próxima década, após cair 2% em 2009, conforme projeções. Entre os países desenvolvidos, os EUA avançarão à média de 2,9% na década, mantendo sua participação estável em 24% do PIB global, ao passo que as economias industrializadas da Europa e Ásia ficarão com a taxa de 2%.
Em comparação, os quatro membros do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) verão sua participação no PIB global avançar de 14,7% para 25%, com os chineses dobrando a sua contribuição para 15% nesse total. Na medida em que a economia mundial avance, o mercado de construção se expandirá numa média de 5% até 2014, caindo para 4,7% no restante da década – comparado à taxa medíocre de 0,8% registrado em média nos cinco anos recentes.
Os mercados emergentes de construção crescerão quase o dobro que os desenvolvidos, chegando à média de 6%. A região asiática do Pacífico poderá liderar esse movimento, com cerca de 7% ao ano, tendo China e Índia na ponta. O estudo projeta que as economias emergentes somarão 55% do mercado global de construção por volta de 2050.
Curiosamente, apesar de o estudo indicar melhora de 7% ao ano no PIB, as expectativas das Américas do Sul e Central serão menores do que outras regiões emergentes – uma média de 6,1% anual até 2014, reduzindo- se para 4% nos cinco anos restantes. Brasil e México seguirão essa tendência, enquanto que Argentina e Colômbia terão trajetória inversa.
O estudo também traz uma revelação no mínimo surpreendente: o mercado de construção de melhor desempenho será Nigéria, que crescerá 9,9% até 2014 e 9% depois. O país será seguido de perto por Índia, China, Polônia e Turquia – todos com taxas acima de 8% ao ano. Quem quiser conferir porque o Brasil está mal colocado neste estudo global, baseado num modelo macroeconômico, terá que desembolsar 295 libras esterlinas por uma versão em PDF, ou 345 libras pelo dossiê impresso. Quem se habilita poderá acessar globalconstruction2020.com e fazer o seu pedido.
Fonte: Estadão